PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

FAZENDAS E ÁGUAS - TESES E DISSERTAÇÕES


1 - Águas de domínio público (Brasil colonial) O caso de Vila Rica, Minas Gerais, 1722-1806

http://www.scielo.br/pdf/vh/v32n58/0104-8775-vh-32-58-0079.pdf



2 - AUTOGESTÃO DE SISTEMAS RURAIS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA: ESTUDO DE CASO NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE LAGEDO, SÃO FRANCISCO - MG

http://www.smarh.eng.ufmg.br/defesas/1186M.PDF



3 - As águas de cada um, os rios de todos 

Conflitos e gestão de recursos hídricos na história de Minas Gerais

http://www.anppas.org.br/encontro6/anais/ARQUIVOS/GT10-1173-1061-20120629184828.pdf



4 - A GEOPOLÍTICA DA SEDE NO BRASIL: um estudo sobre água e pobreza no campo

 https://www.ufpe.br/documents/40086/1906110/TESE+-+Sandra+Silveira.pdf/51dbb7a2-07b2-42a8-9dc6-04be8d29c561

5 - Gerais a dentro e a fora:  identidade e territorialidade entre Geraizeiros do Norte de Minas Gerais

http://www.dan.unb.br/images/doc/Tese_084.pdf

6 - QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS RASAS DO AQUÍFERO BARREIRAS: ESTUDO DE CASO EM BENEVIDES - PA

 http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/19641/1/dissertacao_freddo_filho.pdf



7 – O Caminho das Águas

http://www.meioambiente.ba.gov.br/arquivos/File/Publicacoes/Livros/caminhodasaguas.pdf



8 -  Fazendas do Sul de Minas

https://teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18142/tde-17022009-113505/publico/dissertacao_cicero.pdf

9 - FAZENDEIROS DA ZONA DA MATA DE MINAS GERAIS NA CONSTRUÇÃO

DO ESTADO NACIONAL (1840-1860).

http://www.abphe.org.br/arquivos/irene-nogueira-de-rezende.pdf



10 - Economia e trabalho no sul de Minas no século XIX

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-06182007000200006



11 - ROÇAS, FAZENDAS, ENGENHOS, CURRAIS: UMA CARTOGRAFIA DA RURALIDADE COLONIAL NAS MINAS DO CUIABÁ (PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XVIII)*

http://www.scielo.br/pdf/rh/n173/2316-9141-rh-173-00211.pdf



12 - A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS EM MINAS GERAIS COLONIAL E A FAZENDA BORDA DO CAMPO

http://www.encontro2016.sp.anpuh.org/resources/anais/48/1467391147_ARQUIVO_ArtigoANPUH-CarolineSauerGoncalves.pdf



13 - MEMÓRIA, PATRIMÔNIO E FAZENDAS: processos de patrimonialização em Pompéu/MG

file:///C:/Users/Positivo/AppData/Local/Packages/Microsoft.MicrosoftEdge_8wekyb3d8bbwe/TempState/Downloads/AdebalAndrade%20(4).pdf

14 - ENGENHOS: produção e abastecimento no Termo do Cuiabá  (1751-1834)

https://www.ppghufgd.com/wp-content/uploads/2017/03/REV.-Vanda-final.pdf



15 – Abastecimento de água

https://docplayer.com.br/4972614-Abastecimento-de-agua.html



16 – Abastecimento de água na antiguidade

https://martaiansen.blogspot.com/2011/05/abastecimento-de-agua-da-antiguidade.html



17 - Água doce do Brasil colonial

http://www.campoecidade.com.br/agua-doce-do-brasil-colonial/


18 - Abastecimento em Diamantina


http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/1718v


19 - OS QUEIJOS E AS ÁGUAS DA SERRA DA CANASTRA

https://ferdinandodesousa.com/2018/11/20/os-queijos-e-as-aguas-da-serra-da-canastra/


20 - A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS EM MINAS GERAIS COLONIAL E A FAZENDA BORDA DO CAMPO

http://www.encontro2016.sp.anpuh.org/resources/anais/48/1467391147_ARQUIVO_ArtigoANPUH-CarolineSauerGoncalves.pdf


21 - As fazendas do Sul de Minas

http://tede.bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br:8080/jspui/bitstream/tede/940/2/LARISSA%20DE%20SOUZA%20PEREIRA.pdf


22 - A EXPANSÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR NA REGIÃO CENTRO-OESTE DE MINAS GERAIS: CENÁRIO ATUAL E TENDÊNCIAS FUTURAS.

https://ciamb.prpg.ufg.br/up/104/o/TESE_DE_DOUTORADO_EDMAR_VERSÃO_FINAL_CORRIGIDA.pdf





terça-feira, 22 de outubro de 2019

INVENTÁRIO E PROTEÇÃO - A VELHA NOVELA DO PATRIMÔNIO CULTURAL

O inventário não é regulamentado e fica sendo comparado a uma proteção como o tombamento mas bem menos embasado e sem contraditório. 
Não vem servindo para orientações de plano diretor ou planejamento urbano e na prática continua sendo um inventário de conhecimento que não está levando nem mesmo a indicativos de tombamento ou Registro. 
Os órgãos de proteção abdicaram da discussão. Se acomodaram no visão de Inventário de Conhecimento. Não querem avançar e o inventário - em Minas - está paralisado no que sempre foi. 
Continuo defendendo o inventário como uma proteção prévia que precisa avançar para proteções realmente efetivas. 
A regulamentação, tão necessária, não virá do IPHAN porque esse tem uma visão diferenciada do Inventário para atender aos seus interesses. E o IEPHA, esse sim - que tem sob sua orientação 853 municípios - parece não se preocupar em avançar na questão. 
No fundo, o que temos de fato como proteção é o Tombamento e o Registro. 
O restante - Plano Diretor e etc. - não avançam muito sem essas proteções. 
Não podemos esquecer que, nenhuma proteção legal vai cumprir o seu papel se não tiver o envolvimento das comunidades.
Mas, na verdade, uma coisa é o inventário que o iepha faz. A outra é o que os municípios fazem... Tem que regulamentar em nível Estadual para embasar os municípios. Acredito, no entanto, que, os municípios têm autonomia para regulamentar o inventário local, mesmo que não exista uma legislação estadual ou federal definindo e detalhando seu caráter de proteção. Tanto o iepha quanto os municípios - com base na Constituição Federal - poderiam regulamentar o instrumento com independência da Federação. Por outro lado, quem disse que só existe um tipo de inventário? São vários e todos precisam ser destrinchados e diferenciados numa legislação. Tanto o inventário feito pelo IPHAN quanto os realizados pelo IEPHA possuem um objetivo específico: embasar a proteção por meio do tombamento e ou Registro.
São inventários específicos - temáticos como o que o IEPHA fez sobre a obra de Niemayer ou inventários de núcleos ou conjuntos ou um tipo específico de manifestação imaterial, que já foram previamente classificados para serem tombados ou Registrados.
Por isso não existe uma preocupação em regulamentar algo que para eles está claro dentro das suas atividades cotidianas.
Mas, por outro lado, existe o ICMS Patrimônio Cultural, que exige do IEPHA mais clareza sobre o inventário a ser realizado pelos municípios - tanto os temáticos, como os gerais (os de varredura total do município).
Realmente, Minas está "Ilhada".
Nenhum outro membro da federação estimula o Inventário municipal.
Nenhum outro membro da federação detém o poder que o IEPHA tem, de ditar as regras de como se deve proteger os bens culturais ou conhece-los.
Isso só deixaria de existir se nos tirarem isso.
Se acabarem com o programa, o que seria o maior retrocesso já visto nesse país na área da proteção do patrimônio cultural.
Por isso acredito que os municípios mineiros poderiam regulamentar mas não o farão.
São completamente dependentes e vinculados ao IEPHA.
Quem tem que tomar essa iniciativa é a instituição, passando a exigir que os municípios regulamentem seus inventários conforme uma orientação na Deliberação Normativa obedecendo o que determina a Constituição de 1988.

(Carlos Henrique Rangel).

terça-feira, 8 de outubro de 2019

JOGO DA MEMÓRIA AMBIENTAL


JOGO DA MEMÓRIA: JOGO DA MEMÓRIA AMBIENTAL



Idealizador: Carlos Henrique Rangel


Como fazer:

1 – Trabalhe com uma turma de alunos do Ensino Fundamental ou Médio.

2 – Faça uma aula/palestra sobre Meio ambiente, abordando os seguintes conceitos: ecossistema, fauna e flora, Mata atlântica, floresta amazônica, Cerrado, agressão ambiental/destruição do meio ambiente/ poluição, preservação do meio ambiente,  a relação do ser humano e o meio ambiente, ecologia - como fazer para preservar o meio ambiente, equilíbrio ecológico, etc.

3 –  Faça uma seleção de imagens sobre agressão ao meio ambiente e de ações positivas na defesa do meio ambiente

4 – Mande imprimir em cores e plastificar duas cópias de cada imagem referente ao Meio Ambiente em tamanho A4, com devida identificação. Ou seja: 10 imagens/peças que darão 20 peças.


Como jogar:



1 – Escolha quatro alunos para jogarem.



2 – Faça uma roda com os alunos e distribua as peças aleatoriamente a cada um. Eles devem apresentar as imagens de costa para os jogadores.



3 – Faça um sorteio entre os quatro jogadores definindo a ordem de jogada.



4 – O Primeiro jogador escolhe dois alunos/peça que devem mostrar as imagens que seguram. Se casar as peças os dois alunos/peças saem da roda e entregam ao jogador as suas imagens casadas.

Outra forma de jogar: Os alunos/peças saem da roda e passam a compor uma equipe com o jogador que fez o casamento das peças. Assim, esses alunos poderão ajudar o jogador a achar novos pares de peças.



5 – O jogador que acertou as imagens continua o jogo até errar, passando a vez para o próximo jogador.

Outra forma de jogar: Acertando o par de peças o jogador continua a jogar e incorporar novos membros a equipe que se formou para ajuda-lo a ganhar.

Errando, a vez passa a outro jogador que procederá da mesma forma.



6 – Ganha o jogo o jogador que tiver conseguido casar o maior número de bens culturais.

Outra forma de jogar: Ganha o jogo a equipe que tiver mais peças e mais membros.

EXEMPLO DE PEÇAS PARA O JOGO:




















JOGO DA MEMÓRIA:


JOGO DA MEMÓRIA CULTURAL




Idealizador: Carlos Henrique Rangel




Como fazer:




1 – Trabalhe com uma turma de alunos do Ensino Fundamental ou Médio.



2 – Faça uma aula/palestra sobre Patrimônio Cultural, abordando os seguintes conceitos: Cultura, Identidade, Memória, a relação da memória com o passado, Identidade e passado, bem cultural material e imaterial, Patrimônio Cultural, Preservação, Conservação, Proteção, Inventário de Proteção ao Acervo Cultural, Tombamento, Registro do Imaterial.



3 – Trabalhado os conceitos, divida a turma em grupos e peça para que cada grupo escolha 10 bens materiais e imateriais que consideram patrimônio cultural do município.



4 – Os grupos terão que fotografar e escrever um míni histórico dos bens escolhidos.



5 – Os grupos devem apresentar em sala de aula o trabalho sobre os bens culturais escolhidos com suas devidas fotos.



6 – Terminada a apresentação os alunos escolherão o número mínimo de 10 e o máximo de 15 bens culturais materiais e imateriais para serem transformados em peças do jogo da memória.



7 – Mande imprimir em cores e plastificar duas cópias de cada imagem de bem cultural em tamanho A4, com devida identificação. Ou seja: 10 imagens/peças darão 20 peças.




Como jogar:



1 – Escolha quatro alunos para jogarem.



2 – Faça uma roda com os alunos e distribua as peças aleatoriamente a cada um. Eles devem apresentar as imagens de costa para os jogadores.



3 – Faça um sorteio entre os quatro jogadores definindo a ordem de jogada.



4 – O Primeiro jogador escolhe dois alunos/peça que devem mostrar as imagens que seguram. Se casar as peças os dois alunos/peças saem da roda e entregam ao jogador as suas imagens casadas.

Outra forma de jogar: Os alunos/peças saem da roda e passam a compor uma equipe com o jogador que fez o casamento das peças. Assim, esses alunos poderão ajudar o jogador a achar novos pares de peças.



5 – O jogador que acertou as imagens continua o jogo até errar, passando a vez para o próximo jogador.

Outra forma de jogar: Acertando o par de peças o jogador continua a jogar e incorporar novos membros a equipe que se formou para ajuda-lo a ganhar.

Errando, a vez passa a outro jogador que procederá da mesma forma.



6 – Ganha o jogo o jogador que tiver conseguido casar o maior número de bens culturais.

Outra forma de jogar: Ganha o jogo a equipe que tiver mais peças e mais membros.



EXEMPLOS PARA PEÇAS EM TAMANHO A4:










segunda-feira, 7 de outubro de 2019

CARTILHA DE CONSERVAÇÃO - O TURISTA


 CARTILHA DE CONSERVAÇÃO

O TURISTA

Autor: Carlos Henrique Rangel

                                         Igreja de Santa Rita de Cassia - Sopa/Diamantina
                                                              4 de outubro de 2019.





O Senhor entrou na igreja olhando com admiração o belo teto.

Uma pintura colorida em azul, vermelho, branco.

Uma senhora limpava o chão de tábuas com um esfregão e o Senhor se dirigiu a ela.


- Boa tarde.



- Boa. – Respondeu a senhora parando o seu serviço.



- Linda igreja... – Disse o homem olhando ao redor.



- Ah... É sim. Mas já foi mais... Tem problemas.



- Problemas? - Perguntou o Senhor.



- Sim senhor. Vem cá para o senhor ver. – Chamou a mulher.



O Senhor a seguiu curioso. A pequena volumosa senhora apontou

uma trinca na parede.



- Olha só. E tem mais lá na sacristia...



- Senhora... Como é mesmo o nome da Senhora?



- Jandira... Pode me chamar de Jandira... Sou ajudante do Padre Zé.



