PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

sexta-feira, 19 de abril de 2013

SANTANA DOS MONTES - Centro Histórico

Iara Camacho - arquiteta, o Prefeito Amadeu, o historiador Carlos H. Rangel, Dilmo e Edson, Secretário de Cultura - Acervo: IEPHA/MG - Abril/2013.

CENTRO HISTÓRICO DE SANTANA DOS MONTES
Autor: Carlos Henrique Rangel - Historiador - Analista de  Gestão e Proteção do IEPHA/MG 

Igreja Matriz e o Centro Histórico - Acervo: IEPHA/MG.
Praça - Centro Histórico - Acervo: IEPHA/MG



“São essas rugas culturais que tornam o rosto dessa comunidade um rosto fortemente expressivo. Nele está gravada a luta dessa comunidade para preservar o que de melhor ficou de um passado distante: Sua diversidade cultural.” (Odalice Miranda Priosti – Por uma Pedagogia Patrimonial de libertação e Inclusão – 2001).



A ocupação da região de Santana dos Montes deu-se nas primeiras décadas do século XVIII em função da agricultura e da pecuária de subsistência exercida em grandes propriedades rurais. Nos anos trinta (30) e quarenta (40) do setecentos, várias cartas de sesmarias são concedidas nas imediações da futura urbe, a posseiros ali residentes há algum tempo. Transcrevemos a seguir trechos de duas destas sesmarias concedidas na região: a Antônio Coelho datada de vinte e nove (29) de dezembro de 1738 e a Manoel Antunes, datada de dez (10) de fevereiro de 1746.
Carta de Sesmaria de Antônio Coelho:

De posse há sinco anos de húas terras e de matos virgens, e capoeyras sitas no Ribeirão do Gorará na mesma freguesia [ de N. S.  dos Carijós] q’ partem da banda do Nascente, com mattos e rossa de Mel. Mor.ª de Meyrelles e do Poente com Antonio Duarte Correa, e do Norte com Bernardo Royz de S. Payo e do Sul com o Cap.º Fran.co de Araújo. (REVISTA DO ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO. Belo Horizonte: APM. Ano V, 1900. p. 282,283).

As terras de Antônio Coelho e seus citados vizinhos - Manuel Moreira, Meireles, Antônio Duarte Correia, Bernardo Rodrigues de Sampaio e Francisco de Araújo - localizavam-se no rio atualmente denominado “Gorará”, um dos afluentes do rio Piranga situado no município de Santana dos Montes.
A Sesmaria de Manoel Antunes cita Morro do Chapéu - antigo nome do município de Santana dos Montes - e o córrego Guaytetu atualmente denominado “Caititu” e se avizinhava das terras do sesmeiro Antônio Coelho:

Com huas posses, e rossa em mattos do morro do Chapéo (grifo nosso) termo da V.ª de São José Comarca do Rio das Mortes, e como tinha escravos, e fabrica para o bem as cultivar, cujos mattos queria para Cesmaria fazendo pião no Corgo chamado Guaytetú, e partia pelo nassente com mattos de Antonio Coelho e para o poente com José d’ Ávilla, e para o sul com Antonio Marques  da Costa e para outro lado com mattos geraes. (REVISTA DO ARQUIVO PÚBLICO, 1909. Ano XII, p. 847, 848).
Os pesquisadores Adriana Paiva de Assis e Honório Nicholls Pereira informam ainda a existência das seguintes sesmarias concedidas na região ao longo dos anos 1740, 1750, 1760 e 1770: José Antunes e Alexandre Pereira de Araújo (1748); Antônio Marques da Costa (1750); Luís Coelho Borges (1760); Manoel da Silveira Duarte (1764) e Antônio de Sá Barros (1775).[1]

Os descendentes dos primeiros proprietários de terra acabam se casando com os descendentes de outros proprietários de terras e morando nessas mesmas terras, que com o tempo vão sendo divididas, em função de heranças e inventários. Novas casas de fazenda vão surgindo e novas sesmarias são pedidas e doadas aos filhos dos antigos proprietários rurais. Com o tempo, forma-se uma extensa rede de fazendas, que acaba por ocupar grande parte das terras da região. (SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento. Núcleo Histórico Urbano de Santana dos Montes. Santana dos Montes, 2003, p. 14).
Segundo a tradição corrente, nas primeiras décadas do século XVIII, já existia na atual área urbana da cidade a fazenda denominada “Mamonas” atualmente conhecida como “do Antônio Quirino” nome do antigo Proprietário – Antônio Quirino Nogueira. [2] Essa fazenda servia de pouso para os viajantes e com o tempo foi agregando ranchos, ferraria e taberna dando origem ao povoado.[3]
Esse comércio iniciou a concentração da população que se efetivou com o surgimento de uma capela que, com suas atividades religiosas: missas, casamentos, batizados e festas atraíam os habitantes da área rural.
A Igreja teve um papel importante na definição dos espaços urbanos nas Minas Gerais do setecentos e isso não será diferente no nascente povoado de Morro do Chapéu. O largo da capela definiu desde o inicio, a conformação da futura cidade de Santana dos Montes.

