PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

quinta-feira, 29 de março de 2012

INVENTÁRIO

O INVENTÁRIO 
Autor: Carlos Henrique Rangel

Antônio e José foram contratados para fazer o inventário do acervo cultural da cidade. Não tinham muita experiência mas muita vontade.
Pararam na primeira casa admirados.
Essa é boa. – Disse Antônio no alto de sua sabedoria de arquiteto recém-formado.
Eu converso com o proprietário enquanto você fotografa a casa. –Disse o historiador José.
Antônio concordou balançando a cabeça.
Os dois atravessaram o portão e bateram à porta.
Uma senhora de cabelos despenteados os atendeu.
- Bom dia senhora... – Desejou José.
- Bom dia. – Disse a mulher.
-Meu nome é José e este é o Antônio. Estamos fazendo um inventário para a Prefeitura. Podemos conversar um pouco?
-Podemos sim. – Disse a desconfiada senhora. Antônio se afastou para olhar a casa e José começou o seu questionário.

-Essa casa é muito antiga, né? – Perguntou José.
- É...
-Quantos anos? – Perguntou novamente José.
- Muitos... – Falou a mulher laconicamente.
-Hum... Quem construiu?
-Foi o Zé.
- Sei... O Zé era seu pai?
- Não...
-A senhora comprou a casa do Zé?
-Não... Meu pai deixou prá mim...
-Então o pai da senhora comprou do Zé?
-Não.
-Seu pai comprou de quem?
-Do Lalau...
-Tem muito tempo?
A mulher pensou um pouco...
-Tem...
-E a senhora herdou do seu pai?
-Herdei...
-Quando foi? – Perguntou José se encostando na parede da casa.
-Quando ele morreu.
-Sei... – Disse José olhando para o papel e suas anotações.
A casa passou por alguma mudança? – Perguntou o rapaz.
-Só uma.
-Qual?
-A pintura.
-A pintura?
-É... Era azul, agora é verde.
-A senhora que pintou?
-Meu marido.
-Posso falar com ele?
-Não.
-Por quê?

- Tá não...
-Volta logo?
-Espero que não...
-Por quê? – Perguntou José curioso.
-Morreu... – Disse a mulher.
José ficou sem graça.
-Ah...Desculpa... Acho que é só isto... Muito obrigado. – Disse o rapaz apertando a mão da senhora.
De nada. – Disse ela.
A mulher fechou a porta e José foi procurar o Antônio.
- E aí! Foi boa a entrevista? – Perguntou Antônio ao companheiro.
-É, sô, a mulher não sabe de nada...
-Deixa. Vamos para a outra casa.

Os dois companheiros seguiram para a casa ao lado.