- Muito prazer... Meu nome é Jorge. Já notou que não sou daqui.



- É turista né? Aqui vem um monte de turista todos os dias...



- É, sou e não sou...



- Ora Seu Jorge, ou é ou não é... - Riu a senhora.



- É que estou de férias sim, mas também nunca deixo de trabalhar...



-Que trabalho bom... Ficar olhando as igrejas dos outros...



Jorge riu.


- É mais ou menos isto que eu faço. Eu sou arquiteto e trabalho com Patrimônio Cultural...


-Espera! Não precisa falar... Eu sei o que é isto: é esse monte de coisa que nossos avós construíram ou fizeram... A igreja por exemplo.



-Isto. Toda a produção cultural de um povo: os bens culturais materiais e imateriais: festas, igrejas, praças, Músicas, causos... Tudo isto é Patrimônio Cultural e diferencia uma Cidade, comunidade ou lugar de um outro...  



-Falou bonito Seu Jorge. –Disse a D. Jandira batendo palma. 


- É Dona Jandira, tudo isto está relacionado com passado, memória, identidade e cidadania.



- O senhor tem certeza que é arquiteto? Tá mais para poeta...

Novamente o Senhor Jorge riu.



- Pois é Dona Jandira, eu cuido de igrejas como esta.



- Uai que bom! Então pode começar a cuidar desta que eu vou fazer muito gosto.

 – Disse a Dona Jandira entregando a esfregão para o Visitante.



-Não é desse jeito não Dona Jandira... Eu faço projetos, acompanho obras de restauro e oriento...



- Restauro?



- Bens culturais como essa igreja devem ser restaurados. Ou seja, as obras devem

manter as características originais do bem...



- Tá bom... Já vi que o piso de lajota que o padre quer vai ficar no querer...

- Disse a Senhora olhando o piso de tábuas.



- Isto não pode. O bonito desta igreja é o que ela tem de original e que vem seguindo anos e anos essa linda comunidade...



- Mas o senhor fala bonito né! – O Arquiteto sorriu.



- Então tá, Seu Jorge. Já que o senhor não vai esfregar o chão, pode ajudar nestas trincas? O Arquiteto olhou detalhadamente a parede da nave, a parede da Capela Mor, o altar...



- Olha Dona Jandira, essas trincas podem ser um problema com a fundação...



- Pode ser sim. A igreja foi fundada há tanto tempo... - Disse a senhora pensativa.



- Não é esse tipo de fundação... Fundação é o alicerce, a base da igreja...- Sorriu o Senhor.



- Ah bom... O alicerce aqui é todo de pedra... Cada Pedrão...



- Pois é, o alicerce sustenta a igreja... Pode ser que esteja havendo movimentação da terra que pode está causando afundamento do alicerce. Isto acaba afetando as paredes.



- Será? – Perguntou a senhora pondo a mão no queixo.



- Pode ser.



- Mas então o que pode ser feito nestes casos? – Perguntou a Dona Jandira.



- Para evitar esse tipo de problema é preciso que não se deixe cair a Água da chuva direto no terreno da igreja. Para isto as tubulações, as calhas que recebem as águas da chuva, das torneiras ou do esgoto devem estar em bom estado, sem vazamento.

Temos que limpar periodicamente as caixas de inspeção e valas. E claro, providenciar tratamento de limpeza das peças apodrecidas por insetos...



- Não sei como é que anda isto não...- Disse a senhora pensativa.



- Mas pode ser outra coisa... O trafego de veículos também abala as paredes das casas e igrejas antigas...



-ah, Eu já cansei de falar para o Padre Zé que esse negócio de caminhão passando aqui do lado não cheirava bem...


- Isto tem que ser visto com calma. O Trafego de veículos pesados pode e deve ser desviado para outra área...



- Pois é e estas paredes nem de tijolos são... Quero dizer, não esses tijolos modernos...São de Adobe... Mas existem algumas de pau-a-pique...



- Mas o Senhor é danado hem? Eu pensei que o Senhor não sabia. - O arquiteto Jorge riu novamente do jeito engraçado da Senhora.



- É, temos paredes de pedras, de adobe, de taipa, de pau-a-pique e as mais modernas, de tijolos de alvenaria. As igrejas de taipa precisam ser revestidas de argamassa e pintura à base de cal para poderem respirar como esta aqui. – Disse ele mostrando a parede.  



- Não pode colocar cimento? - Perguntou a Senhora.



- Cimento não vai deixar a parede “respirar” e vai acabar deslocando e caindo. A umidade que sobe dos alicerces pode atingir a parede e os rebocos. Isto vai gerar manchas e até deslocamento... Até vegetação pode nascer nas trincas...Também é aconselhável não furar as paredes com pregos. Você pode usar trilhos para pendurar objetos decorativos que não danificam as paredes.



- Bom saber...- Disse a Senhora abaixando a cabeça.



- Para limpar as paredes de pedra e tijolo, a senhora deve lavá-las com água e detergente neutro, evitando o excesso de água, utilizando uma escova suave para não causar desgaste na pintura.  



E o chão Seu Jorge? Se não podemos trocar esse piso, como podemos

cuidar dele?


O Arquiteto deu uma boa olhada nas tábuas.



- Olha Dona Jandira, o piso não é só um lugar de pisar.



- Não!? Serve para quê mais? – Perguntou espantada a Senhora.



- Ele é decorativo, enfeita a igreja... Protege os fiéis da umidade que vem do solo...


- Decorativo... Ehhh... É bonito... E trabalhoso...



- Pois é, Dona Jandira, se não cuidar a senhora vai ter muito mais trabalho... Esse piso de tábua precisa de cuidados: Não devemos deixar acumular água ou goteiras para evitar que surjam fungos e apodrecimento da madeira. Devemos substituir as peças estragadas para não atrapalhar todo o conjunto. E claro, devemos vigiar e controlar sempre para não deixar surgir cupim e broca. Para limpar, use sempre um pano levemente umedecido ou quase seco, assim a senhora tira a poeira... Em seguida deve aplicar a cera de madeira. Depois disso a Senhora só deve usar uma vassoura de pelo macia para retira a poeira... Nada deste esfregão...



- Eta homem sabido...



- Os barrotes - as peças de madeira que sustentam o piso, precisam de cuidados constantes... A senhora ou o Padre devem olhar se não há vazamento das tubulações de água, de esgoto. O piso pode ser afetado também pelos problemas no alicerce...



- Ah sei, a tal da Fundação....



- Os pisos de ladrilho hidráulico devem ser limpos com água e sabão neutro sempre que for preciso. Pode ser usado um pano úmido em outras vezes ou encerados. Peças quebradas devem ser substituídas.



O arquiteto olhou para o alto e viu algumas manchas.



- A cobertura... O telhado, deve ser constantemente visitado. Como a senhora sabe, o telhado protege as paredes e tudo mais aqui dentro.



- Isto eu sei. Quando chove é um Deus nos acuda... Chove lá fora e aqui dentro...



- Pois é, existem telhas quebradas ou deslocada ou mesmo acumulo de sujeira e isto causa goteiras. Pode ser que o problema seja a pouca declividade do telhado...



- Pode ser mesmo... Nós nunca colocamos essa tal de “declividade”.


  O Arquiteto conteve o riso.

- Declividade é ... Como posso dizer... O telhado tem pouca curvatura e a água se acumula e acaba descendo para dentro da igreja. Agora, as calhas também precisam estar limpas para deixar a água descer...



- É... Se o Senhor diz...



- Mas tem as esquadrias...



- Tem não Seu Jorge... Só em junho... – Disse a Senhora balançando o dedo.



- Não é Quadrilha... Eu disse Esquadrias...



- Ah bom! ...O que é isto? - Perguntou a senhora.



- São as portas e janelas...



- Que nome chique para porta e janela...



- Pois é, as portas e janelas - os vãos da igreja - sofrem muito com as chuvas e com o Sol...Com os cupins e brocas... E se não cuidarmos constantemente o problema só piora. Também não se pode trocar janelas antigas por modernas...

Não em bens culturais como essa igreja, protegidos pelos órgãos de preservação.



- Mas então como é que fica. Se estraga a janela não pode trocar?



- Pode sim. Quando não tem mais jeito substitui-se a janela por modelo parecido, de preferência construído com madeira idêntica às outras janelas.



- E tem que trocar os vidros quebrados...



- Isto mesmo Dona Jandira. Quebrou, trocou... Assim não entra água e não apodrece a madeira. No caso das ferragens das janelas, é necessário lubrificar de quando em quando e retirar o excesso de tinta que impede a janela de fechar direito. Peças enferrujadas devem ser lixadas...



- E o forro? Sei que depois que arrumarmos o telhado vamos ter que reformar...



- Restaurar. O Forro tem que passar por uma restauração feita por um especialista.



- Aqui tem. O Manuel sambista. Ele faz tudo para a Escola de Samba... Restaurou

a imagem de Nossa Senhora que ficou lindinha... Até ruge ele pôs...



- Não, Dona Jandira, restauração é coisa séria, tem que chamar um profissional que estudou para isto. – Disse o Arquiteto horrorizado procurando a imagem de Nossa Senhora. Dona Jandira, as imagens e o altar devem ser limpos adequadamente. A senhora deve olhar se tem sujeira. Se o pó está preso à imagem... Deve olhar se tem ataque de insetos se há furos... Olhar se a pintura ou douramento está desprendendo... Se existem partes soltas...Muitas vezes o local onde a peça está não é adequado. O local deve ser limpo... Sem pó nos pisos e paredes...

 No caso de pinturas na parede a senhora não deve encostar móveis nem elementos que possam desgastar ou danificá-la. Não furar com pregos ou coisa parecida para pendurar objetos; evitar iluminação direta sobre as pinturas; não fixar avisos e cartazes diretamente sobre as pinturas; orientar os fiéis para não tocar as pinturas.

Para limpar as imagens e os altares a senhora deve usar uma trincha

macia, limpa e seca. Tudo isto com muito cuidado. Removendo sempre os fungos porque eles podem se espalhar contaminando as outras imagens e até a senhora.



- Deus me livre! – Se benzeu a Senhora assustada.



- Olha Dona Jandira, para carregar uma peça destas a Senhora tem que usar as duas mãos...E luvas....



- Ai que chique...



- E com delicadeza... Suave, mas com firmeza...Dona Jandira, o mais importante é a conservação que nós chamamos de “Preventiva”. Ou seja, devemos cuidar para impedir os danos e a deterioração. Há coisas simples que podem ser feitas; acondicionar o lixo dentro de sacos plásticos e colocá-lo na rua na hora do lixeiro passar... Olhar periodicamente as caixas de papelão ou caixotes que estão atrás de armários, gavetas para ver se tem roedores...Evitar acumulo de entulhos...Colocar telas metálicas nas aberturas  dos telhados ou telas de nylon em beirais por causa dos pombos...Os ninhos destes devem ser removidos...- Continuou o Arquiteto.



- Ai meu Deus... Mais trabalho para mim...


-Para a Senhora sozinha não... A igreja é de todos e toda a comunidade deve ser envolvida para cuidar sempre deste patrimônio maravilhoso que vocês possuem. Vigie sempre...



- Vamos vigiar sim...


- Agora Dona Jandira, sempre que o problema for além das possibilidades da comunidade, chamem um técnico especialista. 


- Pois é Seu Jorge, que tal o senhor parar essas suas férias...?


O arquiteto sorriu.

-          Vou pensar...- ajoelhou diante do altar e começou a orar.


domingo, 6 de outubro de 2019

SANTANA DOS MONTES - HISTÓRIA

Santana dos Montes e seu Centro Histórico:
Autor:  Carlos Henrique Rangel 
Atualizado  em 2013.

 “São essas rugas culturais que tornam o rosto dessa comunidade um rosto fortemente expressivo. Nele está gravada a luta dessa comunidade para preservar o que de melhor ficou de um passado distante: Sua diversidade cultural.” (Odalice Miranda Priosti – Por uma Pedagogia Patrimonial de libertação e Inclusão – 2001).

1 – Surgimento do Povoado: de Morro do Chapéu a Santana dos Montes

A ocupação da região de Santana dos Montes deu-se nas primeiras décadas do século XVIII em função da agricultura e da pecuária de subsistência exercida em grandes propriedades rurais. Nos anos trinta (30) e quarenta (40) do setecentos, várias cartas de sesmarias são concedidas nas imediações da futura urbe a posseiros ali residentes há algum tempo. Transcrevemos a seguir trechos de duas destas sesmarias concedidas na região: a Antônio Coelho datada de vinte e nove (29) de dezembro de 1738 e a Manoel Antunes, datada de dez (10) de fevereiro de 1746.

Carta de Sesmaria de Antônio Coelho:
De posse há sinco anos de húas terras e de matos virgens, e capoeyras sitas no Ribeirão do Gorará na mesma freguesia [ de N. S.  dos Carijós] q’ partem da banda do Nascente, com mattos e rossa de Mel. Mor.ª de Meyrelles e do Poente com Antonio Duarte Correa, e do Norte com Bernardo Royz de S. Payo e do Sul com o Cap.º Fran.co de Araújo. (REVISTA DO ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO. Belo Horizonte: APM. Ano V, 1900. p. 282,283).