O estilo de vida de um povo é a soma de suas atividades econômicas, sociais e ultraterrenas. Tais atividades geram padrões espaciais, requerem formas arquitetônicas e ambientes materiais que, por sua vez, depois de terminados, influenciam o padrão das atividades. (TUAN,Yi-Fu, Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. Londrina: Eduel, 2012, p.239).
Em 1736, o Padre J. Duarte de Sousa informou a existência de uma capela nas terras de Manoel André Pinto e Antônio Duarte Correia, que três anos depois -1739 - recebeu o privilégio de Pia Batismal.
As primeiras construções religiosas no início da ocupação do território mineiro eram toscas e pequenas e muitas vezes conseguiam abrigar apenas o celebrante e seus auxiliares, ficando os fiéis fora dos templos. À medida que as condições financeiras melhoravam estas capelas iam sendo substituídas por templos maiores, construídos com materiais mais duráveis e subdivisões internas: nave e capela-mor e sacristia.

É interessante o fato dessa primeira capela, núcleo central do arraial, ter sido resultado do esforço coletivo, representando o ponto de encontro, e até mesmo local de lazer para todos os habitantes, indiscriminadamente, numa época em que a sociedade ainda não se apresentava estruturada em classes sociais. De forma geral, a população era composta basicamente de aventureiros em busca de riqueza e melhor sorte, com aspirações e objetivos semelhantes, e sem apresentar maiores diferenciações. (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Belo Horizonte. Assessoria Técnica da Presidência. Circuito do Ouro – Campos das Vertentes; roteiro turístico. Belo Horizonte, 1981, p.38).
Data de oito (08) de agosto de 1749, a petição dos dois fazendeiros - Manoel André Pinto e Antônio Duarte Correia - solicitando ao Bispo do Rio de Janeiro, Dom Frei Antônio de Guadalupe a provisão de licença para a construção da capela dedicada a Santana no lugar denominado Morro do Chapéu. Segundo o Cônego Raimundo Trindade, nesta data os dois solicitantes já haviam constituído o patrimônio da capela.[4] O pedido para a ereção do templo foi atendido por Provisão de treze (13) de julho de 1751.[5] Dentre os primeiros moradores do entorno da capela destacamos além dos já mencionados Manoel André Pinto e Antônio Duarte Correia, o fazendeiro Daniel José Teixeira, proprietário da Fazenda Cachoeira. Ao longo dos anos as famílias Teixeira, Araújo, Pires, Nogueira, Costa, Baeta, Almeida Rodrigues, Souza Henriques, Assis, Alves e outras tantas passam compor a população da nascente povoação.[6]

De acordo com a Lei do Padroado, a Coroa portuguesa era obrigada a custear financeiramente as matrizes e suas capelas, em troca do pagamento do dízimo. Entretanto, havia grande relutância em investir na manutenção das ermidas, deixando-as à mercê do clero e dos moradores locais. Sendo assim, tal custeio era garantido por três fontes de renda, quais sejam: a venda de colheitas e de animais de criação mantidos pelo clero em suas terras; o arrendamento das áreas rurais da capela para terceiros (o rossio); e as rendas dos aforamentos, isto é, o aluguel anual de lotes urbanos. (GUIMARÃES, Keila. Processo de Tombamento da Capela de Nossa Senhora da Glória de Carandaí. 2011).
Importante salientar   que a localidade de Morro do Chapéu possuía certa importância estratégica uma vez que abrigava uma Companhia de Ordenança de Pé, fato comprovado pelos dois requerimentos de Antônio de Abreu Guimarães datados de 1749 e 1757 solicitando ao rei D. João V o posto de capitão da mesma.[7]

Inicia-se assim o povoamento do Morro do Chapéu. Livre da ocupação assistemática dos arraiais do ouro, o núcleo urbano de Santana dos Montes foi fundado com um simbolismo explícito. No alto do morro instala-se uma Capela (representação do poder religioso) e cria-se um largo, em volta do qual são edificadas as casas dos fazendeiros e proprietários de terras da região (representando o poder social e político). Na parte baixa, junto à confluência dos rios e ao longo da estrada, onde havia decerto algumas edificações, estabeleceram-se talvez uns garimpeiros e certamente os comerciantes, além das classes dos homens livres e libertos que exerciam algum oficio mecânico. Logo o povoado cresce e torna-se base de uma Companhia de Ordenança, com função exclusiva de fiscalização dos caminhos, das gentes e da terra. (SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento, 2003, p. 16).
A capela curada de Santana[8] ficou vinculada à freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre dos Carijós[9] – atual Conselheiro Lafaiete - que foi elevada a condição de “colativa” por alvará régio de dezenove (19) de janeiro de 1752. 
Em 1778, no Termo da Vila de São José – atual Tiradentes – existiam as seguintes freguesias: Nossa Senhora da Conceição dos Prados, Santo Antônio da Itaveraba, Santana do Bambuí e Nossa Senhora da Conceição dos Carijós, a qual pertencia a capela da futura Santana dos Montes.[10]
Segundo Dom Frei José da Santíssima Trindade em visita pastoral à freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Villa de Queluz em trinta e um (31) de outubro de 1824, a capela curada de Santana possuía mil cento e vinte cinco almas (1.125) e cento e dezesseis (116) fogos. Na visita o Bispo encontrou a capela em bom estado e ainda em fase de conclusão do acabamento interno[11]:

A capela é nova, toda de pedra, alta e espaçosa, forrada e campada com 3 altares e falta-lhe ainda o retábulo da capela-mor  e púlpitos, e já a madeira estava pronta; boa sacristia com corredores forrados e assoalhados, e tudo é devido ao zelo e fervor do capelão Manuel de Souza Lima[12]; boa pia batismal de pedra fechada , mas os vasos dos santos óleos são de estanho e o adro começava a se fechar de pedra; na sacristia tem ornamentos para o sacrifício, suposto que com alguma indecência.(...)
Provimento
Por esta informação, soubemos que a capela curada de Santana está feita novamente de pedra, forrada e campada, boa sacristia e corredores, e continua-se a tratar do retábulo da capela-mor e dos púlpitos, para o que já está pronta a madeira. Portanto louvamos muito o zelo e a liberalidade dos seus aplicados e fervorosas diligências do seu atual capelão, o padre Francisco de Sousa Lima, e excitando assim o seu fervor, esperamos que em breve se aprontem das alvas e os véus 4 cores que não estão suficientes, e vasos de prata para os óleos santos, e o fecho do adro que acha principiado, e duas pedras de ara para os altares colaterais.(TRINDADE, José da Santíssima, Dom Frei, 1998, p. 252 e 254).
 O povoado - provavelmente somente a área urbana - possuía em 1830, dezoito (18) fogos ou domicílios,[13] passando para vinte quatro (24) fogos em 1836.

Seriam proprietários de “engenhos movidos por água” e “por bois”, além das “casas de negocio de fazenda” do distrito.  Seriam proprietários dos engenhos movidos por água Dona Josefa Maria de Santa Anna e seus filhos, Donna Anna Maria de São José e seus filhos, o Capitão-mor José Lourenço Baetta, o Pároco Joaquim Roiz e o Capitão-mor Manoel Antunes da Siqueira. Seriam donos de engenho movidos por bois Laurino de Souza Moreira, Camillo José Gomes e os Alferes Jacob Dornelles Coimbra, Antônio Antunes de Siqueira e Manoel de Araújo Machado. Haveria ainda duas casas de negócio de fazendas no povoado, de propriedade de Francisco José pinto e João de Pires Tavarez. (SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento, 2003, Vol.1, p.19)
 Um ano depois – em 1837 - o chamado distrito de Morro do Chapéu contava com noventa e um (91) fogos. O número de almas também diminuiu passando de mil cento e vinte e cinco (1.125) em 1824, para oitocentas e trinta e uma (831) almas.[14] Não sabemos se essa queda se deveu a erros das fontes ou se foi motivada por alguma crise na região. O que temos de concreto é que três anos depois o povoado de Santana do Morro do Chapéu foi elevado a distrito ligado à freguesia de Itaverava pela Lei n.º 184 de 1840.[15] Passados dez anos, a lei provincial n.º 472 de 1850, anexou a freguesia novamente ao município de Queluz.[16]
As moradias de Santana do Morro do Chapéu assim como ocorria na maioria dos povoados do período colonial ficavam fechadas a maior parte dos dias. Os proprietários viviam em suas fazendas, apenas visitando a localidade nos domingos, feriados e dias de festas.  A igreja e suas festas[17] era o lugar de encontro dos moradores que utilizavam as residências principalmente para o descanso e para a convivência familiar.

Nas vilas e cidades, (...), nos três primeiros séculos da colonização, o aspecto das moradas apresenta-se bastante simples e pobre, uma vez que eram povoadas por pessoas com poucos recursos, e visitadas ocasionalmente pelos proprietários de sítios e fazendas que necessitavam apenas um abrigo para estadias passageiras. Encontramos, assim, certa homogeneidade nas construções urbanas, como casas de tamanho mais reduzido, de apenas um andar, nas quais predominavam os materiais disponíveis na região, como barro, madeira ou pedras. Os sobrados e as vivendas, ocupados pelos membros da elite, surgiram mais tarde, em consequência da diversificação da economia e do crescimento urbano. (HISTÓRIA da Vida Privada, 1997, vol. 1, p.90).
Ainda sobre esse cotidiano da vida domingueira e devocional nas urbes oitocentistas de Minas Gerais é ilustrativa a descrição do viajante natural da Bohemia, Johann Emanuel Pohl, que em 1818, presenciou a festa dedicada a São Miguel nas proximidades da Serra da Mantiqueira:

Hoje é a festa de São Miguel, dia santo no país: encontrei, por isso, muitos devotos a pé e a cavalo. Em dias assim, os proprietários de engenho e fazendas, que, durante a semana, andam costumeiramente de pés nus, camisa meio rasgada e calças de pano de algodão com um rosário pendente do pescoço, saem, com a sua gente, trajando suas melhores vestes. Homens e mulheres são vistos, então, com chapéu de feltro negro, curtas calças brancas e compridas botas, atadas por uma correia abaixo do joelho. A roupa externa, no vestuário masculino, consta de uma jaqueta de chita, de cor, e colete branco; no feminino, de um vestido de montaria, de tecido azul ou verde, com canhões cor-de-rosa e muitos botõezinhos e, por baixo, um longo vestido branco, bastante largo para que possa montar a cavalo à maneira masculina. Habitualmente veem-se duas mulheres montadas num cavalo só; mais frequentemente ainda, traz o homem a sua mulher à garupa, na sela, e é pitoresco ver quando os pares, assim enlaçados, apeiam ao mesmo tempo. Atrás do casal, também a cavalo, vêm seus parentes; fecham o cortejo negros e negras a pé. Homens e mulheres, mesmo montados, usam guarda-sóis, o que é costumeiro até nas capitais. (POHL, Johann Emanuel. Viagem no Interior do Brasil. Belo Horizonte: E. Itatiaia; São Paulo: Ed. Da Universidade de São Paulo, 1976, p. 82).
No largo da capela de Santana,[18] marco inicial da formação do povoado - onde se concentrou as edificações dos proprietários rurais - ainda hoje predominam as residências térreas construídas nos séculos XVIII e XIX – dez (10) moradias térreas: a Casa da Chácara n.º 110; as residências n.ºs 05, 17, 19, 37, 99, 135, 66, 110,186 - existindo dois (02) sobrados do século XVIII e três (03) do século XIX: sobrado Solar dos Montes n.º189 da Rua Professor Virgílio Lacerda/Praça Aristides de Araújo Teixeira; sobrado n.º 66; sobrado n.º 92; sobrado n.º 134 e o sobrado n.º 125.
Destacam-se ainda as edificações coloniais situadas no entorno do Largo da Matriz: a Fazenda “do Antônio Quirino” na Praça Oscar Teixeira Dutra, n.º 11; a Casa de um pavimento à Praça Oscar Teixeira Dutra, n.º 55 e a casa de um pavimento à Rua Professor Virgílio Lacerda, n.º 79.

Quanto aos “sobrados”, cujo significado referia-se ao espaço sobrado ou ganho em virtude de um soalho suspenso, o que, portanto, podia indicar que estava acima – forros assoalhados – ou embaixo do piso, chegavam a ter dois ou mais andares. No interior dos sobrados maiores, a exemplo das vivendas do campo, várias atividades se desenvolviam, evitando o deslocamento de seus moradores. Entretanto tinha-se o cuidado de separar as diversas atividades. A loja, ou escritório, instalada no primeiro pavimento, evitava que os estranhos se introduzissem nos espaços de convívio da família. Tais cômodos tinham função semelhante ao alpendre e varandas das casas de sítios ou casas térreas, embora esses últimos servissem também de área de circulação. No segundo andar, instalavam-se a sala e os quartos de tamanhos geralmente reduzidos, e no ultimo a cozinha. Os escravos poderiam estar no sótão, ou no porão junto as cavalariças. (HISTÓRIA da Vida Privada, 1997, vol.1, p.101).
Para abastecer a pequena comunidade foram construídos no Largo da capela de Santana ainda no século XIX, dois chafarizes: um na parte superior da futura Praça Aristides de Araújo Teixeira e outro no seu terço inferior. Esse último após restauração retornou ao seu local de origem em novembro de 2006.[19]
Ainda no século XIX foram erigidos dois cruzeiros de madeira,[20] um em frente à fazenda que deu origem ao povoado – fazenda “do Antônio Quirino” ou Mamonas[21] -  e na rua das Flores, atual rua Professor Virgílio Lacerda.[22] Essa rua das Flores era uma das entradas do povoado, utilizada pelos tropeiros que vinham de Queluz.[23]
 Até a década de 1960, o largo da Matriz possuía apenas alguns caminhos de pedra, poucas árvores e os dois chafarizes.[24]

As residências, as vendas e a igreja na parte alta eram construídas ao redor de um espaço aberto, que mais tarde viria a ser chamado de Largo da Matriz. Na parte baixa e plana da cidade, conhecida como “rua de baixo” foram construídas outras casas. As partes alta e baixa eram ligadas pela área da Fazenda do Antônio Quirino, onde hoje se encontra a Praça Oscar Teixeira Dutra. Dessa maneira criou-se um eixo religioso, que liga o Cruzeiro de Baixo (Praça Oscar Teixeira Dutra), passa pela Igreja Matriz e sobe até o Cruzeiro de Cima, no extremo da Rua Professor Virgílio Lacerda. A Praça Aristides de Araújo Teixeira também faz parte desse eixo processional, que em outros tempos foi uma estrada que atravessava o Morro Chapéu. (SANTANA DOS MONTES - IPAC. Ficha de Inventário de Proteção do Acervo Cultural – mar. 2006. Ficha n.º114, p.39).