FIM

terça-feira, 27 de março de 2012

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL - PASSO A PASSO


  1. EDUCAÇÃO PATRIMONIAL PASSO A PASSO: Passo-a-Passo para a realização de atividades de Educação Patrimonial
1° Passo: Tema
Escolha o tema a ser trabalhado: É um tema geral? Tem um enfoque específico?
Inventário? Tombamento de um bem cultural? Restauração?
2° Passo: Público-alvo
Qual o público a ser atingido? Qual a idade?
Qual a escolaridade? Qual a categoria profissional?
Abrangência: Escolas? Quais as turmas? Bairro? Comunidade rural? Comunidade em geral?
3° Passo: Montagem do projeto
Siga o modelo apresentado pelo IEPHA/MG. Justifique o projeto e sua temática.
Defina os objetivos: O que se deseja?
Defina os métodos e técnicas: O que vai usar para alcançá-los?
Defina equipe: Quem vai trabalhar e os potenciais parceiros?
Defina o cronograma: Quais as etapas/ações e o tempo para realizá-las?
Defina os recursos materiais, humanos e financeiros para desenvolver as atividades/ações.
4° Passo: Reunião com os parceiros/multiplicadores
A - Faça uma reunião com os parceiros/multiplicadores/aliados, para a apresentação do projeto e definição das estratégias de ação: início da oficina para os multiplicadores, definição das atividades, definição dos papéis de cada um, início dos trabalhos/ações/etapas.
B - Planeje a oficina para preparo dos parceiros/multiplicadores.
C - É necessária a definição de conceitos e o preparo de material didático de apoio para os multiplicadores. Exemplo: apostilas, folhas didáticas, mapas, desenhos.
D - Na oficina/curso devem ser definidas (e testadas) as ações/atividades e o papel de cada um no projeto. Esteja sempre aberto a novas propostas de atividades.
5° Passo: Divulgação do projeto e das atividades relacionadas à preservação do patrimônio cultural
A - Entrevistas informativas e/ou pequenas reportagens em rádios, TVs, jornais locais/regionais e internet para divulgação do projeto e exposição da temática, conceitos e procedimentos da política cultural municipal, estadual e federal. Use a mídia em todas as fases/etapas do projeto.
B - Uso de boletins informativos como meio divulgador das ações do Departamento Cultural para ser distribuído via mala direta ou em locais públicos.
C – Promoção de palestras/debates sobre preservação do patrimônio cultural com funcionários, assessores, secretários da prefeitura, para refletir e desenvolver ações de acordo com a realidade do patrimônio cultural do município. Podem ser convidadas instituições públicas estaduais e federais, como o IEPHA ou IPHAN, e acadêmicos familiarizados com a temática.
D - Exposições públicas dos trabalhos desenvolvidos ao final de cada fase ou na conclusão. Deve estar previsto coquetel de lançamento ou abertura oficial com convidados e autoridades. Os produtos resultantes dos trabalhos devem ser expostos e divulgados: banners, cartazes, cartilhas, álbuns, entrevistas, vídeos, jogos educativos, trabalhos manuais etc


6° Passo: Realização das Atividades
Definição e planejamento das atividades/etapas em um cronograma. Ou seja: defina o que fazer, como e onde fazer, quem vai coordenar a atividade, quem vai fazer a atividade e quando. Exemplo:


O que fazer?Como?
Onde?
Quem vai coordenar?
Quem vai fazer?
Quando?
Conhecer o patrimônio cultural local.Visita Guiada e trabalhos de pesquisa utilizando folha didática.
Igreja Matriz.
Professores.
Alunos das escolas.
Fim de semana.
·         Se for o caso, defina coordenadores para cada tipo de atividade/etapa para facilitar o desenvolvimento do projeto.
·         A cada etapa/atividade do projeto, faça uma avaliação dos resultados em conjunto com os parceiros/multiplicadores.
·         Sempre há possibilidade de substituir ações ou incluir novas, assim como a incluir novos parceiros e aliados.
·         Esteja sempre aberto a novos parceiros que possam ajudar a desenvolver as atividades de educação patrimonial ou que tragam novas contribuições ou mesmo ações complementares.
Modelo de cronograma:
Mês/AnoAtividade/ Fase
Método/ Técnica
Tempo e Objetivo
Avaliação








7° Passo: Conclusão dos trabalhos e definição de novas etapas
Concluir os trabalhos com uma grande exposição dos produtos do projeto envolvendo toda a comunidade. Exemplo: Exposições em praças e/ou rua, de trabalhos de artes plásticas, escultura, músicas, danças locais/regionais, trabalhos desenvolvidos no projeto em conjunto com feira de comidas e bebidas típicas.
A organização de uma exposição – orientação básica:
·         A disposição do que se quer expor deve ser clara para facilitar a observação.
·         A estrutura da exposição deve evitar a poluição visual.
·         Se expuser peças, mantenha-as ao nível da cintura de um adulto ou, se o público preferencial for infantil, devem estar mais baixas.
·         Use, se possível, cores discretas no material de apoio dos objetos/peças.
·         Os objetos expostos devem conter fichas de identificação legíveis e em local visível. Deve conter o título do objeto exposto e a autoria. Poderá, dependendo do caso, conter informação sobre o material utilizado para sua confecção.
(Fonte Consultada: ARAUJO, Francisco César de. Os Espaços da Memória conceitos e procedimentos para o trabalho da história no ciclo de alfabetização, janeiro de 2000.)
Faça uma reunião com os parceiros/multiplicadores para uma avaliação geral do projeto e definição de sua continuidade.
Lembre-se: Educação Patrimonial deve ser uma atividade permanente!
             