As terras de Antônio Coelho e seus citados vizinhos - Manuel Moreira, Meireles, Antônio Duarte Correia, Bernardo Rodrigues de Sampaio e Francisco de Araújo - localizavam-se no rio atualmente denominado “Gorará”, um dos afluentes do rio Piranga situado no município de Santana dos Montes.
A Sesmaria de Manoel Antunes cita Morro do Chapéu - antigo nome do município de Santana dos Montes - e o córrego Guaytetu atualmente denominado “Caititu” e se avizinhava das terras do sesmeiro Antônio Coelho:

Com huas posses, e rossa em mattos do morro do Chapéo (grifo nosso) termo da V.ª de São José Comarca do Rio das Mortes, e como tinha escravos, e fabrica para o bem as cultivar, cujos mattos queria para Cesmaria fazendo pião no Corgo chamado Guaytetú, e partia pelo nassente com mattos de Antonio Coelho e para o poente com José d’ Ávilla, e para o sul com Antonio Marques  da Costa e para outro lado com mattos geraes. (REVISTA DO ARQUIVO PÚBLICO, 1909. Ano XII. p. 847, 848).
Os pesquisadores Adriana Paiva de Assis e Honório Nicholls Pereira informam ainda a existência das seguintes sesmarias concedidas na região ao longo dos anos 1740, 1750, 1760 e 1770: José Antunes e Alexandre Pereira de Araújo (1748); Antônio Marques da Costa (1750); Luís Coelho Borges (1760); Manoel da Silveira Duarte (1764) e Antônio de Sá Barros (1775).[1]

Os descendentes dos primeiros proprietários de terra acabam se casando com os descendentes de outros proprietários de terras e morando nessas mesmas terras, que com o tempo vão sendo divididas, em função de heranças e inventários. Novas casas de fazenda vão surgindo e novas sesmarias são pedidas e doadas aos filhos dos antigos proprietários rurais. Com o tempo, forma-se uma extensa rede de fazendas, que acaba por ocupar grande parte das terras da região. (SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento. 2003, p. 14).
Segundo a tradição corrente, nas primeiras décadas do século XVIII, já existia na atual área urbana da cidade a fazenda denominada “Mamonas” atualmente conhecida como “do Antônio Quirino” nome do antigo Proprietário – Antônio Quirino Nogueira[2]. Essa fazenda servia de pouso para os viajantes e com o tempo foi agregando ranchos, ferraria e taberna dando origem ao povoado.[3]




[1] SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento. Núcleo Histórico Urbano de Santana dos Montes. Santana dos Montes, 2003, Vol.1, p. 14.
[2] Esse Antônio Quirino Nogueira era filho de Quirino Nogueira Coelho e Libânia Nogueira. Quirino era filha de João Nogueira Coelho e Maria Teodora de Jesus, que no século XVIII eram donos da Fazenda Fonte Limpa.
[3] Essa fazenda se situa hoje dentro da área urbana na Praça Oscar Teixeira Dutra. SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento, 2003, p. 15.





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Esse comércio iniciou a concentração da população que se efetivou com o surgimento de uma capela que, com suas atividades religiosas: missas, casamentos, batizados e festas atraíam os habitantes da área rural.
A igreja teve um papel importante na definição dos espaços urbanos nas Minas Gerais do setecentos e isso não será diferente no nascente povoado de Morro do Chapéu. O largo da capela definiu desde o inicio, a conformação da futura cidade de Santana dos Montes.

O estilo de vida de um povo é a soma de suas atividades econômicas, sociais e ultraterrenas. Tais atividades geram padrões espaciais, requerem formas arquitetônicas e ambientes materiais que, por sua vez, depois de terminados, influenciam o padrão das atividades. (TUAN,Yi-Fu, Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. Londrina: Eduel, 2012, p.239).
Em 1736, o Padre J. Duarte de Sousa informou a existência de uma capela nas terras de Manoel André Pinto e Antônio Duarte Correia, que três anos depois -1739 - recebeu o privilégio de Pia Batismal.
As primeiras construções religiosas no início da ocupação do território mineiro eram toscas e pequenas e muitas vezes conseguiam abrigar apenas o celebrante e seus auxiliares, ficando os fiéis fora dos templos. À medida que as condições financeiras melhoravam estas capelas iam sendo substituídas por templos maiores, construídos com materiais mais duráveis e subdivisões internas: nave e capela-mor e sacristia.

É interessante o fato dessa primeira capela, núcleo central do arraial, ter sido resultado do esforço coletivo, representando o ponto de encontro, e até mesmo local de lazer para todos os habitantes, indiscriminadamente, numa época em que a sociedade ainda não se apresentava estruturada em classes sociais. De forma geral, a população era composta basicamente de aventureiros em busca de riqueza e melhor sorte, com aspirações e objetivos semelhantes, e sem apresentar maiores diferenciações. (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Belo Horizonte. Assessoria Técnica da Presidência. Circuito do Ouro – Campos das Vertentes; roteiro turístico. Belo Horizonte, 1981, p.38).
Data de oito (8) de agosto de 1749, a petição dos dois fazendeiros - Manoel André Pinto e Antônio Duarte Correia - solicitando ao Bispo do Rio de Janeiro, Dom Frei Antônio de Guadalupe a provisão de licença para a construção da capela dedicada a Santana no lugar denominado Morro do Chapéu. Segundo o Cônego Raimundo Trindade, nesta data os dois solicitantes já haviam constituído o patrimônio da capela.[1] O pedido para a ereção do templo foi atendido por Provisão de treze (13) de julho de 1751.[2] Dentre os primeiros moradores do entorno da capela destacamos além dos já mencionados Manoel André Pinto e Antônio Duarte Correia, o fazendeiro Daniel José Teixeira, proprietário da Fazenda Cachoeira. Ao longo dos anos as famílias Teixeira, Araújo, Pires, Nogueira, Costa, Baeta, Almeida Rodrigues, Souza Henriques, Assis, Alves e outras tantas vem compor a população da nascente povoação.[3]

De acordo com a Lei do Padroado, a Coroa portuguesa era obrigada a custear financeiramente as matrizes e suas capelas, em troca do pagamento do dízimo. Entretanto, havia grande relutância em investir na manutenção das ermidas, deixando-as à mercê do clero e dos moradores locais. Sendo assim, tal custeio era garantido por três fontes de renda, quais sejam: a venda de colheitas e de animais de criação mantidos pelo clero em suas terras; o arrendamento das áreas rurais da capela para terceiros (o rossio); e as rendas dos aforamentos, isto é, o aluguel anual de lotes urbanos. (GUIMARÃES, Keila. Processo de Tombamento da Capela de Nossa Senhora da Glória de Carandaí. 2011).
Importante salientar   que a localidade de Morro do Chapéu possuía certa importância estratégica uma vez que abrigava uma Companhia de Ordenança de Pé, fato comprovado pelos dois requerimentos de Antônio de Abreu Guimarães datados de 1749 e 1757 solicitando ao rei D. João V o posto de capitão da mesma.[4]
Inicia-se assim o povoamento do Morro do Chapéu. Livre da ocupação assistemática dos arraiais do ouro, o núcleo urbano de Santana dos Montes foi fundado com um simbolismo explícito. No alto do morro instala-se uma Capela (representação do poder religioso) e cria-se um largo, em volta do qual são edificadas as casas dos fazendeiros e proprietários de terras da região (representando o poder social e político). Na parte baixa, junto à confluência dos rios e ao longo da estrada, onde havia decerto algumas edificações, estabeleceram-se talvez uns garimpeiros e certamente os comerciantes, além das classes dos homens livres e libertos que exerciam algum oficio mecânico. Logo o povoado cresce e torna-se base de uma Companhia de Ordenança, com função exclusiva de fiscalização dos caminhos, das gentes e da terra. (SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento, 2003, p. 16).
A capela curada de Santana[5] ficou vinculada à freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre dos Carijós[6] – atual Conselheiro Lafaiete - que foi elevada a condição de “colativa” por alvará régio de dezenove (19) de janeiro de 1752. 
Em 1778, no Termo da Vila de São José – atual Tiradentes – existiam as seguintes freguesias: Nossa Senhora da Conceição dos Prados, Santo Antônio da Itaveraba, Santana do Bambuí e Nossa Senhora da Conceição dos Carijós, a qual pertencia a capela da futura Santana dos Montes.[7]
Segundo Dom Frei José da Santíssima Trindade em visita pastoral à freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Villa de Queluz em trinta e um (31) de outubro de 1824, a capela curada de Santana possuía nesta época mil cento e vinte cinco almas (1.125) e cento e dezesseis (116) fogos. Na visita o Bispo encontrou a capela em bom estado e ainda em fase de conclusão do acabamento interno[8]:

A capela é nova, toda de pedra, alta e espaçosa, forrada e campada com 3 altares e falta-lhe ainda o retábulo da capela-mor  e púlpitos, e já a madeira estava pronta; boa sacristia com corredores forrados e assoalhados, e tudo é devido ao zelo e fervor do capelão Manuel de Souza Lima[9]; boa pia batismal de pedra fechada , mas os vasos dos santos óleos são de estanho e o adro começava a se fechar de pedra; na sacristia tem ornamentos para o sacrifício, suposto que com alguma indecência.(...).

Provimento
Por esta informação, soubemos que a capela curada de Santana está feita novamente de pedra, forrada e campada, boa sacristia e corredores, e continua-se a tratar do retábulo da capela-mor e dos púlpitos, para o que já está pronta a madeira. Portanto louvamos muito o zelo e a liberalidade dos seus aplicados e fervorosas diligências do seu atual capelão, o padre Francisco de Sousa Lima, e excitando assim o seu fervor, esperamos que em breve se aprontem das alvas e os véus 4 cores que não estão suficientes, e vasos de prata para os óleos santos, e o fecho do adro que acha principiado, e duas pedras de ara para os altares colaterais.(TRINDADE, José da Santíssima, Dom Frei, 1998, p. 252 e 254).
 O povoado - provavelmente somente a área urbana - possuía em 1830, dezoito (18) fogos ou domicílios,[10] passando para vinte quatro (24) fogos em 1836.

Seriam proprietários de “engenhos movidos por água” e “por bois”, além das “casas de negocio de fazenda” do distrito.  Seriam proprietários dos engenhos movidos por água Dona Josefa Maria de Santa Anna e seus filhos, Donna Anna Maria de São José e seus filhos, o Capitão-mor José Lourenço Baetta, o Pároco Joaquim Roiz e o Capitão-mor Manoel Antunes da Siqueira. Seriam donos de engenho movidos por bois Laurino de Souza Moreira, Camillo José Gomes e os Alferes Jacob Dornelles Coimbra, Antônio Antunes de Siqueira e Manoel de Araújo Machado. Haveria ainda duas casas de negócio de fazendas no povoado, de propriedade de Francisco José pinto e João de Pires Tavarez. (SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento, 2003, Vol.1, p.19)
 Um ano depois – em 1837 - o chamado distrito de Morro do Chapéu contava com noventa e um (91) fogos. O número de almas também diminuiu passando de mil cento e vinte e cinco (1.125) em 1824, para oitocentas e trinta e uma (831) almas.[11] Não sabemos se essa queda se deveu a erros das fontes ou se foi motivada por alguma crise na região. O que temos de concreto é que três anos depois o povoado de Santana do Morro do Chapéu foi elevado a distrito ligado à freguesia de Itaverava pela Lei n.º 184 de 1840.[12] Passados dez anos, a lei provincial n.º 472 de 1850, anexou a freguesia novamente ao município de Queluz.[13]
As moradias de Santana do Morro do Chapéu assim como ocorria na maioria dos povoados do período colonial ficavam fechadas a maior parte dos dias. Os proprietários viviam em suas fazendas, apenas visitando a localidade nos domingos, feriados e dias de festas.  A igreja e suas festas[14] era o lugar de encontro dos moradores que utilizavam as residências principalmente para o descanso e para a convivência familiar.

Nas vilas e cidades, (...), nos três primeiros séculos da colonização, o aspecto das moradas apresenta-se bastante simples e pobre, uma vez que eram povoadas por pessoas com poucos recursos, e visitadas ocasionalmente pelos proprietários de sítios e fazendas que necessitavam apenas um abrigo para estadias passageiras. Encontramos, assim, certa homogeneidade nas construções urbanas, como casas de tamanho mais reduzido, de apenas um andar, nas quais predominavam os materiais disponíveis na região, como barro, madeira ou pedras. Os sobrados e as vivendas, ocupados pelos membros da elite, surgiram mais tarde, em consequência da diversificação da economia e do crescimento urbano. (HISTÓRIA da Vida Privada, 1997, Vol. 1, p.90).
Ainda sobre esse cotidiano da vida domingueira e devocional nas urbes oitocentistas de Minas Gerais é ilustrativa a descrição do viajante natural da Bohemia, Johann Emanuel Pohl, que em 1818, presenciou a festa dedicada a São Miguel nas proximidades da Serra da Mantiqueira:

Hoje é a festa de São Miguel, dia santo no país: encontrei, por isso, muitos devotos a pé e a cavalo. Em dias assim, os proprietários de engenho e fazendas, que, durante a semana, andam costumeiramente de pés nus, camisa meio rasgada e calças de pano de algodão com um rosário pendente do pescoço, saem, com a sua gente, trajando suas melhores vestes. Homens e mulheres são vistos, então, com chapéu de feltro negro, curtas calças brancas e compridas botas, atadas por uma correia abaixo do joelho. A roupa externa, no vestuário masculino, consta de uma jaqueta de chita, de cor, e colete branco; no feminino, de um vestido de montaria, de tecido azul ou verde, com canhões cor-de-rosa e muitos botõezinhos e, por baixo, um longo vestido branco, bastante largo para que possa montar a cavalo à maneira masculina. Habitualmente veem-se duas mulheres montadas num cavalo só; mais frequentemente ainda, traz o homem a sua mulher à garupa, na sela, e é pitoresco ver quando os pares, assim enlaçados, apeiam ao mesmo tempo. Atrás do casal, também a cavalo, vêm seus parentes; fecham o cortejo negros e negras a pé. Homens e mulheres, mesmo montados, usam guarda-sóis, o que é costumeiro até nas capitais. (POHL, Johann Emanuel. Viagem no Interior do Brasil. Belo Horizonte: E. Itatiaia; São Paulo: Ed. Da Universidade de São Paulo, 1976. p. 82).
No largo da capela de Santana,[15] marco inicial da formação do povoado, onde se concentrou as edificações dos proprietários rurais, ainda hoje predominam as residências térreas construídas nos séculos XVIII e XIX – dez (10) moradias térreas: a Casa da Chácara n.º 110; as residências n.ºs 05,17,19,37,99,135,66,110,186  - existindo dois sobrados do século XVIII e três (3) do século XIX: sobrado Solar dos Montes n.º189 da Rua Professor Virgílio Lacerda/Praça Aristides de Araújo Teixeira; sobrado n.º 66; sobrado n.º92; sobrado n.º 134 e o sobrado n.º 125.
Destacam-se ainda as edificações coloniais situadas no entorno do Largo da Matriz: a Fazenda “do Antônio Quirino” na Praça Oscar Teixeira Dutra, n.º 11; a Casa de um pavimento à Praça Oscar Teixeira Dutra, n.º 55 e a casa de um pavimento à Rua Professor Virgílio Lacerda, n.º 79.