Nos anos sessenta – 1966[25] – o prefeito Antônio Nogueira de Oliveira iniciou o tratamento paisagístico do Largo com o surgimento de canteiros. Esses trabalhos foram aprimorados durante as décadas de 1970 e 1980 com caminhos irregulares, bancos, canteiros e palmeiras que conferiram ao Largo de Santana o status de praça.[26] A lei municipal n.º 16 de 20 de agosto de 1983, muda o nome da “Praça da Matriz” para o atual – Praça Pref. Aristides de Araújo Teixeira. O monumento em comemoração ao centenário da paróquia foi inaugurado em seis (06) de outubro de 1974, sendo pároco da Igreja de Santana o padre Walter Coimbra de Resende.[27] Os antigos chafarizes que existiam no antigo largo foram retirados nesta época de mudanças.

Centenário Paroquial
Aos 6 de outubro de 1974, perante preclara autoridades, nas celebrações oficiais do 100 anos de criação paroquial, o Exmo Sr. Dom Oscar de Oliveira, do Arcebispado  Metropolitano descerrou essa placa comemorativa.
 (PLACA COMEMORATIVA. Monumento ao Centenário da Paróquia).
Nos núcleos urbanos do século XVIII e primeiras décadas do XIX, a sociabilidade dos moradores ocorria predominantemente nos espaços públicos. Estes, muitas vezes não tinham uma denominação oficial e as edificações ao redor não possuíam numeração. A identificação dos logradouros se fazia por códigos comuns legitimados pelo cotidiano. Assim temos em várias localidades de Minas Gerais, nomes como “beco do fulano”, “rua das lavadeiras”, “rua direita”, etc.

Afinal, era a sociabilidade externa que se impunha definitivamente na vida dos colonos e imperava na maior parte da Colônia, quando até mesmo os atos de fé e de devoção dos penitentes viam-se testemunhados pelos demais crentes nas igrejas e nas ruas. (HISTÓRIA da Vida Privada, 1997, p.118).
O distrito de Santana do Morro do Chapéu com sua forte vocação agrícola, em 1864 produzia cana-de-açúcar, cachaça, milho, feijão arroz, mamona (para produção de óleo), tecidos de lã e de algodão.[28] Destacavam-se neste período a fazenda de Antônio Quirino (século XVIII) na área urbana, a fazenda do Tanque (século XIX), a fazenda da Posse (século XVIII), a fazenda Caititu (século XVIII), a fazenda da Cachoeira (séculos XVIII e XVIII), fazenda Cachoeirinha (séculos XVIII/XIX), fazenda Cachoeira do Santinho (século XVIII), fazenda Paciência (séculos XVIII/XIX),[29] a fazenda da Chácara (século XIX), a fazenda Santa Marina (século XIX)[30] e a fazenda Fonte Limpa (séculos XVIII/XIX), então de propriedade fazendeiro o subdelegado João Nogueira Coelho.[31]

Em 1870, os representantes da família Nogueira Coelho ocupavam também os principais postos na Comarca Municipal de Queluz e no Distrito de Santa Anna do Morro do Chapéu: na Companhia do estado-maior, no juizado de Paz e na Subdelegacia de Polícia. O único boticário da cidade era José Nogueira Coelho. Quanto às atividades econômicas, além das citadas anteriormente, são citadas ainda a produção de café, a criação de abelhas e do “gado vacum, cavalar, lanígero e suíno”. A freguesia de Santana possuía naquele momento 43 eleitores. (SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento, 2003, Vol.1, p. 20).
Em vinte e oito (28) de janeiro de 1874, o Decreto n.º 2.084 elevou Morro do Chapéu à freguesia, sendo a paróquia instituída em vinte e oito (28) de janeiro de 1880, tendo como vigário colado o Padre Silvino Ferreira de Castro.[32]
Após a abolição da escravidão, em 1888, o distrito de Morro do Chapéu, assim como todas as localidades do país, cooptou a sua cota de população negra, agora livre, nos trabalhos rurais como assalariados ou mesmo na área urbana. Essa época de mudança social coincidiu com o surgimento da capela de Nossa Senhora do Rosário, devoção preferida dos negros, construída na “Parte Baixa” da cidade, na região de várzea. [33]

Uma das expressões mais típicas desse catolicismo foram as confrarias organizadas pelos leigos. Entre elas, existiam as irmandades e as ordens terceiras, que se diferenciavam das primeiras por estarem subordinadas às ordens religiosas. Podiam reunir membros de diferentes origens sociais, estabelecendo solidariedades verticais, mas também servir como associações de classe, profissão, nacionalidade e cor. Organizavam-se para incentivar a devoção a um santo protetor e para fins beneficentes destinados aos seus irmãos, que se comprometiam com uma efetiva participação nas atividades da irmandade. Esses fins beneficentes, tais como auxílio na doença, na invalidez e na morte, variavam de acordo com os recursos da irmandade, diretamente proporcionais às posses de seus membros. (CRUZ, Tereza Cristina de Carvalho. As Irmandades Religiosas da Africanos e Afrodescendentes. Disponível na Internet: http://www.periodicos.udesc.br/index.php/percursos/article/viewFile/1525/1287 . Acessado em 8 de abril de 2013).
Outra mudança significativa ainda no século XIX foi o surgimento da Estrada de Ferro D. Pedro II centralizando suas atividades na Estação de Conselheiro Lafaiete,[34] que impulsionou a economia local permitindo o escoamento do café, da cana e da produção têxtil para o Rio de Janeiro.
O distrito de Morro do Chapéu entrou o século XX com sua vocação agrária consolidada e bem sintonizada com as modernas técnicas de produção norte-americanas:

Ali já se vê a americanização da lavoura: um verdadeiro campo de demonstração.
A polycultura tem já o seo quartel general. Seos terrenos são geralmente de bons a optimos, e de fácil irrigação.
- Seo territorio é regado pelos rios Papagaio, Semaria, Guarará. Ali tudo é vida; tudo medra, tudo cresce, tudo evolue.
Não há especialidade: cultiva-se como se quer e o que se quer, porque o resultado é sempre feliz.
Há ali todo o conforto e garantias para o lavrador europêo.
O clima é puro, a gente bem disposta, o gado sadio e abundante.
Todas as inclinações, nos planos agrícolas ou pastoris, encontram directrizes á prosperidade.
Embora variada, todavia a sua maior cultura é a da canna de assucar, que, consecutivamente movimenta 26 engenhos, mais ou menos aperfeiçoados, para transformar-se em famosa aguardente, que não há melhor.
Adeantados machinismos de descascar e polir café e arroz entram-se em grande copia.( SENNA, 1913, p.709).


Em 1913, o cenário urbano do distrito também era animador: possuía então, agencia de correios, duas escolas públicas, biblioteca, uma farmácia[35], um escrivão de paz, uma subdelegacia e dezoito estabelecimentos de negócios, sendo quatro pertencentes às fazendas dos senhores José Baptista de Queiroz, Pires & C., Costa & C. e do major Francisco Anselmo da Paixão, que era filial de uma casa em Queluz. A freguesia composta pela sede, Morro do Chapéu; Pega-Fogo, Arêa e Estiva, possuía cerca de três mil (3.000) habitantes tendo como vigário o Padre Antônio Carlos.[36]

Surgiram nessas primeiras décadas do século XX as edificações ecléticas e art. déco no largo da Igreja de Santana e nas ruas Professor Virgílio Lacerda, Teixeira de Araújo, do Rosário, Nogueira de Queiroz e Dr. Campolina, compondo um harmonioso conjunto com as antigas construções do século XVIII e XIX. Destacam-se neste período: as residências ecléticas[37] à Praça Aristides de Araújo Teixeira n.ºs 1, 146, 147, 172, a edificação art. déco[38] n.º 80 à Rua Professor Virgílio Lacerda; as edificações com características ecléticas n.ºs 111 e 125 (demolida entre os anos 2010/2012) à Rua Professor Virgílio Lacerda; o conjunto eclético da Rua do Rosário n.ºs 50, 60 e 72; as residências ecléticas n.ºs 160, 123, 95 da Rua José Teixeira de Araújo; a residência art. déco à Rua José Teixeira de Araújo n.º 63; as edificações n.º 23 e 66 da Praça Oscar Teixeira Dutra e a Escola Estadual Dr. João Nogueira de Almeida construída entre os anos 1927 e 1928 pelo Governo Estadual,[39] situada na Praça Aristides de Araújo Teixeira, s/n.

Em 1905, o pároco local adquiriu para a igreja um harmonium, instrumento musical muito utilizado nas cerimônias religiosas. Nos anos seguintes – 1907/1913 – foi construído o Cemitério da cidade dando fim à prática de enterrar os fiéis dentro da igreja ou em seu adro. Ainda em 1913, a Igreja Matriz de Santana adquiriu ao custo de seiscentos mil réis (600$000) o altar que foi instalado na lateral esquerda, próximo à entrada da sacristia, dedicado ao Coração de Jesus. Mais tarde - em outubro de 1917 - foram compradas as imagens de Santa Efigênia e São Benedito pelo valor de noventa réis (90$000). Nesse período o templo era dirigido pelo padre Antônio Carlos Rodrigues. [40]

Em 1913 o adro foi totalmente remodelado, com retirada das catacumbas, a um custo de 215$000 (duzentos e quinze mil réis), enquanto a construção do cemitério seria orçada em 2.345$000 (dois contos, trezentos e quarenta e cinco mil réis) e as obras de “concerto da egreja, isto é, assoalho, tapavento, gazometro e pinturas” teriam custado à Fábrica 2.000$000 (dois contos de réis). (SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento, 2002, p.34).

O Nome “Morro do Chapéu” foi oficialmente definido em 1923, pela lei n.º 843 de sete (07) de setembro daquele ano. Nas primeiras décadas do século XX, o município foi contemplado com a luz elétrica gerada em usina local, instalada na Cachoeira do Santinho,[41] rodovias, instalação de telefone nas principais fazendas, urbanização, calçamento de suas ruas e a canalização de água das residências.[42]


O Padre José Lopes Magalhães que assumiu a paróquia em 1937 deixou a seguinte impressão sobre a Igreja de Santana[43] e sua nova comunidade:

A igreja por fora não é bonita e não tem torre, mas interiormente é bem arranjada e muito bem cuidada; é também provida de boas alfaias. A missa foi depois das dez e meia. A igreja, que não é pequena e conta com o recurso de tribunas, estava repleta e ainda havia gente de fora. Notei que o povo é muito bom e religioso. Notei também que a frequência dos homens é quase superior á das mulheres. (ARQUIVOS DA PARÓQUIA DE SANTANA. Santana dos Montes. Livro do Tombo de Santa Anna do Morro do Chapéu, fevereiro de 1937: 1936-2013. Fl 7v-8v).
Figura 30: Largo da Matriz em 1940. Acervo do Museu e Arquivo Antônio Perdigão – Pasta: Santana dos Montes  n.º 37 I.

