BARRIGUDA
Autor: Carlos Henrique Rangel
A barriguda frondosa
Adorada, amada
Sombra dava refrescava.
Respeitada, cobria a vida
Da gente que passava
Ou ficava na praça...
A barriguda adorada
Assistia as idades
Das gentes:
Pirralhos, adolescentes
Idosos...
Todos freqüentes
No constante vai e vem
Dos dias...
Um dia de noite turva,
Iluminadas por raios cortantes
A barriguda frondosa
Alvo fácil e orgulhoso
Foi rasgada, mutilada
Pelas lâminas das nuvens...
Morreu a barriguda adorada
O povo que a amava
Chorou suas dores
E como parente querido
Foi velada pela madrugada
Em rezas, choros e velas...
Em poemas e desenhos
Foi cantada...
Foi-se a sombra que dava...
A cobertura de vidas.
O olhar de quem passava...
Mas o que ocorreu?
O milagre sucedeu.
D. Zizinha plantou um filho de árvore
Em adoração silenciosa
E o que se tinha perdido
Morto mas não esquecido
Pode voltar aos vivos
Na pele de sua prole.
A muda de barriguda
Será a nova barriguda
Para alegria
Dos moços, pirralhos, idosos
E adolescentes
Todos contentes
E rezam agradecidos
Aos Céus
O milagre presente
Todos esperam que
A nova barriguda
Seja digna de sua mãe
Que continue com
O povo,
Oferecendo sombra
E abrigo.
Lembrando o passado
Glorioso da amiga perdida.
Que seja um presente.
Que seja sempre presente
A nova barriguda
Já adorada pelo povo,
Por todas as gentes.
fonte: http://www.paracatu.net/index.php?act=vendo_lendo&id=14
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