F -  Roteiro para elaboração de projeto de Educação Patrimonial (Normas básicas do IEPHA/MG)
A elaboração de um projeto segue as particularidades das propostas trabalhadas e pensadas pela equipe de trabalho, mas as apresentações do material ao IEPHA/MG devem seguir algumas normas básicas, respeitando requisitos para esse tipo de trabalho. Essas normas básicas são:
Formatação do Projeto:
PAPEL: A4.
FONTE: Arial ou Times New Roman – tamanho 12.
MARGENS:
•             Direita: 3 cm;
•             Esquerda: 2 cm;
•             Superior: 3 cm;
•             Inferior: 2 cm.
ESPAÇAMENTO (entre linhas): 1,5 linha.
ALINHAMENTO: Justificado.
PÁGINAS NUMERADAS:
•              Canto superior direito;
•              Informar quantidade total de páginas (exemplo: 1/20, 2/20 etc);
•              Iniciar contagem a partir da Apresentação.
·         TÍTULOS: letra maiúscula, negrito, tamanho 14.
Obs.: Apenas os títulos devem ser escritos em letras maiúsculas.
Composição do Projeto:
O projeto deve ser composto das seguintes partes (que seguirão as regras acima):
A. Capa
Deve conter:
- Nome da prefeitura da cidade;
- Nome do projeto;
- Mês e ano de sua elaboração.
Todos os itens da capa devem ser digitados com letras maiúsculas, tamanho 14, em negrito e centralizados. 

B. Sumário
Apresentar cada divisão do trabalho e suas respectivas páginas.

C. Apresentação
Esta é a parte introdutória do projeto. Nela deve ser apresentado um panorama do trabalho a ser realizado, abordando o que, como, onde e para quem se destina, possibilitando a identificação da natureza do projeto, sua contextualização histórica e regional, bem como sua relevância para o município.

D.Justificativa
Nesta parte deve-se fazer uma abordagem mais profunda da relevância deste projeto para o município. Deve ser exposto POR QUE e PARA QUE o projeto é importante. É a apresentação de argumentos que justifiquem a importância da realização do projeto.
E. Público-alvo
A quem este projeto se destina? Quem será contemplado pelos trabalhos desenvolvidos neste projeto? Deve ser identificado o público que se pretende alcançar (faixa etária, escolaridade, região, condição sócio-econômica, hábitos culturais etc.).
F. Objetivos
O que se pretende alcançar com o trabalho?
- Objetivos gerais – que englobam todo o público-alvo;
- Objetivos específicos – de acordo com cada etapa e com cada grupo a ser trabalhado.
G. Metodologia
A metodologia trata do aspecto prático do projeto. Como o projeto será posto em prática? Quais métodos e técnicas serão utilizados? Como, onde, quando? Quais aspectos serão trabalhados com cada método? O que se espera alcançar? Quais as atividades e como serão realizadas.
H. Cronograma
O cronograma deve relacionar as atividades com o tempo disponível para a realização dos trabalhos. Quanto tempo vai durar cada atividade/fase do projeto? Quando será realizada? No cronograma deve estar prevista a avaliação das atividades/fases a fim de detectar problemas e buscar evitá-los ou resolvê-los.

Modelo de Cronograma:
                                                                       

CRONOGRAMA

MÊS/ANO
ATIVIDADE/
FASE
MÉTODO/
TÉCNICA
TEMPO E OBJETIVO
AVALIAÇÃO











I. Orçamento
Qual o custo para a execução do projeto em todas suas etapas? Em que se gastará? Quais as fontes de recursos disponíveis?
Deve ser feito um levantamento dos materiais necessários para a realização de cada atividade/fase, bem como despesas diversas que serão necessárias. Devem-se quantificar os recursos necessários e identificar as fontes de recursos para o projeto.
J. Produtos
Quais os produtos que serão gerados durante e ao final da execução do projeto? Identificar as possíveis realizações como exposições, painéis, apresentações artístico-culturais, produção de textos, cartilhas etc.

