PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

sexta-feira, 29 de junho de 2018

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL - O VERDADEIRO SENTIDO


ORIGINAL

Autor: Carlos Henrique Rangel



Ninguém pode te ensinar a gosta de uma coisa

Se essa coisa não for para você.

É assim com os nossos bens culturais.

Esses só são “bens culturais”

porque de alguma forma são importantes

Para uma coletividade.

Mas as coletividades

são formadas por indivíduos que têm vivencias próprias

e nenhum bem cultural “fala” da mesma forma às pessoas.

Eu não posso te ensinar a gostar de um bem cultural.

Esse bem precisa fazer parte de você.

Precisa te dizer algo.

Eu só posso te mostrar alguns caminhos

mas é você que vai caminhar.

O gostar de um bem cultural não pode ser de segunda mão.

Você não vai gostar só porque eu gosto.

Cada indivíduo sentirá esse “bem” de forma única e original

porque únicos e originais somos todos nós.



PERDER

Autor: Carlos Henrique Rangel


Uma coisa é não saber.

Outra é esquecer.

Posso perder por não saber.

Posso perder por esquecer.

Esquecer não é não saber

É a perda de algo

Pela incapacidade de reter.

Para não perder é preciso lembrar.

Para não perder e preciso ensinar.

Assim:

Não perderei mais por esquecer.

Não perderei mais por não saber.




O Espírito do Lugar/ O Lugar do espírito
Autor: Carlos Henrique Rangel

Cada lugar tem seu espírito
Aquele algo que se sente no ar.
O cheiro de alho na véspera do almoço.
O vento da manhã...
O cheiro de terra molhada...
O padeiro gritão pão...
Os meninos com bola.
O namoro depois da missa...
A ponte
O rio
O cheiro do rio...

A noite tem gente nos bancos...
Ainda...
Domingo tem jogo
Hoje é dia de compra,
O Robinho vai carregar...
Os bares estão cheios...
Nenhum foguete...
O time perdeu.
A praça está cheia...
A noite tem pizzaria.
Amanhã é segunda-feira...
Cedo todo mundo ao colégio...
Ônibus cheio...
Meu espírito está cheio do lugar
Há sempre lugar para as lembranças...
Sempre haverá.




A VERDADEIRA PROTEÇÃO 

Autor: Carlos Henrique Rangel

 A verdadeira proteção se faz nas ruas...

No suor do dia a dia...

No fazer de novo a mesma ladainha...

Comemorar o que se comemora dia após dia...

Mês após mês... Ano a ano...

Ontem foi Reis...

Amanhã o samba do Carnaval...

Ao nascimento do menino que foi Rei vem

a sua tragédia comemorada na Semana...

Aquela que se diz Santa...

E mais vem logo depois...

E tudo isso acontece na terra

e nas coisas feitas de terra.

Amassada por mãos de homens

que se fazem eternos nestas coisas de homens...

Que se fazem e se deixam

lembrar nestas coisas de homens...

Por quê?

Por que lembrar é não esquecer...

Lembrar é continuar...

É não se perder...




ETERNIDADE

Autor: Carlos Henrique Rangel

 São nas ruínas

De homens e coisas

Que vislumbro a eternidade.

Sempre haverá

Dias e rugas...

Tempo e idade...

Envelhecer é a sina de tudo,

E eu que nada sou

Desço a montanha

Bem acompanhado.

São nas ruínas

Que vislumbro o que foi.

Mas as coisas e seres envelhecidos

São muitas vezes

Mais do que foram.

São nas ruínas

De coisas e homens

Que vislumbro a eternidade.



LEMBRANÇAS

Autor: Carlos Henrique Rangel

 De tanto lembrar sou lembrança.

Pois lapidei minhas lembranças

Para lembrar melhor...

O essencial...

Concentrei tudo o que sou

Em um momento...

Síntese de todas as histórias...

Para lembrar melhor...

Não esquecer me motiva a vida

Mesmo que seja

Uma memória pasteurizada

Compactada em meu ser.

De tanto lembrar

Sou lembranças...

Mesmo que recortada...

Sintetizada...

Reinventada em sua simplicidade...

Eu sou porque  lembro...

Por que lembro sou.

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