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quarta-feira, 15 de agosto de 2018

HOSPITAL CASSIANO CAMPOLINA DE ENTRE RIOS DE MINAS - TOMBADO PELO IEPHA/MG - CONEP

HOSPITAL CASSIANO CAMPOLINA 
FOTO: ADILSON RESENDE


Filho do Major José Caetano da Silva Campolina e de D. Francisca de Paula Ferreira, Cassiano Antônio da Silva Campolina, nasceu no antigo distrito de São Brás do Suaçuí, em 10 de julho de 1836.

Aficionado por cavalos e encenações das Cavalhadas, tornou-se conhecido por possuir em sua fazenda do Tanque, os melhores animais da região.
Quando faleceu, em 26 de julho de 1904, Cassiano Campolina era um conceituado fazendeiro, solteiro e sem herdeiros diretos, rico em posses e amigos.

Algum tempo antes de sua morte, na Fazenda do Tanque, Cassiano teria confidenciado a seu amigo Joaquim Pacheco de Resende, que em seu testamento havia constituído a ele e a João Ribeiro, seus herdeiros universais. Surpreso, Joaquim Pacheco pediu a anulação do testamento solicitando outro, no qual os bens estariam destinados à fundação de um hospital em Entre Rios.

Acatando a sugestão do amigo, no dia 22 de fevereiro de 1903, Cassiano fez e assinou novo testamento, deixando a maior parte de seus bens para a construção de um grande hospital que levaria seu nome, destinado a suprir a carência do município e da região.
Após a sua morte, pouco mais de um ano depois da elaboração do testamento, iniciaram-se os esforços para fazer cumprir os desejos do grande criador de cavalos.

No dia 24 de agosto de 1904, em reunião realizada na casa do testamenteiro João Ribeiro de Oliveira, os irmãos da Associação do Pão de Santo Antônio, votaram pela desistência dos encargos solicitados em testamento por Cassiano Campolina, considerando principalmente que a organização e fundação de um hospital de caráter leigo extrapolava as suas funções estritamente religiosas. Uma vez que o documento previa a nomeação de trinta homens para assumirem as funções em caso de impedimento da associação do Pão de Santo Antônio, ponderaram que não havia prejuízo ao intento humanitário.
O patrimônio da nova instituição hospitalar e tudo sobre ele, ficaria a cargo da Irmandade constituída por trinta homens escolhidos pelo Testamenteiro, com cargo vitalício, perdendo o lugar por morte, renúncia, “condenação em pena infamante” e ou em caso de incapacidade física ou moral. 

O Dr. Arthur Ribeiro, membro da Comissão Construtora, contratou os serviços do renomado arquiteto Edgar Nascentes Coelho para a elaboração do Projeto que foi concluído em 6 de março de 1906, “satisfazendo todos os requisitos da sciencia médico cirúrgica e da hygiene” Visando o início das obras, foi assinado no mês de julho de 1906, um contrato de locação de serviços com Marçal Pacheco de Souza para o fornecimento de oitocentos mil tijolos. A pedra fundamental do edifício foi solenemente lançada em 6 de dezembro do mesmo ano.
A inauguração do Hospital aconteceu em 1910. 
Para a pintura da Capela, foram contratados os serviços do pintor e construtor Francisco Tamietti, especializado em pinturas de marmorizados, estuques, paisagens e retratos, com grande atuação em Belo Horizonte onde já havia realizado trabalhos no Teatro Municipal, no salão nobre da antiga Escola Normal, no forro da sala de sessões do Senado Mineiro, dentre outros.

Em 1913, estava concluída a parte “essencial” do Hospital, faltando pequenos detalhes como a instalação de dois portões que fechavam o quintal, pequenas janelas na parte baixa e o andar térreo. A clínica médica esta sob a responsabilidade do Dr. Balbino Ribeiro da Silva, que contava com o auxílio do estudante do sexto ano, Sebastião Leão e do farmacêutico Francisco Franco.
A benção do prédio ocorreu em 1915, realizada por D. Silvério Gomes Pimenta.

Na segunda reunião ordinária do CONEP realizada em 14 de agosto de 2018, o importante hospital - ainda em funcionamento - foi tombado como patrimônio cultural do povo mineiro.

Tombado pelo município de Entre Rios encontra-se agora tombado em nível Estadual. Aprovado pela Deliberação CONEP 17/2018, de 18 de setembro de 2018, e inscrito nos Livros do Tombo II – de Belas Artes –, III – Histórico, das obras de Arte Históricas e dos Documentos Paleográficos ou Bibliográficos – e IV – Artes Aplicadas. (Fonte: iepha. mg.

(Resumo histórico retirado de texto de Carlos Henrique Rangel e Cristina Pereira Nunes).



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