O FEIJÃO COM ARROZ DA PRESERVAÇÃO:
Esse está sendo o problema das instituições de
preservação.
Não há evolução na lida com a preservação.
Não há planejamento e propostas para uma atuação efetiva
nos conjuntos urbanos ou rurais.
A mesmice impera na maioria das instituições, desde os anos
1990 e não vejo uma mudança deste quadro a curto e médio prazo.
É cômodo tocar o barco fazendo o feijão com arroz azedado
de sempre, fingindo preservar e apagando muito mal os incêndios que sempre
acontecem quando não há fiscalização efetiva, um plano de preservação e a
utilização eficiente dos instrumentos como o tombamento, o inventário e
outras leis federais.
O futuro da preservação legal do patrimônio cultural está
nas mãos de um grupo medíocre e apático, sem o mínimo interesse de repensar a
atividade.
Não há autocrítica e nem interesse de mudar as
coisas.
Estão acomodados na sonolenta mesmice de décadas e criando
escola.
Não vejo luz no fim do túnel.
Na verdade, o próprio túnel está ameaçado.
Penso que a solução para se avançar nos mecanismos da
preservação seria a realização de seminários internos nas instituições,
avaliando a sua atuação e evolução durante a sua existência.
Isso deveria ser feito com total honestidade nos estudos e diagnósticos
sobre a atuação e desenvolvimento das atividades de proteção do patrimônio
cultural e seus erros e acertos ao longo das décadas.
Isso permitiria levantar problemas e possíveis soluções
destes e a melhor forma de atuar e avançar na proteção e preservação dos
suportes da memória.
Este seminário, se bem elaborado, permitiria até mesmo a
reestruturação das atividades e a elaboração de Programas de Preservação,
Proteção, Revitalização e Promoção do Patrimônio Cultural.
Por não mudarmos continuamos fazendo as mesmas coisas mal e
porcamente, repetindo erros e até mesmo aumentando-os.
A ideia não é julgar o passado, mas aprender com ele para
avançarmos em uma forma melhor de atuar na proteção do patrimônio
cultural.
Mas para isso precisamos de mentes abertas e dispostas a
sair da mesmice cômoda, acomodada e burocrática de funcionário público.
(Carlos Henrique Rangel).
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