Quanto aos “sobrados”, cujo significado referia-se ao espaço sobrado ou ganho em virtude de um soalho suspenso, o que, portanto, podia indicar que estava acima – forros assoalhados – ou embaixo do piso, chegavam a ter dois ou mais andares. No interior dos sobrados maiores, a exemplo das vivendas do campo, várias atividades se desenvolviam, evitando o deslocamento de seus moradores. Entretanto tinha-se o cuidado de separar as diversas atividades. A loja, ou escritório, instalada no primeiro pavimento, evitava que os estranhos se introduzissem nos espaços de convívio da família. Tais cômodos tinham função semelhante ao alpendre e varandas das casas de sítios ou casas térreas, embora esses últimos servissem também de área de circulação. No segundo andar, instalavam-se a sala e os quartos de tamanhos geralmente reduzidos, e no ultimo a cozinha. Os escravos poderiam estar no sótão, ou no porão junto as cavalariças. (HISTÓRIA da Vida Privada, 1997, vol.1, p.101.)
Para abastecer a pequena comunidade foram construídos no Largo da capela de Santana ainda no século XIX, dois chafarizes: um na parte superior da futura Praça Aristides de Araújo Teixeira e outro no seu terço inferior. Esse último após restauração retornou ao seu local de origem em novembro de 2006.[16]
Ainda no século XIX foram erigidos dois cruzeiros de madeira,[17]um em frente à fazenda que deu origem ao povoado – fazenda “do Antônio Quirino” ou Mamonas[18] - e na rua das Flores, atual rua Professor Virgílio Lacerda.[19] Essa rua das Flores era uma das entradas do povoado, utilizada pelos tropeiros que vinham de Queluz.[20]
 Até a década de 1960, o largo da Matriz possuía apenas alguns caminhos de pedra, poucas árvores e os dois chafarizes.[21]

As residências, as vendas e a igreja na parte alta eram construídas ao redor de um espaço aberto, que mais tarde viria a ser chamado de Largo da Matriz. Na parte baixa e plana da cidade, conhecida como “rua de baixo” foram construídas outras casas. As partes alta e baixa eram ligadas pela área da Fazenda do Antônio Quirino, onde hoje se encontra a Praça Oscar Teixeira Dutra. Dessa maneira criou-se um eixo religioso, que liga o Cruzeiro de Baixo (Praça Oscar Teixeira Dutra), passa pela Igreja Matriz e sobe até o Cruzeiro de Cima, no extremo da Rua Professor Virgílio Lacerda. A Praça Aristides de Araújo Teixeira também faz parte desse eixo processional, que em outros tempos foi uma estrada que atravessava o Morro Chapéu. (SANTANA DOS MONTES - IPAC. Ficha de Inventário de Proteção ao Acervo Cultural – mar. 2006. Ficha n.º114, p.39).



[1] o nome “capela” dá-se ao templo de pequenas proporções, de um só altar. sob o ponto formal não existe diferença entre igreja e capela sendo a diferença de caráter administrativo regulado pelo direito canônico. Capela é o nome do templo que não é sede de paróquia. (CORONA & LEMOS, Dicionário da Arquitetura Brasileira. São Paulo: EDART – São Paulo Livraria Editora LTDA. 1972, p. 106,107).
[2] TRINDADE, Cônego Raimundo. Instituições de Igrejas no Bispado de Mariana. Rio de Janeiro. Ministério da Educação e Saúde. 1945. p. 208.
[3]TEIXEIRA, Dininha. Jornal Santana Hoje. Julho de 2001. N.º 06, pág. 04. Jornal Santana Hoje. Setembro de 2001. N.º 08, pág. 04.
[4] AHU. conselho Utramarino. Brasil/MG. cx. 53, doc.68; cx. 71, doc. 53.
[5] Santa Ana, mãe de Maria, mãe de Jesus pertencia à família de Aarão e seu marido São Joaquim era descendente de Davi. A devoção a Santana e São Joaquim no oriente, data do século VI. No ocidente o culto a Santana prevalece no século VIII. Na idade média tornou-se muito popular, principalmente na Alemanha. O Papa Urbano IV oficializou o culto a mãe de Maria em 1378. O dia de devoção a Santana - 26 de julho - foi fixado pelo Papa Gregório XIII em 1584.
[6] Freguesia criada em 1709 e elevada a condição de “colativa” por alvará régio de dezenove de janeiro de 1752.
[7] ROCHA, 1995. p. 126.
[8] Existe no arco-cruzeiro no lado voltado para a capela-mor, a data 1812. Acreditamos que se trata de referência a alguma obra na Matriz. Do lado voltado para a nave, existe outra data – 1860 – provavelmente outra intervenção. A torre sineira externa da capela de Santana foi construída em 1820 e, ao longo dos anos foi refeita inúmeras vezes. Um dos sinos foi restaurado por Alípio Augusto em 1888 pela quantia de dez mil réis. Um outro foi adquirido à mesma época pela quantia de vinte e três mil quatrocentos e quarenta réis. (Livro de receitas e despesas da Fábrica da Matriz (manuscrito) Arquivo da Paróquia de Santana. Santana dos Montes: 1888-1919. Fl.14).
[9] O nome do capelão aparece como Francisco de Souza Lima em outra referência do bispo na p.254.
[10]“ rELAÇÃO das Cidade, Villas e Povoados da Província de Minas Gerais com declaração  do número de fogos de cada uma (1830)” in. Revista do Arquivo Público Mineiro. Ano II, fasc. 1, janeiro a março de 1897.
[11] CUNHA MATOS, 1979, vol.1, p.83,84.
[12] SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento. 2003. p. 17.
[13] SENNA, Nelson de. Annuário de Minas Geraes. Bello Horizonte, Imprensa Official, 1911, Anno IV. p. 317.
[14] As festas religiosas na sociedade colonial contribuíam para estruturar os espaços urbanos e a vida social e política das comunidades. Cabia às Irmandades religiosas e também às Câmaras locais a organização destas manifestações de devoção.
[15] Praça ou grande espaço enfrente a Matriz onde desembocam várias ruas.
[16] Jornal Santana Hoje, novembro de 2006, pág. 04.
[17]Os cruzeiros simbolizavam o martírio de Cristo. Eram instalados principalmente em praças, morros e encruzilhadas.
[18] Atualmente situada na praça Oscar Teixeira Dutra.
[19] SANTANA DOS MONTES. Dossiê de tombamento, 2003. p. 30.
[20] Jornal Santana Hoje, maio de 2002, N.º 16. pág. 04.
[21] O largo ou adro são espaços abertos situados a frente das igrejas era cercado ou murado. Uma espécie de pátio. Um chafariz encontra-se no extremo da praça Aristides de Araújo e atualmente apresenta um placa com data de 1930. O outro encontra-se perto do Cruzeiro da rua Professor Virgílio Lacerda.




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Nos anos sessenta – 1966[1] – o prefeito Antônio Nogueira de Oliveira iniciou o tratamento paisagístico do Largo com o surgimento de canteiros. Esses trabalhos foram aprimorados durante as décadas de 1970 e 1980 com caminhos irregulares, bancos, canteiros e palmeiras que conferiram ao Largo de Santana o status de praça.[2] A lei municipal n.º 16 de 20 de agosto de 1983, muda o nome da “Praça da Matriz” para o atual – Praça Pref. Aristides de Araújo Teixeira. O monumento em comemoração ao centenário da paróquia foi inaugurado em seis (6) de outubro de 1974, sendo pároco da Igreja de Santana o padre Walter Coimbra de Resende.[3] Os antigos chafarizes que existiam no antigo largo foram retirados nesta época de mudanças.
Centenário Paroquial
Aos 6 de outubro de 1974, perante preclara autoridades, nas celebrações oficiais do 100 anos de criação paroquial, o Exmo Sr. Dom Oscar de Oliveira, do Arcebispado  Metropolitano descerrou essa placa comemorativa.
 (PLACA COMEMORATIVA. Monumento ao Centenário da Paróquia).
Nos núcleos urbanos do século XVIII e primeiras décadas do XIX, a sociabilidade dos moradores ocorria predominantemente nos espaços públicos e estes, muitas vezes não tinham uma denominação oficial e as casas não possuíam numeração. A identificação dos logradouros se fazia por códigos comuns legitimados pelo cotidiano. Assim temos em várias localidades de Minas Gerais, nomes como “beco do fulano”, “rua das lavadeiras”, “rua direita”, etc.

Afinal, era a sociabilidade externa que se impunha definitivamente na vida dos colonos e imperava na maior parte da Colônia, quando até mesmo os atos de fé e de devoção dos penitentes viam-se testemunhados pelos demais crentes nas igrejas e nas ruas. (HISTÓRIA da Vida Privada, 1997, p.118).
O distrito de Santana do Morro do Chapéu com sua forte vocação agrícola, em 1864 produzia cana-de-açúcar, cachaça, milho, feijão arroz, mamona (para produção de óleo), tecidos de lã e de algodão.[4] Destacavam-se neste período a fazenda de Antônio Quirino (século XVIII) na área urbana, a fazenda do Tanque (século XIX), a fazenda da Posse (século XVIII), a fazenda Caititu (século XVIII), a fazenda da Cachoeira (séculos XVIII e XVIII), fazenda Cachoeirinha (séculos XVIII/XIX), fazenda Cachoeira do Santinho (século XVIII), fazenda Paciência (séculos XVIII/XIX)[5], a fazenda da Chácara (século XIX), a fazenda Santa Marina (século XIX)[6] e a fazenda Fonte Limpa (séculos XVIII/XIX), então de propriedade fazendeiro o subdelegado João Nogueira Coelho.[7]

Em 1870, os representantes da família Nogueira Coelho ocupavam também os principais postos na Comarca Municipal de Queluz e no Distrito de Santa Anna do Morro do Chapéu: na Companhia do estado-maior, no juizado de Paz e na Subdelegacia de Polícia. O único boticário da cidade era José Nogueira Coelho. Quanto às atividades econômicas, além das citadas anteriormente, são citadas ainda a produção de café, a criação de abelhas e do “gado vacum, cavalar, lanígero e suíno”. A freguesia de Santana possuía naquele momento 43 eleitores. (SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento, 2003, Vol.1, p. 20).
Em vinte e oito (28) de janeiro de 1874, o Decreto n.º 2.084 elevou Morro do Chapéu à freguesia, sendo a paróquia instituída em vinte e oito (28) de janeiro de 1880 tendo como vigário colado o Padre Silvino Ferreira de Castro.[8]
Após a abolição da escravidão, em 1888, o distrito de Morro do Chapéu, assim como todas as localidades do país, cooptou a sua cota de população negra, agora livre, nos trabalhos rurais como assalariados ou mesmo na área urbana. Essa época de mudança social coincidiu com o surgimento da capela de Nossa Senhora do Rosário, devoção preferida dos negros, construída na “Parte Baixa” da cidade, na região de várzea. [9]

Uma das expressões mais típicas desse catolicismo foram as confrarias organizadas pelos leigos. Entre elas, existiam as irmandades e as ordens terceiras, que se diferenciavam das primeiras por estarem subordinadas às ordens religiosas. Podiam reunir membros de diferentes origens sociais, estabelecendo solidariedades verticais, mas também servir como associações de classe, profissão, nacionalidade e cor. Organizavam-se para incentivar a devoção a um santo protetor e para fins beneficentes destinados aos seus irmãos, que se comprometiam com uma efetiva participação nas atividades da irmandade. Esses fins beneficentes, tais como auxílio na doença, na invalidez e na morte, variavam de acordo com os recursos da irmandade, diretamente proporcionais às posses de seus membros. (CRUZ, Tereza Cristina de Carvalho. As Irmandades Religiosas da Africanos e Afrodescendentes. Disponível na Internet: http://www.periodicos.udesc.br/index.php/percursos/article/viewFile/1525/1287 . Acessado em 8 de abril de 2013).
Outra mudança significativa ainda no século XIX foi o surgimento da Estrada de Ferro D. Pedro II centralizando suas atividades na Estação de Conselheiro Lafaiete,[10] que impulsionou a economia local permitindo o escoamento do café, da cana e da produção têxtil para o Rio de Janeiro.
O distrito de Morro do Chapéu entrou o século XX com sua vocação agrária consolidada e bem sintonizada com as modernas técnicas de produção norte-americanas:
Ali já se vê a americanização da lavoura: um verdadeiro campo de demonstração.
A polycultura tem já o seo quartel general. Seos terrenos são geralmente de bons a optimos, e de fácil irrigação.
- Seo territorio é regado pelos rios Papagaio, Semaria, Guarará. Ali tudo é vida;  tudo medra, tudo cresce, tudo evolue.
Não há especialidade: cultiva-se como se quer e o que se quer, porque o resultado é sempre feliz.
Há ali todo o conforto e garantias para o lavrador europêo.
O clima é puro, a gente bem disposta, o gado sadio e abundante.
Todas as inclinações, nos planos agrícolas ou pastoris, encontram directrizes á prosperidade.
Embora variada, todavia a sua maior cultura é a da canna de assucar, que, consecutivamente movimenta 26 engenhos, mais ou menos aperfeiçoados, para transformar-se em famosa aguardente, que não há melhor.
Adeantados machinismos de descascar e polir café e arroz entram-se em grande copia.( SENNA, 1913, p.709).