K. Equipe técnica
Quem está envolvido na execução do projeto? Identificar os membros da equipe e as parcerias (se houver) e definir as atribuições de cada um. Identificar o coordenador do projeto.
L. Referências bibliográficas
Quais as fontes de consulta utilizadas? Apresentar as obras usadas para a elaboração do projeto dentro das normas da ABNT. Exemplo:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo; Editora Paz e Terra, 1996.


FONTE: MANUAL - DIRETRIZES PARA A EDUCAÇÃO PATRIMONIAL - IEPHA/MG

domingo, 18 de março de 2012

quarta-feira, 14 de março de 2012

TOMBAMENTO DO CENTRO HISTÓRICO DE OLIVEIRA

Processo n.º: 001/2012


Bem cultural: Centro Histórico de Oliveira

Município(s): Oliveira

Relator constituído: Carlos Henrique Rangel

Data: 12 de março de 2012

Parecer :

A proposta de tombamento tem como finalidade a proteção legal ao Centro Histórico de Oliveira, situado na Região de Campo das Vertentes. O município tem sua ocupação vinculada à bandeira de Lourenço Castanho Taques que desbravou a região em combate aos índios Cataguases nos primeiros anos da segunda metade do século XVII. Esse desbravador abriu o caminho a outras bandeiras paulistas à cata de ouro entre os anos de 1733 a 1736, definindo o caminho denominado “Picada de Goias” que levava a essa Capitania, no centro da colônia. Oliveira surge nesta rota, sendo passagem obrigatória dos comboios rumo ao sertão de Goiás.

Inicialmente, a povoação teve diversas denominações “Campo Grande da Picada de Goiás”, “Campo Grande da Travessa de Goiás” ou “Caminho Novo de Goiás”. Esse trajeto era obrigatório para tropas e comboios de sertanistas devido à fertilidade de suas terras e abundância de águas, o que contribuiu para a instalação de ranchos de tropeiros e a fixação de várias famílias.

Situado, em meio à encruzilhada dos caminhos, o povoado teve a sua ocupação influenciada pelos riachos “Maracanã” e “dos Passos”, o primeiro corria para o norte e o segundo vinha de Morro das Pedras correndo para leste.
Em meados do século XVIII, a localidade já possuía uma embrionária organização eclesiástica vinculada à freguesia de São José Del Rei, atual município de Tiradentes.

O viajante naturalista francês, Auguste de Saint-Hilare, que visitou localidade entre os anos 1818-1822, a descreveu da seguinte forma:
… uma pequena cidade (sic), situada a duas léguas de São João Del Rei. O arraial conta-se entre os poucos que não devem sua fundação à presença do ouro em suas terras. Sua existência se deve unicamente às vantagens de sua localização. Várias estradas importantes passam pelo lugarejo: a que vai de Barbacena ao Arraial de Formiga, a que liga a região do Rio Grande à cidade de Pitangui, a que vai do Rio de Janeiro e São João Del Rei a Goiás, a de Vila de Campanha a Formiga, etc. O povoado é rodeado de morros e está situado ao alto de uma colina de cume achatado. É composto de duas ruas, sendo a principal bastante larga. A maioria de suas casas é de um só pavimento, mas cobertas de telhas e bastante amplas para os padrões da região. De um modo geral, são caiadas, com portas e janelas pintadas de amarelo e emolduradas de cor-de-rosa, o que forma um contraste bastante agradável com as paredes brancas. Uma grande parte dessas casas, mesmo as mais bonitas, só são ocupadas no domingo, pois pertencem a fazendeiros que passam o tempo em suas terras e só vão ao povoado nos dias em que a missa é obrigatória. Oliveira conta com duas igrejas, sendo que a mais importante foi construída numa elevação ao centro da rua principal, e a igual distância das fileiras das casas. Encontram-se em Oliveira várias lojas de tecidos e armarinhos com variado estoque, além de botequins, uma farmácia e dois albergues, cada um com seu rancho. Há também alfaiates, sapateiros, serralheiros etc.
(SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem às Nascentes do rio São Francisco. Belo Horizonte, Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed. Da Universidade de São Paulo, 1975. p.85)

A diversidade de serviços na pequena localidade já demonstrava, na época, a prosperidade local motivada pelos engenhos de cana de açúcar, produção de toucinho, fumo, gado vacum e cavalar, aguardente, e tecidos de algodão.

