PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

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quinta-feira, 29 de junho de 2017

PENSANDO O PATRIMÔNIO CULTURAL

PENSANDO O PATRIMÔNIO CULTURAL
Autor: Carlos Henrique Rangel

Projeto Educação Patrimonial do IEPHA-MG 
Escolas Tombadas 
Exposição dos alunos na Escola Estadual Olegário Maciel- Belo Horizonte.
2008.


A preservação do patrimônio cultural, apesar de sua origem elitista, sempre foi a luta desesperada do homem em se fazer lembrar e se lembrar. 

Os bens eleitos como culturais nos vários momentos históricos, são suportes da memória que se quer preservar e lembrar. 
São poderosos ressuscitadores do que foi ou do que se imagina que foi. Despertadores/receptáculos de glórias imaginarias criadas ou recriadas ao longo de séculos. 

Os bens culturais permitem leituras diversas como são diversos os homens.
Mas podem falar essencialmente de forma semelhante a memórias diversas.
Podem ser reconhecidos e apropriados por esses grupos diversos com sentidos parecidos mas diferentes.

A necessidade de sobreviver e permanecer faz com que o homem atribua valores a bens culturais materiais e imateriais de forma individual e coletiva.Sempre nessa ordem:
- individual, por que somos indivíduos únicos com memórias únicas.
- Coletiva, por que somos ao mesmo tempo seres plurais e vivemos em grupos com crenças, objetivos, gestos, maneiras e códigos em comum.

Cabe ao homem individual e coletivamente a atribuição dos valores. Cabe ao homem a tarefa de transformar uma pedra “na Pedra”, uma casa “na Casa”, uma praça “na Praça”, uma festa “na Festa”.

Essa incrível capacidade de valorar, de qualificar, de dar sentido às coisas não é e nunca foi gratuita.

O homem precisa de valores e de atribuir valores às coisas para continuar no mundo. Para continuar vivendo em grupo. Para lembrar de quem foi, é e será.

É necessário se acreditar eterno no que pode durar além da vida humana, além da memória humana.

Memórias genéticas, memórias incrustadas em objetos: casarões, quadros, objetos ritualísticos, templos, rituais, modos de fazer.

Mesmo que sejam memórias relidas, idealizadas, deturpadas, modificadas.
Ainda assim, memórias.

A continuidade de um grupo e de um indivíduo enquanto parte de um grupo pode depender de um simples objeto ou rito.

A preservação do patrimônio cultural, em que pese a sua origem elitista sempre foi a luta desesperada do homem em se fazer lembrar e se lembrar. Mesmo que os receptáculos desta memória sejam finitos.... 

"Mas que sejam eternos enquanto durem".


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