Em 1913, o cenário urbano do distrito também era animador: possuía então, agencia de correios, duas escolas públicas, biblioteca, uma farmácia, um escrivão de paz, uma subdelegacia e dezoito estabelecimentos de negócios, sendo quatro pertencentes às fazendas dos senhores José Baptista de Queiroz, Pires & C., Costa & C. e do major Francisco Anselmo da Paixão, que era filial de uma casa em Queluz. A freguesia composta pela sede, Morro do Chapéu; Pega-Fogo, Arêa e Estiva, possuía cerca de três mil (3.000) habitantes tendo como vigário o Padre Antônio Carlos.[11]

Surgiram nessas primeiras décadas do século XX as edificações ecléticas e art. déco no largo da Igreja de Santana e nas ruas Professor Virgílio Lacerda, Teixeira de Araújo, do Rosário, Nogueira de Queiroz e Dr. Campolina, compondo um harmonioso conjunto com as antigas construções do século XVIII e XIX. Destacam-se neste período: as residências ecléticas[12] à Praça Aristides de Araújo Teixeira n.ºs 1, 146, 147, 172, a edificação art. déco[13] n.º 80 à Rua Professor Virgílio Lacerda; as edificações com características ecléticas n.ºs 111 e 125 (demolida entre os anos 2010/12) à Rua Professor Virgílio Lacerda; o conjunto eclético da Rua do Rosário n.ºs 50, 60 e 72; as residências ecléticas n.ºs 160, 123, 95 da Rua José Teixeira de Araújo; a residência art. déco à Rua José Teixeira de Araújo n.º 63; as edificações n.º 23 e 66 da Praça Oscar Teixeira Dutra e a Escola Estadual Dr. João Nogueira de Almeida construída entre os anos 1927 e 1928 pelo Governo Estadual,[14] situada na Praça Aristides de Araújo Teixeira, s/n.
Em 1905, o pároco local adquiriu para a igreja um harmonium, instrumento musical muito utilizado nas cerimônias religiosas. Nos anos seguintes – 1907/1913 - o Cemitério da cidade foi construído dando fim à prática de enterrar os fiéis dentro da igreja ou em seu adro. Ainda em 1913, a Igreja Matriz de Santana adquiriu o altar situado na lateral esquerda, próximo à entrada da sacristia, dedicado ao Coração de Jesus ao custo de seiscentos mil réis (600$000). Mais tarde - em outubro de 1917 - foram compradas as imagens de Santa Efigênia e São Benedito pelo valor de noventa réis (90$000). Nesse período o templo era dirigido pelo padre Antônio Carlos Rodrigues. [15]

Em 1913 o adro foi totalmente remodelado, com retirada das catacumbas, a um custo de 215$000 (duzentos e quinze mil réis), enquanto a construção do cemitério seria orçada em 2.345$000 (dois contos, trezentos e quarenta e cinco mil réis) e as obras de “concerto da egreja, isto é, assoalho, tapavento, gazometro e pinturas” teriam custado à Fábrica 2.000$000 (dois contos de réis). (SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento, 2002, p.34).

O Nome “Morro do Chapéu” foi oficialmente definido em 1923, pela lei n.º 843 de sete (7) de setembro daquele ano. Nas primeiras décadas do século XX, o município foi contemplado com a luz elétrica gerada em usina local, instalada na Cachoeira do Santinho,[16] rodovias, instalação de telefone nas principais fazendas, urbanização e calçamento de suas ruas e a canalização de água das residências.[17]

O Padre José Lopes Magalhães que assumiu a paróquia em 1937 deixou a seguinte impressão sobre a Igreja de Santana[18] e sua nova comunidade:

A igreja por fora não é bonita e não tem torre, mas interiormente é bem arranjada e muito bem cuidada; é também provida de boas alfaias. A missa foi depois das dez e meia. A igreja, que não é pequena e conta com o recurso de tribunas, estava repleta e ainda havia gente de fora. Notei que o povo é muito bom e religioso. Notei também que a frequência dos homens é quase superior á das mulheres. (ARQUIVOS DA PARÓQUIA DE SANTANA. Santana dos Montes. Livro do Tombo de Santa Anna do Morro do Chapéu, fevereiro de 1937: 1936-2013. Fl 7v-8v).



O nome Catauá foi adquirido pelo distrito por decreto lei n.º1.058 de trinta e um (31) de dezembro de 1943.[19] Em 1944 já existiam duas pontes de madeira sobre os rios urbanos: da “Vargem” sobre o Ribeirão Fonte Limpa e a Ponte da “Biquinha” sobre o Córrego da Biquinha.[20]Somente em vinte sete (27) de dezembro de 1948, a lei n.º 336 mudou a denominação do distrito para o nome atual – Santana dos Montes. Finalmente, em trinta (30) de dezembro de 1962, o distrito foi elevado a município desmembrado de Conselheiro Lafaiete, pela Lei n.º 2.764, sendo constituído do distrito sede e Joselândia.[21]

LEI 2764 de 30/12/1962 - Texto Atualizado
Contém a Divisão Administrativa do Estado de Minas Gerais.
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º- A Divisão Administrativa do Estado de Minas Gerais, autorizada pela Lei Constitucional nº 6, de 16 de novembro de 1961, é a estabelecida na presente lei.
(...) ANEXO Nº2
LIMITES MUNICIPAIS E DIVISAS INTERDISTRITAIS
Município de Santana dos Montes
a) Limites Municipais:
1 - Com o Município de Cristiano Otôni: Começa no Alto do Peitudo; desce a encosta e alcança o ribeirão Passa Dez, pouco abaixo da Fazenda da Pedra; atravessa o ribeirão, sobe a encosta e alcança o divisor da vertente da margem esquerda do córrego da Pedra; segue por este divisor, contorna as cabeceiras do córrego das Contendas, alcança o divisor de águas dos rios Paraopeba-Guarará e por ele continua até o ponto fronteiro à cabeceira do córrego das Areias.
2 - Com o Município de Conselheiro Lafaiete: Começa no divisor de águas entre os Rios Paraopeba e Guarará, no ponto fronteiro à cabeceira do córrego das Areias; continua pelo divisor entre os córregos das Areias e Ponte de Chave até o alto próximo da fazenda Dois Córregos, alcança a cabeceira do ribeirão Água Limpa e desce pelo ribeirão até a foz do córrego que passa no povoado de São Vicente e na Fazenda Boa Vista; desce pelo ribeirão Água Limpa até a foz do pequeno afluente da margem esquerda, junto e acima da fazenda Água Limpa.
3 - Com o Município de Itaverava: Começa no ribeirão Água Limpa, na foz do pequeno afluente da margem esquerda, junto e acima da fazenda Água Limpa; continua por espigão, contornando as cabeceiras dos córregos da Providência e da Rocinha, até alcançar o Rio Guarará, na foz do córrego Caetetu, desce pelo rio Guarará até sua foz no rio Piranga.
4 - Com o Município de Lamim: Começa na foz do rio Guarará, no rio Piranga; sobe por este rio até a foz do córrego do Bicuiba.
5 - Com o Município de Rio Espera: Começa na foz do córrego da Bicuiba, no rio Piranga; sobe por este rio até a foz do rio Papagaio.
6 - Com o Município de Caranaíba: Começa no rio Piranga, na foz do rio papagaio; sobe por este rio até a grota junto à Fazenda da Casinha; sobe por esta até sua cabeceira, daí, alcança o alto do Peitudo.
b) Divisas Interdistritais:
1 - Entre os distritos de Santana dos Montes e Joselândia: Começa no rio Piranga na foz do rio Papagaio; daí, segue pelo divisor de águas entre estes dois rios e, depois, pelo divisor entre o rio Papa-Gaio e o córrego de Carrapicho até frontear o Buraco do Carambola; deste ponto alcança a cabeceira da grota do Carambola, pelo qual desce até o córrego Apaga Fogo; atravessa este córrego, sobe o espigão fronteiro até o alto do Tapera; daí, desce pelo córrego que passa nas fazendas Passa Tempo e João Teixeira até sua foz no rio Guarará. ( LEI 2764 de 30/12/1962 - Texto Atualizado. Disponível na Internet: http://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/completa/completa-nova-min.html?tipo=LEI&num=2764&ano=1962 . Acessado em 15 de maio de 2013).

Santana dos Montes teve inicialmente um Intendente na pessoa de Valdomiro Máximo Moreno que dirigiu o município de primeiro (01) de março de 1963 a trinta e um (31) de agosto de 1963. O primeiro prefeito foi Antônio Nogueira de Oliveira, que implantou ainda nos anos sessenta, o loteamento que deu origem ao bairro São Joaquim.



PREFEITOS MUNICIPAIS DE SANTANA DOS MONTES
MANDATO
Antônio Nogueira de Oliveira
09/09/1963 a 31/01/1967
José Pereira Dutra
01/02/1967 a 01/01/1971
João Ladislau Moreira
01/02/1971 a 30/01/1973
Aristides de Araújo Teixeira
31/01/1973 a 30/01/1977
José Pereira Dutra
31/01/1977 a 31/01/1983
Amadeu Gonçalves ribeiro
01/02/1983 a 31/12/1988
Joaquim Nogueira Barbosa
01/01/1989 a 31/12/1992
Hélio Francelino Pinto
01/01/1993 a 31/12/1996
Amadeu Gonçalves Ribeiro
01/01/1997 a 31/12/2000
Vicente de Paulo de Souza Nunes
01/01/2001 a 31/12/2004
Vicente de Paulo de Souza Nunes
01/01/2005 a 31/12/2008
Nelson Ferreira de Faria
01/01/2009 a 31/12/2012
Amadeu Antônio Ribeiro
01/01/2013 a 31/12/2016



Paulo Krugger Correa Moura assim descreve a Igreja de Santana dois anos após a emancipação do município de Santana dos Montes, em 1964:
É uma graciosa capelinha, fundada pelos idos de 1749, quando foi instituído o seu patrimônio. Lá por 1751, era um curato filial à Matriz de Carijós. Valoriza este pequeno templo um painel do fôrro da nave, representando a Ascensão do Senhor, bem como pinturas murais com cenas do Evangelho. É um trabalho que parece ter as caraterísticas da arte do afamado pintor Manuel da Costa Ataíde. No arco cruzeiro, existe a data de 1773, comprovando, talvez, a época da conclusão do templo. (MOURÃO, Paulo Krugger Correa. As Igrejas Setecentistas de Minas. Ed. Itatiaia. 1964. p. 109).

 Nesta época – na segunda metade dos anos 1960 - a igreja e o adro passaram por reformas gerais realizadas pelo Padre Walter Coimbra de Rezende, que se orgulhava do trabalho realizado com o que considerou uma restauração de um templo barroco. No mesma descrição, ao falar da reforma do adro e da escadaria, faz referência à criação da praça no grande largo:

Com sacrifícios ingentes, fizemos toda a restauração da igreja Matriz: Modéstia à parte, a reforma foi onerosa mas competente, agradou a todos. Procuramos conservar a arte, corrigir as deficiências. A restauração foi completa: telhado, engradamento, pintura interna e externa, piso. As paredes eram grosseiramente oleadas, já precisavam de uma limpeza geral (...) agora com caiação a Igreja Matriz está mais acolhedora. Tudo é acolhedor! O piso de cerâmica clara substituiu, com muitas vantagens, o antigo assoalho de madeira já estragado.

O adro também foi todo remodelado, rebaixado, recoberto de pedra a vista, de Ouro Preto. Aliás, por dentro e por fora do prédio da Igreja, toda pedra talhada, geralmente de pedra-sabão ou granito, foi por nós descoberta, removendo-se várias camadas de óleo ou tinta.  E perante o adro, à guisa de arrimo ergue-se a majestosa  escadaria de 20 degraus: toda feita de cimento armado, concreto, obra de segurança. Há duas pistas laterais em rampa, sendo todo o conjunto, simetricamente, ajardinado: foi ponto de partida para se edificar a praça.

A belíssima Igreja, de autêntico estilo barroco, agora com suas novas estruturas de restauração, fico mais valorizada. Os santanenses, residentes na Paróquia; e todos os que moram em outras cidades do Estado de Minas e em outras unidades da Federação, sentem um santo orgulho, pela justa razão de ser sua cidade dotada de tão belo templo. (...) (ARQUIVOS DA PARÓQUIA DE SANTANA. Santana dos Montes. Livro do Tombo de Santa Anna do Morro do Chapéu 25 de janeiro de 1967: 1936-2002. Fl 93-93v).
A população do município em 1970 era de quatro mil e setecentos e oitenta e cinco (4.785) habitantes sendo que, mil cento e sessenta e quatro (1.164) na área urbana. Em 1977, existiam na cidade trezentas e quarenta e oito (348) moradias, doze (12) comércios e uma (01) indústria.[22]


Nas décadas seguintes a população urbana vai variar passando para mil duzentos e oitenta dois (1.282) em 1980, mil quatrocentos e sessenta e seis (1.466) em 1991 e nove anos depois, em 2000 - a três mil novecentos e trinta e sete (3.937), sendo dois mil e doze (2.012) habitantes na área urbana.

O declínio da produção agrária ocorreu com mais ímpeto a partir dos anos 1970, devido à migração de parte da população – principalmente os mais jovens - para as metrópoles em busca de melhores condições de trabalho. Nos anos 1980 a concorrência desigual com agroindústria acabou de vez com a produção dos pequenos produtores culminando com a quase extinção das lavouras de café, arroz e feijão. Restou, no entanto, a cultura do milho e cana-de-açúcar. O gado de corte e leiteiro passou a liderar a economia local.
Importante salientar que em 2000, seiscentos e quarenta e três (643) pessoas se dedicavam a atividades agropecuárias, cinquenta e sete (57) ao comércio, duzentas e cinquenta e sete (257) à indústria e outras duzentas e setenta e oito (278) a serviços diversos.

