AUTOR: Carlos Henrique Rangel
Todo homem se relaciona com algum espaço. Isto já foi dito. Também já foi dito que homem algum é uma ilha.
O homem é fruto do seu meio e de seus iguais. E o seu fazer cultural tem relação com o espaço/meio ambiente que é moldado, transformado, reconstruído, adaptado para lhe servir. Assim como o homem, a sua cultura e seus bens culturais são dinâmicos. Seguem a linha do tempo, se enriquecem, modificam, transformam. Os bens culturais materiais e imateriais são dinâmicos e precisam se adaptar às transformações para sobreviverem. Não uma adaptação oportunista mas uma adaptação coerente, progressiva e respeitadora de sua história e importância.
Um bem cultural do século XVIII não é somente do setecentos. Passou pelos séculos sendo vivenciado por homens de todos os tempos. Tem uma história além do século que o construiu, sendo enriquecido por amores, dores, tristezas e modos de ser dos diferentes homens que o utilizaram.
Os espaços utilizados pelo Homem se transformam mas esta transformação precisa ser racionalizada, pensada. Por uma questão de sobrevivência os marcos e espaços da memória devem ser respeitados e preservados sem serem congelados ou vitrinizados.
Os patrimônios que foram vivenciados pelos homens do passado precisam continuar a serem utilizados pelos homens de todos os tempos e suas imperfeições, amores, tristezas, alegrias...Enfim, VIDA.
É essa vivência que garantirá a permanência dos patrimônios e do próprio Homem.
É essa utilização sadia dos bens culturais que garantirá a qualidade de vida e a auto estima do homem do presente e do futuro.
PROTEUS <
A PESSOA ESTRANHA
AUTOR: Carlos Henrique Rangel
Era uma pessoa estranha.
Falava estranho:
Palavras estranhas, diferentes...Todos falavam de um jeito...
Ele falava de outro.Comia outras comidas,
Bebia outras bebidas,Vestia outros vestidos,Rezava para outros deuses...
Diferente!
Estranho!
E todos sabiam.
E todos sentiam.
Vinha de terra distante,
Lugares de outras gentes.
De sabedorias estranhas,
De belezas feias...
De todos distanciava e todos dele distanciavam.
A pessoa estranha...
O “Diferente”...O “Distante”...
Um dia, por curiosidade,
O procurei e de coragem me armei.
A pergunta antiga pronunciei:
-Por que tanta diferença?
Por que você é tão estranho?
O “Diferente” sorriu espantado
E disse em sua fala diferente:
-Estranho Eu?
Não seriam estranhos vocês
Que tudo diferente fazem?
Que caminham por rumos estranhos
Que o meu antigo povo ignora?
Que comem coisas estranhas?
Vestem vestidos estranhos?
Adoram deuses estranhos?
Estranho Eu?
Que estranho!
Olhei o Homem Estranho
Com sua fala estranha
E sorri...Um sorriso que para ele parecia muito ESTRANHO.
(o início de uma convivência)
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QUESTIONÁRIO
1- Por que a pessoa parecia estranha?
2 – Por que os povos são diferentes?
3 – Compare a sua cidade com a cidade vizinha.
Existem diferenças? Quais?
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