PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

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domingo, 3 de maio de 2009

O HOMEM E O ESPAÇO - A PESSOA ESTRANHA

AUTOR: Carlos Henrique Rangel



Todo homem se relaciona com algum espaço. Isto já foi dito. Também já foi dito que homem algum é uma ilha.

O homem é fruto do seu meio e de seus iguais. E o seu fazer cultural tem relação com o espaço/meio ambiente que é moldado, transformado, reconstruído, adaptado para lhe servir. Assim como o homem, a sua cultura e seus bens culturais são dinâmicos. Seguem a linha do tempo, se enriquecem, modificam, transformam. Os bens culturais materiais e imateriais são dinâmicos e precisam se adaptar às transformações para sobreviverem. Não uma adaptação oportunista mas uma adaptação coerente, progressiva e respeitadora de sua história e importância.

Um bem cultural do século XVIII não é somente do setecentos. Passou pelos séculos sendo vivenciado por homens de todos os tempos. Tem uma história além do século que o construiu, sendo enriquecido por amores, dores, tristezas e modos de ser dos diferentes homens que o utilizaram.

Os espaços utilizados pelo Homem se transformam mas esta transformação precisa ser racionalizada, pensada. Por uma questão de sobrevivência os marcos e espaços da memória devem ser respeitados e preservados sem serem congelados ou vitrinizados.

Os patrimônios que foram vivenciados pelos homens do passado precisam continuar a serem utilizados pelos homens de todos os tempos e suas imperfeições, amores, tristezas, alegrias...Enfim, VIDA.

É essa vivência que garantirá a permanência dos patrimônios e do próprio Homem.

É essa utilização sadia dos bens culturais que garantirá a qualidade de vida e a auto estima do homem do presente e do futuro.

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A PESSOA ESTRANHA

AUTOR: Carlos Henrique Rangel

Era uma pessoa estranha.

Falava estranho:

Palavras estranhas, diferentes...Todos falavam de um jeito...

Ele falava de outro.Comia outras comidas,

Bebia outras bebidas,Vestia outros vestidos,Rezava para outros deuses...

Diferente!

Estranho!

E todos sabiam.

E todos sentiam.

Vinha de terra distante,

Lugares de outras gentes.

De sabedorias estranhas,

De belezas feias...

De todos distanciava e todos dele distanciavam.

A pessoa estranha...

O “Diferente”...O “Distante”...

Um dia, por curiosidade,

O procurei e de coragem me armei.

A pergunta antiga pronunciei:

-Por que tanta diferença?

Por que você é tão estranho?

O “Diferente” sorriu espantado

E disse em sua fala diferente:

-Estranho Eu?

Não seriam estranhos vocês

Que tudo diferente fazem?

Que caminham por rumos estranhos

Que o meu antigo povo ignora?

Que comem coisas estranhas?

Vestem vestidos estranhos?

Adoram deuses estranhos?

Estranho Eu?

Que estranho!

Olhei o Homem Estranho

Com sua fala estranha

E sorri...Um sorriso que para ele parecia muito ESTRANHO.

(o início de uma convivência)

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QUESTIONÁRIO

1- Por que a pessoa parecia estranha?

2 – Por que os povos são diferentes?

3 – Compare a sua cidade com a cidade vizinha.

Existem diferenças? Quais?

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