O nome Catauá foi adquirido pelo distrito por decreto lei n.º1.058 de trinta e um (31) de dezembro de 1943.[44] Em 1944 já existiam duas pontes de madeira sobre os rios urbanos: da “Vargem” sobre o Ribeirão Fonte Limpa[45] e a Ponte da “Biquinha” sobre o Córrego da Biquinha.[46] Somente em vinte sete (27) de dezembro de 1948, a lei n.º 336 mudou a denominação do distrito para o nome atual – Santana dos Montes. Finalmente, em trinta (30) de dezembro de 1962, o distrito foi elevado a município desmembrado de Conselheiro Lafaiete, pela Lei n.º 2.764, sendo constituído do distrito sede e Joselândia.[47] 

LEI 2764 de 30/12/1962 - Texto Atualizado
Contém a Divisão Administrativa do Estado de Minas Gerais.
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º- A Divisão Administrativa do Estado de Minas Gerais, autorizada pela Lei Constitucional nº 6, de 16 de novembro de 1961, é a estabelecida na presente lei.
(...) ANEXO Nº2
LIMITES MUNICIPAIS E DIVISAS INTERDISTRITAIS
Município de Santana dos Montes
a) Limites Municipais:
1 - Com o Município de Cristiano Otôni: Começa no Alto do Peitudo; desce a encosta e alcança o ribeirão Passa Dez, pouco abaixo da Fazenda da Pedra; atravessa o ribeirão, sobe a encosta e alcança o divisor da vertente da margem esquerda do córrego da Pedra; segue por este divisor, contorna as cabeceiras do córrego das Contendas, alcança o divisor de águas dos rios Paraopeba-Guarará e por ele continua até o ponto fronteiro à cabeceira do córrego das Areias.
2 - Com o Município de Conselheiro Lafaiete: Começa no divisor de águas entre os Rios Paraopeba e Guarará, no ponto fronteiro à cabeceira do córrego das Areias; continua pelo divisor entre os córregos das Areias e Ponte de Chave até o alto próximo da fazenda Dois Córregos, alcança a cabeceira do ribeirão Água Limpa e desce pelo ribeirão até a foz do córrego que passa no povoado de São Vicente e na Fazenda Boa Vista; desce pelo ribeirão Água Limpa até a foz do pequeno afluente da margem esquerda, junto e acima da fazenda Água Limpa.
3 - Com o Município de Itaverava: Começa no ribeirão Água Limpa, na foz do pequeno afluente da margem esquerda, junto e acima da fazenda Água Limpa; continua por espigão, contornando as cabeceiras dos córregos da Providência e da Rocinha, até alcançar o Rio Guarará, na foz do córrego Caetetu, desce pelo rio Guarará até sua foz no rio Piranga.
4 - Com o Município de Lamim: Começa na foz do rio Guarará, no rio Piranga; sobe por este rio até a foz do córrego do Bicuiba.
5 - Com o Município de Rio Espera: Começa na foz do córrego da Bicuiba, no rio Piranga; sobe por este rio até a foz do rio Papagaio.
6 - Com o Município de Caranaíba: Começa no rio Piranga, na foz do rio papagaio; sobe por este rio até a grota junto à Fazenda da Casinha; sobe por esta até sua cabeceira, daí, alcança o alto do Peitudo.
b) Divisas Interdistritais:
1 - Entre os distritos de Santana dos Montes e Joselândia: Começa no rio Piranga na foz do rio Papagaio; daí, segue pelo divisor de águas entre estes dois rios e, depois, pelo divisor entre o rio Papa-Gaio e o córrego de Carrapicho até frontear o Buraco do Carambola; deste ponto alcança a cabeceira da grota do Carambola, pelo qual desce até o córrego Apaga Fogo; atravessa este córrego, sobe o espigão fronteiro até o alto do Tapera; daí, desce pelo córrego que passa nas fazendas Passa Tempo e João Teixeira até sua foz no rio Guarará. ( LEI 2764 de 30/12/1962 - Texto Atualizado. Disponível na Internet: http://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/completa/completa-nova-min.html?tipo=LEI&num=2764&ano=1962 . Acessado em 15 de maio de 2013).


Santana dos Montes teve inicialmente um Intendente na pessoa de Valdomiro Máximo Moreno que dirigiu o município de primeiro (1º) de março de 1963 a trinta e um (31) de agosto de 1963. O primeiro prefeito foi Antônio Nogueira de Oliveira, que implantou ainda nos anos sessenta, o loteamento que deu origem ao bairro São Joaquim.