Em 2010 a população era de três mil oitocentos e vinte dois (3.822) habitantes, sendo dois mil e quinhentos e três (2.503) indivíduos na sede e mil trezentos e dezenove (1.319) no distrito de Joselândia. Pelo censo demográfico daquele ano, o município possuia seiscentos e noventa e seis (696) domicílios urbanos particulares e quatrocentos e quarenta e sete (447) domícilios particulares na área rural.[23]


POPULAÇÃO DE SANTANA DOS MONTES AO LONGO DOS ANOS


Século/Década
/Ano
Agricultura
Bovinos, suínos, outros

Aves
Comércio
Serviços
Extração vegetal e mineral
Indústria
XVIII
Provavelmente: Plantações de feijão, milho cana-de-açúcar, inhame, batata-doce, mandioca  
Provavelmente: Criação porcos.
Frango
Ferreiros, tabernas
Sem informação.
Sem informação.
Provavelmente: engenho de cana, moinhos, de farinha, fubá
1836
Sem informação.
Sem informação.
Sem informação.
Casas de negócios
Sem informação.
Sem informação.
Engenhos de açúcar
Segunda metade do século XIX
Cana-de-açúcar, café, arroz, feijão, milho, mamona para produção de óleo,
Porcos, gado leiteiro e para corte, cavalos, carneiros.
Sem informação.
Casas de negócio, um boticário.
Sem informação.
Sem informação.
Engenhos de açúcar, moinhos, fábrica de manteiga, tecidos de lã e algodão, produção de óleo, mel.
Década de 1900
Cana-de-açúcar, Café
Gado bovino, porcos
-
-
-
-
Engenhos de açúcar,
fábrica de manteiga.
Década de 1910
Cana-de-açúcar, café, arroz.
Gado bovino
-
Uma farmácia, 18 estabelecimentos de negócios
Agência de correios, delegacia, biblioteca, duas escolas públicas um escrivão de paz,
-
Engenhos de açúcar
(vinte seis em 1913),
Mel.
Década de 1940
-
Gado leiteiro, Porcos
Galináceos  poedeiras
-
Agência de correios, delegacia, biblioteca,  escolas públicas
-
Queijo, aguardente.
Década de 1970
Milho, cana-de-açúcar, arroz, café, feijão
Gado leiteiro e de corte
-
12 comércios
Correios, delegacia, biblioteca,  escolas públicas
-
Uma indústria
Década de 1980
Cana-de-açúcar, café.
Gado leiteiro e de corte
-
-
Correios, delegacia, biblioteca,  escolas públicas.
-
Uma indústria
2000
Existência de 15 fazendas coloniais.
Milho, feijão, cana-de-açúcar, arroz, café, banana, batata -inglesa
Gado de corte e leiteiro, equinos, muares, suínos.
Galináceos
Um hotel fazenda
uma  farmácia, dois supermercados, duas padarias, dois açougues.

Bancos, delegacia, biblioteca, agência de correios,  escolas de ensino fundamental,  pré-escolar, uma de ensino médio.
-
Sete indústrias de transformação e duas de construção.


2003
Arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho, café, laranja, batata-inglesa.
Gado de corte e leiteiro, suínos, muares, equinos.

Galináceos
Ovos
Um hotel
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.


Turismo

Século/Década
/Ano
Agricultura
Bovinos, suínos, outros

Aves
Comércio
Serviços
Extração vegetal e mineral
Indústria
2004
Arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho, café, laranja.
Gado de corte e leiteiro, suínos, muares, equinos.
Galináceos
Ovos
-
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
Produção de mel.

Turismo
2005
Café, laranja, arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho,
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
Galináceos
Ovos
-
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
Produção de mel.

Turismo

2006
Café, laranja, arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho,
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
Galináceos
Ovos
-
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
Produção de mel.

Turismo
2007
Arroz, feijão, milho em maior quantidade, café, laranja.

Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
Galináceos
Ovos
-
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
Produção de mel

Turismo
2008
Café, laranja, arroz, cana-de açúcar, feijão, milho,
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
Galináceos
Ovos
-
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
Produção de mel.

Turismo
2009
Café, laranja, arroz, cana-de açúcar, feijão, milho,
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
Galináceos
Ovos
-
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
Produção de mel.

Turismo
2010
Café, laranja, arroz, cana-de açúcar, feijão, milho,
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
Galináceos
Ovos
-
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
Produção de mel.

Turismo
2011
Café, laranja, arroz, cana-de açúcar, feijão, milho,
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
Galináceos
Ovos
-
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.[1]
Produção de mel.
Turismo
2013
Milho e cana-de-açúcar.
Em menor quantidade: banana, batata-inglesa, arroz e feijão, etc.
Gado de corte e leiteiro,
Galináceos,
e ovos
Três hotéis fazendas, duas pousadas urbanas,
Uma farmácia, quatro mercados, duas padarias, dois açougues.
 bares e restaurantes.
Museu de Tecnologia Rural
Bancos, delegacia, biblioteca, agência de correios, sete escolas de ensino fundamental, duas de pré-escolar, uma de ensino médio.

Fabricação de Cachaça, Indústria de laticínios (duas unidades com produção considerável em Joselândia).
Uma unidade no distrito sede, com produção mais modesta.
A Cervejaria artesanal Loba.

Turismo.



[1] IBGE. Disponível na Internet: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?codmun=315910 Acessado em 16 de maio de 2013.



No século XX ocorreu a ocupação da antiga Rua das Flores - atual Rua Professor Virgílio Lacerda - e do entorno da Fazenda “do Antônio Quirino”, por edificações de um pavimento com tendências ecléticas, predominando mais tarde, a partir da segunda metade do século, edificações sem estilo definido. (As construções da segunda metade do século XX que ocuparam os vazios das praças e ruas da área central não possuem um padrão específico de sistema construtivo ou de volumetria). Em todo o conjunto predomina o uso residencial, alguns comércios e imóveis com uso misto de comércio e residência. O prefeito José Pereira Dutra – 1977/1983 - iniciu o calçamento das ruas e implantou parte das redes de esgoto e de água.[27]

Na gestão do primeiro prefeito – Antônio Nogueira de Oliveira, 1963/1967 – surgiu Bairro São Joaquim. Mais tarde, em 1987 foi criado o bairro Liberdade ocupado por moradores vindos da área rural fugindo da crise na agricultura. A Praça Oscar Teixeira Dutra foi construida entre os anos 1993/1996, na gestão do prefeito Hélio Francelino Pinto.[28]

Credita-se à estagnação econômica dos anos 1930, a atual conformação estética de urbe colonial.[29]
Parte da população que migra para a cidade, entre 1970 e 2000, acaba ocupando áreas de várzea antes inabitadas, contíguas ao Núcleo Histórico urbano. Essa ocupação se fez de forma desordenada, sem um mínimo planejamento por parte do poder público. Uma parte dessa população mora ainda em condições precárias, algumas vezes sem acesso a serviços básicos como saneamento e urbanização. (SANTANA DOS MONTES, Dossiê, 2003, p.32).

Ao redor da Praça Aristides de Araújo Teixeira e proximidade imediata da Igreja Matriz de Santana existem hoje cerca de vinte e cinco edificações construídas na segunda metade do século XX.[30]


Basicamente, o Centro Histórico de Santana dos Montes se configura pela Praça Aristides Araújo Teixeira – principal marco urbano da cidade; rua Professor Virgílio Lacerda[31]; rua Joaquim Nogueira[32]; rua Manoel Sebastião de Araújo; Ladeira Américo Leão; Praça Oscar Teixeira Dutra - onde está situada a fazenda do Antônio Quirino, primeira ocupação da região; Praça José Teodoro da Silva[33]; rua José de Paula; rua do Rosário; rua José Teixeira de Araújo; rua Joaquim Nogueira; rua Dr. Campolina e rua Alberto Alves Galvão.

A cidade entrou no século XXI como uma das mais novas e agradáveis opções turísticas de Minas Gerais devido a grande concentração de fazendas do périodo colonial construídas nos séculos XVIII e XIX; sua urbe harmoniosa mesclando edificações coloniais e estilos arquitetônicos de várias épocas do século XX; suas manifestações imateriais, além dos seus atrativos naturais:

Localizada na confluência entre as serras do Espinhaço e da Mantiqueira, a cidade apresenta um casario antigo emoldurado por pequenas montanhas. No entorno do município existem 15 fazendas coloniais, uma delas funcionando como hotel-fazenda. Essas propriedades deram uma contribuição fundamental para a história de Santana dos Montes, que teve seu apogeu econômico durante o ciclo do Ouro.

Ao contrário de outras regiões, no entanto, o lugarejo não se destacava pela presença de metais preciosos. Suas fazendas produziam alimentos para comunidades, já que as localidades ricas em ouro e outros minerais não tinham como garantir viveres suficientes para manter a população, devido à características de seu solo.
Para os amantes do turismo ecológico também não faltam opções. A Mata Atlântica ainda é bastante presente, em grande parte intocada e com fauna e flora muito ricas. A região conta ainda com inúmeras cachoeiras, cascatas, lagoas e nascentes, inclusive do rio Piranga. Todas elas livres de poluição.

Assim como as construções, as tradições culturais da cidade estão muito preservadas. Os visitantes podem se deliciar com a festa da padroeira, a Folia de Reis, o congado, a dança de fitas e a banda de música do município. E para levara para casa como lembrança, nada melhor do que o artesanato produzido pelos moradores. (Um paraíso ecológico que parou no tempo. Estado de Minas, Belo Horizonte, 11 de março de 2000, p. 29).


2 - O Patrimônio Imaterial


Ainda sobre as manifestações imateriais é importante ressaltar que muitas delas ocorrem no Centro Histórico da cidade enriquecendo a sua importância cultural, destacando-se a festa e procissão dedicada Santana, que ocorre no dia 26 de julho, o Congado de Nossa Senhora do Rosário, Procissão de São Cristóvão, Encomenda das Almas, Festa de São Sebastião, Folia de Reis[34], as comemorações da Semana Santa, as apresentações das Sociedades Musicais de Santana e São José, o Carnaval com os seus quatro (04) blocos tradicionais[35]



O Congado em Santana dos Montes possuia no passado, quatro guardas. Atualmente resta apenas a Guarda de Congado de Nossa Senhora do Rosário, fundada em data imprecisa. Normalmente os congadeiros se apresentam em outubro.

  
Junto consigo, o Congado evoca uma série de outros ritos como a Missa Conga, o Reinado dos Congos e as Embaixadas. (...) Segundo Seu Martins, durante os dias da Festa do Rosário, os dançantes acordavam cedo e saíam para trabalhar (palavra que ele usa para se referir ao ato de dançar o Congado), durante o dia todo. Enquanto dançavam, alguém ficava responsável por colher ofertas para a Igreja do Rosário. Hoje, segundo o relato do Capitão Esutáquio, eles se reúnem para se preparar na casa de D. Mria Eugênia. Prontos, eles saem para a apresentação, que sempre é feita com horário marcado. Nos dias de festa, levantam o mastro com a bandeira do santo logo pela manhã. (SANTANA DOS MONTES, Inventário. 2003. Ficha n.º 103, p.72).

A Folia de Reis, outra representação importante realizada nas imediações da Igreja Matriz de Santana, festeja a jornada dos Três Reis Magos vindos do oriente para visitar o menino messias.


Tradicionalmente a Folia de Reis tem inicio quando o grupo de foliões parte à meia noite do dia 24 de dezembro. Assim que se aproximam de uma casa pedem permissão para entrar na casa através de versos típicos. Caso aceite receber os foliões, o dono da casa abre a porta e recebe a bandeira ou oratório da folia, onde estão representados os Santos Reis, Nossa Senhora, São José e o Menino Jesus. Logo depois eles cantam rimas improvisadas, onde pedem saúde, paz e prosperidade para o dono da casa. Então pedem ofertas. A cada oferta recebida eles agradecem com mais rimas. A cantoria demora um tempo indeterminado, dependendo da urgência dos foliões e disposição dos residentes em contribuir com ofertas. Versos sobre a jornada dos Reis Magos e o nascimento do Menino Deus ocorre, mas são cantados na íntegra apenas quando há um presépio na casa. Antes de partir, os foliões entoam um canto de despedida. Tomam novamente a bandeira ou oratório e partem. Vão então de casa em casa pedindo ofertas para os Santos Reis até o dia 06 de janeiro. (SANTANA DOS MONTES, Inventário. 200, ficha n.º 104. P.73).
Ainda em janeiro ocorre a festa de São Sebastião, no dia vinte e três (23) de cada ano e é precedida por “tríduos”[36] e procissões que têm o ponto principal um leilão dedicado a São Sebastião onde ocorre o leilão dos animais, objetos e mesmo comidas típicas doados pelos moradores da região.


As doações de animais, especialmente os bezerros e novilhos mas também porcos e galinhas, são feitas na esperança de receber a proteção do santo sobre todo o rebanho, e quase sempre o animal doado é o mais saudável. De modo similar, tudo o que é arrematado no leilão está muito acima do preço, pois os fiéis pagam preços altos pelos gêneros visando reverter uma grande quantidade de dinheiro para a paróquia. Em Santana dos Montes a Festa de São Sebastião é uma celebração muito antiga, ocorrendo a várias gerações. (SANTANA DOS MONTES, Inventário. 2003, ficha n.º 105. P.74).

Destacam-se também no distrito sede, algumas atividades tradicionais com os benzedores[37], os artesãos que trabalham com taquara, os construtores de carro de boi, maceneiros, ferreiros e as tecelãs. Há ainda aqueles que dominam a técnica de construção de edificações em pau-a-pique. Outra atividade imaterial de grande repercursão são as escolas de violeiros: “Chico Lobo” – fundada em 2005[38] - e “São Gonçalo.”(Ver fichas de Inventário em anexo). Reginaldo Ascenção Gonçalves, professor de música da Escola de Violeiros Chico Lobo, também fabrica as violas utilizadas no curso.

Segundo o trabalho realizado pela “Associação Civil Favela é Isso Aí” em 2010, o município de Santana dos Montes possui trinta e seis (36) artistas: vinte e cinco (25) na área de artesanato,[39]cinco (5) na área de música, três (3) em folclore e religiosidade, um na área da culinária, um (01) na dança e um (01) na literatura.