O povoado foi elevado a freguesia em 1832 e à vila em 1839. A partir da segunda metade o século XIX, precisamente em 1861, seu crescimento a elevou a cidade. Há uma mudança significativa na composição arquitetônica da localidade com o surgimento dos grandes sobrados, em sua maioria construídos pelos portugueses: mestre José Fernandes Couto, conhecido como Zé Carapina e Antônio da Silva Campos, justificando a alcunha de “Cidade dos Palacetes”.Grande parte desses sobrados se situavam na colina, largo da Matriz de Nossa Senhora de Oliveira (igreja construída no século XVIII, tombada pelo IEPHA/MG em14 de agosto de 2002), atual Praça XV de Novembro. Nesta imediação ficam as ruínas do Casarão do Capitão Henrique, edificação do século XIX, protegidas pelo tombamento realizado pelo IEPHA/MG (Deliberação do CONEP N.º3/2010 de 23 de março de 2010).
O largo da Matriz constituía a grande referência da cidade de Oliveira já em meados do século XIX, onde se situavam os velhos cochos de distribuição de água potável, a Cadeia, o quartel da Guarda Nacional e a primeira Câmara Municipal. Neste período destacavam-se também a igreja de Nosso Senhor dos Passos, na proximidade do Córrego Maracanã, a Escola Normal e a igreja de Nossa Senhora do Rosário. Oliveira assistiu no final dos oitocentos, a uma expansão urbana com o advento da República e a valorização do café, principal produto do município. Além disso, destacam, neste período, melhoria de serviços urbanos e a instalação da ferrovia.
Em princípio do século XX, tem inicio a modificação das fachadas do centro urbano, com o surgimento de edificações aos gostos neoclássico e eclético, trazido por imigrantes portugueses e italianos, que conviviam com os sobrados do século XIX. A luz elétrica surgiu em 1908 e em 1920, o largo foi ajardinado e se tornou centro de lazer e de atividades culturais, recebendo também um coreto e um rinque de patinação. Destaque deste período é o Fórum, que em 1913 ocupou o sobrado oitocentista do Coronel Teodoro Ribeiro de Oliveira e sofreu reformas ao gosto neoclássico para receber o novo uso. O referido sobrado foi tombado pelo IEPHA/MG em 28 de março de 1978 e a partir de 1983, transformado na atual Casa de Cultura Carlos Chagas.

Em 1925, a cidade se ligou a Belo Horizonte através de rodovia 381 e recebeu rede de esgotos e calçamento com paralelepípedos e pé-de-moleque. O gosto eclético e art déco passou a decorar também as fachadas de alguns casarões da Praça Pio XII, Praça Manoelita Chagas, ruas Alexandrino Chagas, Dr. Coelho Moura, Batista de Almeida, Venâncio Carrilho, Duque de Caxias, dos Passos, Carlos Chagas, Coronel João Alves, Benjamim Guimarães e Avenida Pinheiro Chagas.
O Município protegeu através do instituto do tombamento, além da Praça XV de Novembro, os imóveis característicos do século XIX e XX: a antiga Prefeitura Municipal, o Casarão do Onofre, a Delegacia de Polícia e Cadeira, a Escola Estadual Francisco Fernandes, a Escola Estadual Mario Campos e Silva, a Escola Estadual Desembargador Continentino, Escola Estadual Prof. Pinheiro Campos, Escola Normal, Estação Dr. Fromm, a Igreja de Nosso Senhor dos Passos, o imóvel à rua José Ribeiro n.º57, o Palácio Episcopal e a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Oliveira.

A partir do ultimo quartel do século XX, começaram as transformações urbanísticas do centro urbano com a demolição de casarões e sobrados e o surgimento de alguns edifícios quebrando a harmonia existente até então.

