PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

CONCEITOS IMPORTANTES


IDENTIDADE E MEMÓRIA
AUTOR: Carlos Henrique Rangel
A história das cidades é contada e recontada pelos lugares, praças, ruas, imóveis, esculturas e imagens. Quando perdem esses marcos, os homens se desenraízam, perdem a identidade.
Arriscamos a ter uma cidade sem rosto quando perdemos as casa antigas, igrejas, até mesmo o calçamento.
Progresso de verdade é a convivência deste passado com o presente.
A cidade atual é fruto da cidade do passado e só continuará para o futuro como um lugar bom para se viver se respeitar esse passado.
Quando os marcos são preservados, temos a perpetuação da memória que continua através e adiante deles, na construção de sua história.
" Do equilíbrio entre o novo e o velho depende o equilíbrio cultural de uma cidade, de uma sociedade. E esse equilíbrio garante a continuidade do seu singular." ( SPHAN, 1982)
Preservar é continuar com dignidade, é crescer com identidade.
MEMÓRIA
Lembrança, reminiscências, vestígios. Aquilo que serve de lembrança.
Meio que permite armazenar ordenadamente o acontecido.
Relação entre o passado e presente. Elemento vivo sujeito à modificações e alterações, interagindo com o presente permitindo uma visão do futuro.
"A memória coletiva de um grupo representa determinados fatos acontecidos, situações, entretanto reelabora-os constantemente". (MONTENEGRO, Antônio Torres. Memória e História). Tanto o grupo como o indivíduo operam estas transformações.
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A memória social está diretamente ligada ao Patrimônio Ambiental Urbano de onde se projetam as representações da cidade.
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No rio onde nadava, nadar não posso mais...
a escola onde estudei... Não existe mais...
Asfaltaram minha rua de pedras... Mataram um pedaço de mim...
(Carlos H. Rangel.)
Lembro... Da torre da igreja, do sino da igreja, da formatura na igreja...
Lembro do beijo na praça, da Briga na praça... Do coreto que não existe mais.
Lembro de como era ... Coitado de mim...
(Carlos H. Rangel)
PATRIMÔNIO AMBIENTAL URBANO
O Patrimônio Ambiental Urbano é antes de mais nada um fato social, produto de uma sociedade específica. Compreende lugares, estruturas arquitetônicas, monumentos e vivênciasl
PRESERVAR
Preservar é defender, conservar, resguardar. Atitude de cuidado e respeito.
Preservar é preciso porque é um direito de todo cidadão conhecer a história de seus antepassados como também conhecer sua própria identidade.
Preservar é exercer nossa cidadania.
CIDADANIA
"Direito de viver decentemente, independente de raça, sexo, credo ou classe social.
Todos os homens têm direitos iguais à vida, a emprego, à saúde á educação, à memória histórica." ( PAIVA,, Olga Gomes de . Cood. Sobral: Patrimônio de todos: Roteiro para preservação do patrimônio Cultural . IPHAN, 1999.).
IDENTIDADE
Tudo aquilo que diferencia e que identifica o homem, um grupo social, político, étnico, religioso etc. em relação ao outro.
São as ações do homem para viver em sociedade ao longo da história.
Nos marcos do passado encontramos parte da memória social e da identidade cultural da comunidade.
A preservação destes marcos é essencial para a o encontro e manutenção da identidade, permitindo o surgimento do sentimento de segurança face às mudanças da sociedade.
IDENTIDADE
“Sou um nome, sou um número de identidade.
Sou parte do que tenho, do que vi e aprendi.
Sou parte da terra em que nasci...
Seu clima, seu chão...Coisas, igrejas, praças...
Sua gente e suas festas...” (Carlos Henrique Rangel)
NÚCLEO HISTÓRICO
Conjunto de estruturas urbanas que formam uma unidade contínua ou dispersa, coerente e delimitável, com identidade própria, condicionada por uma estrutura física representativa da evolução urbana, como testemunho de sua cultura.
Entende–se como núcleo histórico urbano o espaço que concentra testemunhos do fazer cultural da cidade em suas diversas manifestações.
O núcleo histórico é parte integrante de um contexto amplo que comporta as paisagens natural e construída, assim como a vivência de seus habitantes num espaço de valores produzidos no passado e no presente, em processo dinâmico de transformação.
COJUNTO ARQUITETÔNICO E PAISAGÍSTICO
Edificações ou estruturas urbanas e paisagísticas que se completam
formando um todo harmonioso.
"Os conjuntos urbanos, entendidos não só como volumes construídos e sim associando o meio físico ao social, quando representativos da vida de um segmento da sociedade, se preservados, são elementos importantes na significação e identidade da cidade.
"Conjunto deveria ser entendido como reunião de partes que formam um todo complexo, ou ainda, no sentido matemático de coleção de seres. Não se trata de somatória de elementos, mas do resultado de elementos organizados: é preciso que haja relação entre as partes assinaladas para que se possa falar em conjunto. Harmonia deveria ser entendida como disposição ordenada entre as partes de um todo.
Em sua vertente clássica, significava proporção, ordem e simetria, tendo como atributo a regularidade, a coerência e a proporção que, do ponto de vista formal, deveriam ser contínuos e homogêneos. Por certo, conjunto e harmonia constituem, embora não redutoramente, pressuposto importante de valores espaciais de áreas urbanas, embora, entre nós, constituam ocorrência de certa raridade - o que já os habilitaria, em princípio, de novo, a uma proteção substantiva e não à consideração como mero entorno..."
(A Cidade como Bem Cultural - Áreas envoltórias e outros dilemas equívocos e alcance da preservação do patrimônio ambiental urbano - Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses - Revista do IPHAN - Patrimônio: Atualizando o Debate - 2006. pág.35 a 53).
CULTURA : UMA INVENÇÃO COLETIVA

PRODUTOS CULTURAIS: Objetos, Registros
Valores, Sons Ritos, Lendas

Valor Cultural de um Bem:
Capacidade de estimular a memória das pessoas, contribuindo para a garantia de sua identidade cultural e melhorar a sua qualidade de vida.

O SIGNIFICADO CULTURAL DE UM BEM É
UM POUCO DAQUILO QUE ELE FAZ LEMBRAR
(Cartilha do IEPHA/MG 1989)

"O discurso preservacionista, muitas vezes invocado em meio a esses processos, não parecia comprometido com os modos de vida na cidade, vinculados às formas urbanas que se deseja preservar. Parecia apenas restrito à conservação de "cascas" de tijolo, argamassa e ferro fundido, às vezes de forma demasiadamente rígida, num compromisso com a materialidade da cidade. Os modos de vida e as possibilidades que eles representam para a vida urbana não parecem incluídos na idéia de "patrimônio histórico", como atualmente se manifesta..."
(MOREIRA, Clarissa da Costa. A Cidade Contemporânea entre a tabula rasa e apreservação - Cenário para o porto do Rio de Janeiro.unesp. 2004.)

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