Outra atração da cidade é o Museu de Tecnologia Rural situado em local provisório, que possui um acervo de cerca de duzentas e cinquenta (250) peças de vários países da America Latina e do Brasil colecionados pelo economista italiano, Marco Alajmo e, que, atualmente encontra-se sob a guarda dos proprietários do Solar dos Montes e da Associação dos Amigos de Santana dos Montes[40]

3 - A Proteção do Patrimônio Cultural pelo Município

Em 2001, o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Santana dos Montes e a Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Desenvolvimento, iniciaram o importante trabalho de inventariamento do acervo cultural local, motivados pelas diretrizes do programa de municipalização da proteção do patrimônio cultural - ICMS patrimônio Cultural - criado pelo Estado e coordenado pelo IEPHA/MG.[41] Em 2002, o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Santana dos Montes tombou a Fazenda São Pedro[42] pelo Decreto n.º 05/2002 de vinte e oito (28) de fevereiro; a Igreja Matriz de Santana – Decreto n.º 02/2002 e a imagem de Santana Mestra pelo decreto n.º03/2002 de quatorze (14) de fevereiro daquele ano.

A partir de 2001, instituimos os Conselhos Municipais de Turismo e de Cultura.  Após o tombamento da igreja matriz e da padroeira Santana, fomos para a praça. Convocada a “tropa de elite” cultural (Conselho do Patrimônio Cultural), fizemos o tombamento legal das seis fazendas do século XVIII. (DUTRA José Geraldo. Informativo da Associação civil Favela é Isso Aí. Ano 04. N.º 14. Março de 2010, p.6.).

Em 2003, em reunião ocorrida em vinte e quatro (24) de fevereiro daquele ano, o Conselho aprovou o tombamento do “Núcleo Histórico Urbano” composto pela Praça Aristides de Araújo, Rua Professor Virgílio Lacerda e Praça Oscar Teixeira Dutra, contemplando vinte e sete (27) edificações. Nessa mesma reunião foram aprovados os tombamentos das fazendas do Tanque - Decreto n.º 05/2003 de dez (10) de março de 2003; Caititu – Decreto n.º 03/2003 de dez (10) de março de 2003; de Antônio Quirino – Decreto n.º 04/2003 de dez (10) de março de 2003 e a fazenda Paciência – Decreto n.º 02/2003 também de dez (10) de março daquele ano.

O Prefeito Vicente de Paulo Souza Nunes assinou a Lei n.º 117/2003 de vinte e seis (26) de março de 2003 estabelecendo o tombamento definitivo do Núcleo Histórico - Inscrição no Livro de Tombo n.º 010.[43]

Conforme o definido pela lei, o Núcleo tombado passou a compreender os seguintes imóveis:
1 – Igreja matriz de Santana; 2 - Escola Estadual Dr. João Nogueira de Almeida; 3 – Sobrado à Praça Oscar Teixeira Dutra, 11 (Fazenda do Antônio Quirino); 4 – Casas à Praça Oscar Teixeira Dutra, 23; 5 - Casa à Praça Oscar Teixeira Dutra, 55; 6 – Casa à Praça Oscara Teixeira Dutra 67; 7 - Casa à Praça Aristides de Araújo Texieira, 1; 8 - Casa à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 5; 9 -  Casa à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 19[44]; 10 – Casa à Praça Aristides de Araújo Teixeira,37; 11 – Sobrado à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 66 (sede da Secretaria de Municipal de Cultura); 12- Sobrado à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 92; 13 - Casa à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 99; 14 - Casa à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 110; 15 - Casa à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 111; 16 - Sobrado à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 125; 17 – Casa à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 134; 18 – Casa à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 135; 19 – Casa à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 146; 20 - Casa à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 147; 21 - à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 172; 22 – Casa à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 186; 23 – Sobrado à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 189 (Solar dos Montes); 24 – Casa à Rua Professor Virgílio Lacerda, 79; 25- Casa à Rua Professor Virgílio Lacerda, 80; 26 -  Casa à Rua Professor Virgílio Lacerda, 111; 27 - Casa à Rua Professor Virgílio Lacerda, 125 - Demolida.

Segundo o Parecer Técnico da arquiteta Adriana Paiva Assis datado de vinte (20) de dezembro de 2002, o tombamento teve as seguintes motivações:

O Núcleo Histórico urbano (NHU), situado no distrito Sede do Município de Santana dos Montes, apresenta grande valor histórico, arquitetônico, urbanístico, simbólico e cultural, que permitem identifica-lo como um Bem Cultural que merece ser tombado, para que se efetive sua preservação, conservação e valorização.

Seu valor histórico é indiscutível, visto que está indissociavelmente ligado à fundação e ulterior desnvolvimento do povoado do Morro do Chapéu. Do ponto de vista urbanístico, devemos ressaltar a configuração de seu típico traçado, ao longo dos principais caminhos antigos, abrido-se em amplo largo defronte à Igreja Matriz de Santana. O NHU é composto, ainda, por exemplares arquitetônicos originais e preservados dos séculos XVIII, XIX e princípios do século XX, que indicam tipologias técnicas e materiais construtivos peculiares a cada período de conolidação urbana.

Por fim, mas não menos importante, o Núcleo Histórico Urbano constitui o mais tangível testemunho da riqueza e diversidade das produçõesculturais de Santana, revelando-nos sobre os processos e formas de organização social e, no campo especificamente urbanístico, sobre as formas de ocupação espacial, usos e referências dos períodos setentista e oitocentista em Minas Gerais. É ainda, fiel depositário da cultura popular e erudita da comunidade santanense, que se expressa no próprio uso das ruas, praças e espaços públicos.

O Núcleo Histórico Urbano adquire, portanto, uma importância vital para cada um dos santanenses, porque guarda o fundamento e a expressão das múltiplas identidades de seus habitantes. Em um tempo onde os avanços da globalização modificam as paisagens e as tornam cada vez mais uniformes e despersonalizadas, impõe-se a urgente necessidade de se proceder à sua Salvaguarda. (MUNICÍPIO DE SANTANA DOS MONTES, Dossiê de Tombamento, 2003. Vol. 2, p.5)

Logo após o tombamento municipal, em 2004 a Praça Aristides de Araújo Teixeira recebeu muros de arrimo em pedras de junta seca onde existiam barrancos de terra:

Foram instalados dois muros de arrimo, em pedras de junta seca, em locais antes ocupados por barrancos de terra. O primeiro cumpre a função de contenção no prolongamento da Praça, no início da Ladeira Américo Leão; o segundo, também de contenção, foi construído diante da Escola Dr. João Nogueira, contribuindo para a ambientação urbana. O monumento ao Centenário Paroquial foi revitalizado: o obelisco[45] foi revestido em granito e à sua volta foi removido o antigo lago de azulejos, cedendo espaço a um jardim de flores, rodeado por caminhos e áreas gramadas. Foram  instaladas ainda, duas placas de interpretação do patrimônio, conforme padrões estipulados no “Guia de Sinalização Turística” divulgado pelo IPHAN. (SANTANA DOS MONTES, IPAC – Ficha de Inventário n.º 123 de março de 2006, p. 48).

 Ainda hoje o antigo largo da Matriz centraliza a vida economica, política e cultural da cidade sendo palco das vivências cotidianas da pacata cidade - uma das fortes motivações para a sua proteção. Ao seu redor concentram-se os mais significativos imóveis dos séculos XVIII, XIX e XX e assim como no passado, a praça é o cenário de manifestações culturais, festas religiosas e populares.

Durante os primeiros anos do século XXI, várias edificações do Centro Histórico receberam manutenção realizada pela Prefeitura: a Igreja Matriz[46], e a edificação número 66, sede da Secretaria Municipal de Cultura e os imóveis de números 110, 134. A Escola Estadual Dr. João Nogueira foi restaurada com recursos do Governo Estadual entre os anos de 2004 a 2006.[47]

A edificação n.º 100 da Praça Aristides Araújo Teixeira construída entre os anos 1976/1978, teve a sua fachada modificada ao gosto colonial em 2006, com a autorização do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural.[48]Na mesma situação encontra-se a edificação assobradada de n.º 166 da Praça Aristides de Araújo Teixeira que em 2007 foi reformada com recursos do ICMS Patrimônio Cultural. Esse imóvel teve a sua fachada e telhado modificados para um estilo que lembra o colonial numa clara tentativa de manter a harmonia do conjunto.[49]
A partir das políticas implementadas nos últimos anos no município, multiplicaram-se, principalmente no perímetro do Núcleo Histórico Urbano, as ações de melhorias nas edificações, seja por iniciativa da Prefeitura, seja a partir de parcerias entre esta e a comunidade; ou mesmo através de iniciativas dos próprios moradores. Os critérios de intervenção são variados e geralmente não contam com assessoria técnica especializada, sendo definidos pelos próprios moradores. O que chama atenção nesse processo é a consolidação, no âmbito da comunidade, da ideia da conservação enquanto vetor de desenvolvimento e de qualidade de vida. (Grifo nosso).
(ASSIS, Adriana Paiva de. Arranjos e Conflitos entre a Conservação do Patrimônio e o Turismo. 24 de novembro de 2011. Disponível na Internet: http://www.forumpatrimonio.com.br/print.php?articleID=159&modo=1#. Acessado em 19 de fevereiro de 2013).


4 - O Município no Hoje

Situado na região Metalúrgica de Minas Gerais, o município de Santana dos Montes dista cento e trinta (130) quilômetros de Belo Horizonte, trezentos e cinquenta (350) quilômetros da Cidade do Rio de Janeiro e vinte e nove (29) quilômetros de Conselheiro Lafaiete.[50] Possui área de cento e noventa e seis (196) km2 com uma população estimada em três mil oitocentos e vinte e dois (3.822) habitantes conforme censo de 2010. A área urbana do distrito-sede se subdivide atualmente em quatro bairros: Centro, Catita, Residencial João Nogueira, São Joaquim e Liberdade.

A economia do município continua a girar entorno da agropecuária, empregando a maior parte da população no cultivo do arroz, feijão, café, banana, batata-inglesa e principalmente da cana-de-açucar, milho. Criam-se nas fazendas, galinhas, bois, porcos e cavalos.[51] Na área urbana, predominam os setores de serviços, atividades industriais e comercio. O município é servido de sete (07) escolas de ensino fundamental, duas (02) de pré-escolar e uma (01) de ensino médio. Possui atualmente dois (02) estabelecimentos de saúde. A energia elétrica é fornecida pela CEMIG desde 1974.

A Prefeitura Municipal é a maior empregadora, contando com duzentos e quarenta (240) funcionários. O comércio local vem crescendo, existindo nas áreas urbanas uma (01) farmácia, dois (04) mercados, duas (02) padarias, dois (02) açougues, três (03) laticinios e duas pousadas e posto bancário[52]. O município possui quatro (04) engenhos em funcionamento e as três (03) fazendas hotéis empregam cerca de cem funcionários. A vocação turistica se destaca com a transformação de antigas fazendas em pousadas e hoteis atraindo principalmente os moradores de grandes cidades, desejosos da traquilidade idealizada do mundo rural.[53] De 2001 a 2010, oito fazendas do período colonial foram restauradas numa clara adesão à vocação turística. Na indústria destaca-se a Cervejaria artesanal da marca Loba e a indústria de laticínios - duas unidades em Joselândia e uma no distrito-sede.

A pequena urbe continua a transpassar o tempo se reinventando sem perder as raízes, o contato com o passado e suas tradições construídas ao longo dos séculos XVIII, XIX e XX, sendo um exemplo da sadia convivência dos suportes físicos e imateriais da memória e as inovações modernas. Santana dos Montes se eterniza ao conciliar em um mesmo espaço, passado, presente e a projeção de seu futuro.

PRODUÇÃO ECONÔMICA DO MUNICÍPIO DE SANTANA DOS MONTES
Século/Década
/Ano
Agricultura
Bovinos, suínos, outros

Aves
Comércio
Serviços
Extração vegetal e mineral
Indústria
XVIII
Provavelmente: Plantações de feijão, milho cana-de-açúcar, inhame, batata-doce, mandioca  
Provavelmente: Criação porcos.
Frango
Ferreiros, tabernas
Sem informação.
Sem informação.
Provavelmente: engenho de cana, moinhos, de farinha, fubá
1836
Sem informação.
Sem informação.
Sem informação.
Casas de negócios
Sem informação.
Sem informação.
Engenhos de açúcar
Segunda metade do século XIX
Cana-de-açúcar, café, arroz, feijão, milho, mamona para produção de óleo,
Porcos, gado leiteiro e para corte, cavalos, carneiros.
Sem informação.
Casas de negócio, um boticário.
Sem informação.
Sem informação.
Engenhos de açúcar, moinhos, fábrica de manteiga, tecidos de lã e algodão, produção de óleo, mel.
Década de 1900
Cana-de-açúcar, Café
Gado bovino, porcos
-
-
-
-
Engenhos de açúcar,
fábrica de manteiga.
Década de 1910
Cana-de-açúcar, café, arroz.
Gado bovino
-
Uma farmácia, 18 estabelecimentos de negócios
Agência de correios, delegacia, biblioteca, duas escolas públicas um escrivão de paz,
-
Engenhos de açúcar
(vinte seis em 1913),
Mel.
Década de 1940
-
Gado leiteiro, Porcos
Galináceos  poedeiras
-
Agência de correios, delegacia, biblioteca,  escolas públicas
-
Queijo, aguardente.
Década de 1970
Milho, cana-de-açúcar, arroz, café, feijão
Gado leiteiro e de corte
-
12 comércios
Correios, delegacia, biblioteca,  escolas públicas
-
Uma indústria
Década de 1980
Cana-de-açúcar, café.
Gado leiteiro e de corte
-
-
Correios, delegacia, biblioteca,  escolas públicas.
-
Uma indústria
2000
Existência de 15 fazendas coloniais.
Milho, feijão, cana-de-açúcar, arroz, café, banana, batata -inglesa
Gado de corte e leiteiro, equinos, muares, suínos.
Galináceos
Um hotel fazenda
uma  farmácia, dois supermercados, duas padarias, dois açougues.

Bancos, delegacia, biblioteca, agência de correios,  escolas de ensino fundamental,  pré-escolar, uma de ensino médio.
-
Sete indústrias de transformação e duas de construção.


2003
Arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho, café, laranja, batata-inglesa.
Gado de corte e leiteiro, suínos, muares, equinos.