Importante salientar que esse espaço nuclear de Oliveira abriga as principais manifestações religiosas e culturais do município, destacando-se o Reinado, que remonta ao século XVIII; o Carnaval com seus blocos característicos como o “Boi da Paz”, “Bloco do Lamas”, o “Cai n`água”; as festas da Semana Santa, consideradas como uma das mais bonitas e bem encenadas de Minas Gerais; e o aniversário da cidade.
Tendo como principal objetivo resguardar essa didática evolução urbana e arquitetônica, o tombamento do Centro Histórico de Oliveira contempla o traçado original da primitiva povoação e os elementos arquitetônicos mais característicos de sua trajetória ao longo dos séculos XVIII, XIX e XX, como os casarões e sobrados oitocentistas em pau-a-pique e adobe e as edificações em tijolo e concreto ao gosto neo-clássico, ecléticas, art déco e modernas.
Sua importância enquanto objeto de proteção através do instituto do tombamento, tem como principal justificativa legar às gerações atuais e vindouras esse rico e diverso acervo permitindo uma leitura dinâmica das transformações de uma urbe com origens no século XVIII, que soube evoluir sem se perder nas armadilhas das transformações que se querem progressistas.

A preservação do Centro Histórico de Oliveira se faz premente, no momento em que as pressões imobiliárias estão se intensificado na área central da cidade. Essa pressão é exemplificada atualmente, pela queda do sobrado oitocentista denominado “Casarão do Leite”, que se encontrava abandonado há alguns anos e sucumbiu às chuvas em 02 de janeiro do corrente ano, e a existência de outro importante exemplar do século XIX também abandonado, o casarão denominado da “Figuinha” em eminente risco de desmoronar.

Diante do exposto, sou favorável ao tombamento do referido Centro Histórico conforme as delimitações e diretrizes estabelecidas pelo Relatório de Avaliação do IEPHA/MG.

Saliento, no entanto, a importância de empreender ações emergenciais no Casarão da Figuinha, para que não tenhamos nova perda nesse importante conjunto urbano.

VIZINHANÇA DE BEM TOMBADO

UMA VISÃO DO ARTIGO 18 DO DECRETO LEI 25/37

https://aplicacao.mp.mg.gov.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/783/3.2.2%20Uma%20vis%C3%A3o%20constitucional%20do%20art.%2018.pdf?sequence=1


terça-feira, 13 de março de 2012

ESTRUTURAS DE DOSSIÊS DE TOMBAMENTO

ESTRUTURAS DE DOSSIÊ DE TOMBAMENTOS


1 - DOSSIÊ DE TOMBAMENTO
RUA POUSO ALEGRE, 404
CONJUNTO URBANO BAIRRO FLORESTA

http://www.ponteentreculturas.com.br/media/textos_palestras/dossie_de_tombamento.pdf


2 - DOSSIÊ DE TOMBAMENTO DA
IGREJA MATRIZ DE SANTA BÁRBARA
PREFEITURA MUNICIPAL DE ENGENHEIRO CALDAS – MG

http://www.portalpublico.com.br/pmengenheirocaldas/cultura/dossie_igreja_matriz.pdf



3 - DOSSIÊ DE TOMBAMENTO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE SILVESTRE

http://pt.scribd.com/doc/37217523/Dossie-Tombamento-Est-Fer-Silvestre-V02


4 - DOSSIÊ
A CASA DE DONA YAYÁ

http://www.usp.br/cpc/v1/imagem/download_arquivo/dossie.pdf

5 - ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE VIÇOSA
http://pt.scribd.com/doc/37217369/Dossie-Tombamento-Est-Fer-Vicosa-V02


6 - DOSSIÊ DE TOMBAMENTO
HABITAÇÃO COLETIVA Nº 2
http://200.251.3.2:8080/sapl/sapl_documentos/materia/8834


7 - RUA DA BAHIA
http://www.descubraminas.com.br/Upload/Biblioteca/0000103.pdf


8 - DOSSIÊ DE TOMBAMENTO DA ESTAÇÃO DE MARIANA
http://issuu.com/prefmariana/docs/mn-2005_dossi__esta__o_ferrovi_ria_sede


9 - dossiê morros santana e santo antônio DE MARIANA


10 - Fachadas Principais  (Frontal e Lateral Direita ) do Edifício 
da Antiga EFOA, Escola de Farmácia e Odontologia de 
Alfenas, atual UNIFAL. 








LEIS DE PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL

LEIS DE PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL

http://www.cultura.al.gov.br/politicas-e-acoes/patrimonio-historico/pro-memoria/lei-de-protecao-ao-patrimonio-historico-e-cultural-do-estado



http://www.ipac.ba.gov.br/site/conteudo/downloads/arquivos/arquivo1631/guiamunicipios.pdf.pdf


http://www.alquimidia.org/patrimoniocultural4/index.php?mod=pagina&id=4402


TOMBAMENTO DO CENTRO HISTÓRICO DE OLIVEIRA


IEPHA/MG INFORMA: CENTRO HISTÓRICO DE OLIVEIRA RECEBE TOMBAMENTO ESTADUAL PROVISÓRIO

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Popularmente conhecida como a “cidade dos palacetes”, Oliveira acaba de ter seu centro histórico tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG), órgão vinculado ao Sistema Estadual de Cultura. Estudo elaborado pelo instituto para o tombamento foi apresentado, votado e a proteção foi aprovada pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep), durante reunião do colegiado na manhã desta segunda-feira (12/03), em Belo Horizonte.

O tombamento do Centro Histórico de Oliveira vem em meio a uma fase de notável substituição de seu casario histórico, em função de grandes pressões imobiliárias na área central da cidade, tendo acontecido importantes perdas para o patrimônio nos últimos anos, com alguns casarões demolidos e outros em precário estado de conservação.

Um dos poucos centros urbanos coloniais mineiros cuja fundação não se deveu à presença de ouro, a origem do povoado, por volta de 1737, esteve unicamente ligada às vantagens de sua localização, em meio a uma importante encruzilhada de caminhos. Com uma ocupação sob moldes tipicamente portugueses - com divisão entre cidade alta e cidade baixa – mantiveram-se registrados os estilos arquitetônicos e a evolução da sociedade local, de forma muito didática em Oliveira. Em seu voto, o relator do processo no Conep, Carlos Henrique Rangel destacou exatamente como, no município, ainda é possível observar o traçado original da primitiva povoação, os elementos arquitetônicos mais característicos de sua trajetória ao longo dos séculos 18, 19 e 20, como os casarões e sobrados oitocentistas em pau-a-pique e adobe e as edificações em tijolo e concreto ao gosto neoclássico, ecléticas, art déco e modernos. 
FONTE: IEPHA/MG.

segunda-feira, 12 de março de 2012

BENS TOMBADOS PELO IEPHA E PELO IPHAN

BENS TOMBADOS PELO IPHAN e IEPHA/MG

Organizado por Carlos Henrique Rangel

>http://proteuseducacaopatrimonial.blogspot.com/2013/12/bens-tombados-em-minas-gerais-iephamg-e.html
FONTE: IEPHA/MG - IPHAN

Belo Horizonte, novembro de 2012

segunda-feira, 5 de março de 2012

sábado, 3 de março de 2012

quinta-feira, 1 de março de 2012

PATRIMÔNIO CULTURAL -FRASES

FRASES:

"TODO PATRIMÔNIO É DOAÇÃO DO PASSADO E PARTE DE NOSSO PRESENTE CONTÍNUO"
(MICHEL PARENT)

"DAQUI POR DIANTE É PRECISO CONSERVAR SISTEMATICAMENTE, POIS A DEGRADAÇÃO TAMBÉM É SISTEMÁTICA." (MICHEL PARENT)

"TODA A HISTÓRIA DO PATRIMÔNIO SE CONFUNDE COM A DE UMA MORTE PERPÉTUA, MAS TAMBÉM COM UMA RESSURREIÇÃO." (MICHEL PARENT)

PATRIMÔNIO CULTURAL - TEXTO

SOBRE PATRIMÔNIO CULTURAL






http://pt.scribd.com/doc/83234894/Sandra-Cureau-Algumas-notas-sobre-a-protecao-do-patrimonio-cultural