Galináceos
Ovos
Um hotel
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.


Turismo
Século/Década
/Ano
Agricultura
Bovinos, suínos, outros

Aves
Comércio
Serviços
Extração vegetal e mineral
Indústria
2004
Arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho, café, laranja.
Gado de corte e leiteiro, suínos, muares, equinos.
Galináceos
Ovos
-
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
Produção de mel.

Turismo
2005
Café, laranja, arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho,
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
Galináceos
Ovos
-
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
Produção de mel.

Turismo

2006
Café, laranja, arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho,
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
Galináceos
Ovos
-
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
Produção de mel.

Turismo
2007
Arroz, feijão, milho em maior quantidade, café, laranja.

Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
Galináceos
Ovos
-
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
Produção de mel

Turismo
2008
Café, laranja, arroz, cana-de açúcar, feijão, milho,
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
Galináceos
Ovos
-
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
Produção de mel.

Turismo
2009
Café, laranja, arroz, cana-de açúcar, feijão, milho,
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
Galináceos
Ovos
-
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
Produção de mel.

Turismo
2010
Café, laranja, arroz, cana-de açúcar, feijão, milho,
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
Galináceos
Ovos
-
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
Produção de mel.

Turismo
2011
Café, laranja, arroz, cana-de açúcar, feijão, milho,
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
Galináceos
Ovos
-
-
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.[54]
Produção de mel.
Turismo
2013
Milho e cana-de-açúcar.
Em menor quantidade: banana, batata-inglesa, arroz e feijão, etc.
Gado de corte e leiteiro,
Galináceos,
e ovos
Três hotéis fazendas, duas pousadas urbanas,
Uma farmácia, quatro mercados, duas padarias, dois açougues.
 bares e restaurantes.
Museu de Tecnologia Rural
Bancos, delegacia, biblioteca, agência de correios, sete escolas de ensino fundamental, duas de pré-escolar, uma de ensino médio.

Fabricação de Cachaça, Indústria de laticínios (duas unidades com produção considerável em Joselândia).
Uma unidade no distrito sede, com produção mais modesta.
A Cervejaria artesanal Loba.

Turismo.

 “Para mim, minha terra está sempre aí, esperando-me e é parte de mim, bem no fundo do meu ser; é tão minha como meus braços e pernas.” (Robert Coles Proprietário rural Norte-Americano. Boston: Little, Brown, 1971).





[1] Segundo manuscrito no passeio da praça, o jardim da praça foi construído em 1/06 de 1966 pelo prefeito Antônio Nogueira de Oliveira.
[2] SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento, 2003. p. 32.
[3] Paróquia de Santana. Arquidiocese de Mariana. Santana dos montes. Programa Oficial das Comemorações dia 06 de outubro de 1974 – sob a presidência do Exmo. Sr. Arcebispo Metropolitano , Dom Oscar de oliveira. 1974, s/n. o Padre Walter Coimbra de Resende foi empossado em
[4] aLMANAQUE de Minas 1864. Ouro Preto: s/e, 1864. p. 102.
[5] A fazenda Paciência e Bom Retiro foram incorporadas ao distrito de Morro de Chapéu, pela Lei n.º 512 de 3 de julho de 1850. Pertencia a essa época a Joaquim Lourenço Baeta Neves.
[6] O nome original era fazenda Caatinga
[7] O Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Santana dos Montes tombou em 2003, as fazendas Caititu, Tanque, Paciência, e São Pedro.
[8] TRINDADE, 1945, p. 208.
[9] No século XX, em data imprecisa, a igreja antiga foi demolida dando lugar a atual.(Ficha de Inventário N.º116, mar.2006, p.41).
[10] Inaugurada em quinze (15) de dezembro de 1883.
[11] SENNA, 1913, p.709.
[12] O estilo eclético em arquitetura  é uma mistura de estilos arquitetônicos dando origem a uma nova arquitetura. O ecletimos surgiu nas décadas finais do século XIX. No Brasil, teve seu principal momento nas primeiras décadas do século XX.
[13]O estilo art déco surgiu internacionalmente por volta de 1925 e teria prevalecido até o anod de 1939. No Brasil o estilo ainda perdurou durante os primeiros anos da década de 1940.
[14] No governo do Dr. Antônio Carlos de Andrada. O prédio sofreu reformas nos governos do prefeito municipal José Pereira Dutra – 1967 a 1971 e em 1979. Entre os anos 2004/ 2006 passou por novas obras realizadas pelo governo do Estado. Atualmente Escola Estadual Dr. João Nogueira, oferece além do ensino fundamental cursos de 2º grau com aproximadamente 400 alunos.
[15] Livro de receitas e despesas da Fábrica da Matriz (manuscrito) Arquivo da Paróquia de Santana. Santana dos Montes: 1888-1919. Fl.26.
[16] O primeiro proprietário da usina foi Daniel Teixeira e o último –em 1974 – Edson Amaro. (Museu e Arquivo Antônio Perdigão. Conselheiro Lafaiete. Pasta de Santana dos Montes n.º37 I).
[17] SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento, 2003, p.24.
[18] Importante relatar que o Padre José Lopes Magalhães realizou algumas reformas na Igreja Matriz durante o período que esteve sobre o seu comando: em junho de 1937, “renovou-se o assoalho da capela do santíssimo que estava completamente comido pelos cupins”. Em fevereiro de 1939, realizou reformas no telhado. (ARQUIVOS da Paróquia de Santana. Santana dos Montes. Livro do Tombo de Santa Anna do Morro do Chapéu, junho de 1937: 1936-2013. fl 17v e 37v.)
[19] Nesse ano de 1943, santana dos Montes possuía os seguintes logradouros públicos: O Largo da Matriz, a Rua de cima, a Rua Dr. Campolina, A Rua Treze de Maio, a Rua da Vargem, a Ladeira da Calçada, a Estrada do Barro Branco e a Estrada do Fernandes. (Departamento Estadual de Estatística – Primeira Divisão, Belo Horizonte, 31 de dezembro de 1943).
[20] Essas pontes são de concreto atualmente.
[21] São José do Carrapicho teve o nome mudado par Joselândia pela Lei n.º 1039 de 12 de dezembro de 1953.

[22] governo do Estado de Minas Gerais. Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral. Superintendência de Estatística e Informações – Sistema Estadual de Planejamento.1977. Não foi especificado que tipo de indústria existia.
[23] IBGE. Disponível na internet: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?codmun=315910 . Acessado em 16 de maio de 2013.
[24] disponível na internet: http://cidadesnet.com/municipios/santanadosmontes.htm#atividadeseconomicas . Acessado em 03 de abril de 2013.
[25] Sinopse Preliminar do Censo demográfico 2000. Disponível na Internet em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/sinopse_preliminar/Censo2000sinopse.pdf . Acessado em 19 de fevereiro de 2013.
[26] Informações sobre a população estimada dos anos 2005,2006,2008 e 2009 disponível na internet em http://www.oim.tmunicipal.org.br/abre_documento.cfm?arquivo=_repositorio/_oim/_documentos/2d9ddba3-cb68-f94e-42ba0273ad1bcbe918082009100643.pdf&i=745 . Acessado em 19 de fevereiro de 2013.
[27] Museu e Arquivo Antônio Perdigão. Pasta Santana dos Montes  n.º 37 I.
[28] Inventário de Proteção do Acervo Cultural de Santana dos Montes. Ficha de Inventário da Fazenda Antônio Quirino. Março/abril de 2001.
[29] SANTANA, Dossiê de Tombamento, 2003, p. 32,33.
[30] SANTANA DOS MONTES, Dossiê de tombamento, 2003,v.1 p.43.
[31] Essa denominação foi conferida pela Lei Municipal n.º 7 de 19 de outubro de 1970.
[32] A rua Joaquim Nogueira foi criada pela Lei Municipal n.º 9 de 19 de outubro de 1970.
[33] Antiga Praça Duque de Caxias. O nome atual foi criado por lei municipal n.º 79 de 09 de novembro de 2001.
[34] Durante o comando da Igreja de Santana pelo Padre José Lopes Magalhães, a Folia de Reis chegou a ser  proibida de sair: “Apesar de haver prohibido a sahida de Folias de Reis o Sr. Antônio Pedro, rezador desta Parochia, desobedeceo, despresando mesmo a ordem do Vigário. Este homem, apesar de velho, gosta ainda de divertimentos ruidosos e exerce muita ascendência no lugar, não obstante seu estado de pessoa simples e pobre.”(ARQUIVOS da Paróquia de Santana. Santana dos Montes. Livro do Tombo de Santa Anna do Morro do Chapéu, fevereiro de 1939: 1936-2013. Fl. 35). O grupo atual de Folia de Reis existe desde 1996. (Jornal Santana Hoje, janeiro de 2006. N.º 51 pág. 04).
[35] São quatro blocos tradicionais a animarem o Carnaval de Santana dos Montes: Santanense, Aliado, Família Congonheiros e Repica.
[36] Preparação com três dias de oração para uma festa católica.
[37]Benzedores importantes localizados em 2008: Maria Joana Ferreira, Antônio Luiz Damaceno, Antônio Miguel Filho e Osvaldo Alcino de Paulo.
[38] A aula inaugural da escola de violeiros ocorreu no dia 1 de maio de 2006. ( Jornal Santana Hoje, maio de 2006, n.º 55, pág. 02).
[39] Destaca-se o escultor Zé Arruda, que esculpe e molda peças em pedra sabão, e madeira. Desde 2004 o município vem dando apoio aos artesãos locais na promoção de seus trabalhos.
[40] Marco Alajmo é coordenador de Projetos de Desenvolvimento Rural da União Europeia. Sua coleção foi montada ao longo de 25 anos de viagens pelas Américas. Existe a ideia de se criar a partir do Museu de Tecnologia Rural, um Museu de Território com diversas unidades para visitação.
[41] O município elaborou um Plano de Inventário em 2000 conforme metodologia definida pelo IEPHA/MG.
[42] A Fazenda São Pedro teria surgido em 1720 construída pelo Coronel Manuel André. Em 2002 pertencia aà família de Virgílio Benjamin Teixeira. (Nova Gazeta  N.º 213 de 26 de junho à 5 de julho de 2002).
[43] O município tem os seguintes bens tombados: Igreja Matriz de Santana, Fazenda do Antônio Quirino, Fazenda Caititu, Fazenda São Pedro, Fazenda Paciência, Fazenda do Tanque, Fazenda da Posse, Fazenda Fonte Limpa, o Núcleo Histórico Urbano e a imagem de Santana Mestra.
[44] Edificação construída por volta de 1830, por Joaquim de Barros, casado com Cândida Eufrásia de Araújo, herdeira da Fazenda Guarará e filha de um dos primeiros povoadores de Santana dos Montes, o Capitão Francisco de Araújo.

[45]O trabalho de reforma do monumento foi feito pela EMATER-MG tendo como responsável técnico o Engenheiro Agrónomo Luiz Carlos de Araújo. (Jornal Santana Hoje, janeiro de 2004. N.º 36. Pág. 03).
[46] Em 2005 foi inaugurada a nova iluminação do adro da igreja matriz de Santana com seis postes e luminárias fabricadas por Roberto de Noro, de Joselândia. A Obra custou à Prefeitura Municipal R$ 1.900,00 (Um mil e novecentos reais). (Jornal Santana Hoje, julho de 2005. N.º 46. pág. 03).
Paralelamente foram realizadas obras de restauro da igreja Matriz: Limpeza do telhado e remoção de goteiras, substituição da janela frontal, colocação de extintores, colocação de grades no adro, troca de todos os disjuntores elétricos, colocação de tubulação do sistema Condulete em todos os circuitos aparentes de iluminação no altar-mor, colocação de tomadas no coro, luminárias do altar-mor, colocação de pedra sabão em todo o adro em substituição do cimento, pintura da fachada e dos muros do adro, abertura de um portão lateral de acesso ao Salão Comunitário. O recurso para a restauração veio do ICMS Patrimônio Cultural via Fundo Municipal do Patrimônio Cultural (Jornal Santana hoje, junho de 2004. N.º 41. Pág. 03).
[47] SANTANA DOS MONTES, IPAC – Ficha de Inventário n.º 123 de março de 2006, p. 48/49.
[48] SANTANA DOS MONTES, IPAC – Ficha de Inventário n.º 141 de março de 2007, p. 61/62.
[49] SANTANA DOS MONTES, IPAC – Ficha de Inventário n.º 51 de março de 2008, p. 65/66.
[50] a MG 0405 que liga Santana dos Montes à BR 040 foi asfaltada a partir da autorização para as obras assinadas pelo então Secretário de Obras Públicas do Estado, Dr. Agostinho Patrus e pelo prefeito Vicente de Paulo Souza Nunes em 11 de agosto de 2005 .(Jornal Santana Hoje, Agosto de 2005. N.º 47. Pág. 01.
[51] Em 2003 o município possuía 7000 cabeças de bovinos, 470 equinos, 9400 galináceos, 70 muares e 1000 suínos. Fonte: disponível na Internet: http://cidadesnet.com/municipios/santanadosmontes.htm#AtividadesEconomicas . Acessado em 03 de abril de 2013.  Em 2005 o município de Santana dos Montes possuía 980 suinos, 420 equinos, 75 muares, 2200 galináceos e produzia 2900 litros de leite. Possuía uma indústria extrativista, 7 indústrias de transformação e duas de construção.Disponível na internet: http://www.uniregistro.com.br/cidades-do-brasil/minasgerais/santanadosmontes/ . Acessado em 03 de abril de 2013.
[52] Após reforma, o antigo prédio da Câmara Municipal passou a sediar o banco postal do Bradesco inaugurado em 6 de julho de 2007 .
[53]Funciona como hotéis fazendas a fazenda Santa Marina, a Fazenda Fonte Limpa e a Fazenda do Tanque. Até o final do ano de 2013, entrarão em funcionamento como pousada as fazendas da Chácara, e Paciência.
[54] IBGE. Disponível na Internet: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?codmun=315910 Acessado em 16 de maio de 2013.