PREFEITOS MUNICIPAIS DE SANTANA DOS MONTES
MANDATO
Antônio Nogueira de Oliveira
09/09/1963 a 31/01/1967
José Pereira Dutra
01/02/1967 a 01/01/1971
João Ladislau Moreira
01/02/1971 a 30/01/1973
Aristides de Araújo Teixeira
31/01/1973 a 30/01/1977
José Pereira Dutra
31/01/1977 a 31/01/1983
Amadeu Gonçalves ribeiro
01/02/1983 a 31/12/1988
Joaquim Nogueira Barbosa
01/01/1989 a 31/12/1992
Hélio Francelino Pinto
01/01/1993 a 31/12/1996
Amadeu Gonçalves Ribeiro
01/01/1997 a 31/12/2000
Vicente de Paulo de Souza Nunes
01/01/2001 a 31/12/2004
Vicente de Paulo de Souza Nunes
01/01/2005 a 31/12/2008
Nelson Ferreira de Faria
01/01/2009 a 31/12/2012
Amadeu Antônio Ribeiro
01/01/2013 a 31/12/20

 Figura: Prefeitos de Santana dos Montes. Fonte: Prefeitura Municipal de Santana dos Montes


Paulo Krugger Correa Moura assim descreve a Igreja de Santana dois anos após a emancipação do município de Santana dos Montes, em 1964:

É uma graciosa capelinha, fundada pelos idos de 1749, quando foi instituído o seu patrimônio. Lá por 1751, era um curato filial à Matriz de Carijós. Valoriza este pequeno templo um painel do fôrro da nave, representando a Ascensão do Senhor, bem como pinturas murais com cenas do Evangelho. É um trabalho que parece ter as caraterísticas da arte do afamado pintor Manuel da Costa Ataíde. No arco cruzeiro, existe a data de 1773, comprovando, talvez, a época da conclusão do templo. (MOURÃO, Paulo Krugger Correa. As Igrejas Setecentistas de Minas. Ed. Itatiaia. 1964, p. 109).
 Nesta época – na segunda metade dos anos 1960 - a igreja e o adro passaram por reformas gerais realizadas pelo Padre Walter Coimbra de Rezende, que se orgulhava do trabalho realizado com o que considerou uma restauração de um templo barroco. No mesma descrição, ao falar da reforma do adro e da escadaria, faz referência à criação da praça no grande largo:
Com sacrifícios ingentes, fizemos toda a restauração da igreja Matriz: Modéstia à parte, a reforma foi onerosa mas competente, agradou a todos. Procuramos conservar a arte, corrigir as deficiências. A restauração foi completa: telhado, engradamento, pintura interna e externa, piso. As paredes eram grosseiramente oleadas, já precisavam de uma limpeza geral (...) agora com caiação a Igreja Matriz está mais acolhedora. Tudo é acolhedor! O piso de cerâmica clara substituiu, com muitas vantagens, o antigo assoalho de madeira já estragado.
O adro também foi todo remodelado, rebaixado, recoberto de pedra a vista, de Ouro Preto. Aliás, por dentro e por fora do prédio da Igreja, toda pedra talhada, geralmente de pedra-sabão ou granito, foi por nós descoberta, removendo-se várias camadas de óleo ou tinta.  E perante o adro, à guisa de arrimo ergue-se a majestosa  escadaria de 20 degraus: toda feita de cimento armado, concreto, obra de segurança. Há duas pistas laterais em rampa, sendo todo o conjunto, simetricamente, ajardinado: foi ponto de partida para se edificar a praça.
A belíssima Igreja, de autêntico estilo barroco, agora com suas novas estruturas de restauração, fico mais valorizada. Os santanenses, residentes na Paróquia; e todos os que moram em outras cidades do Estado de Minas e em outras unidades da Federação, sentem um santo orgulho, pela justa razão de ser sua cidade dotada de tão belo templo. (...) (ARQUIVOS DA PARÓQUIA DE SANTANA. Santana dos Montes. Livro do Tombo de Santa Anna do Morro do Chapéu 25 de janeiro de 1967: 1936-2002. Fl 93-93v).

A população do município em 1970 era de quatro mil e setecentos e oitenta e cinco (4.785) habitantes sendo que, mil cento e sessenta e quatro (1.164) na área urbana. Em 1977, existiam na cidade trezentas e quarenta e oito (348) moradias, doze (12) comércios e uma (01) indústria.[48]


Nas décadas seguintes a população urbana varia relativamente, passando para mil duzentos e oitenta dois (1.282) em 1980, mil quatrocentos e sessenta e seis (1.466) em 1991 e nove anos depois - em 2000 - a três mil novecentos e trinta e sete (3.937), sendo dois mil e doze (2.012) habitantes na área urbana.

O declínio da produção agrária ocorreu com mais ímpeto a partir dos anos 1970, devido à migração de parte da população – principalmente os mais jovens - para as metrópoles em busca de melhores condições de trabalho. Nos anos 1980 a concorrência desigual com agroindústria acabou de vez com a produção dos pequenos produtores culminando com a quase extinção das lavouras de café, arroz e feijão. Restou, no entanto, a cultura do milho e cana-de-açúcar. O gado de corte e leiteiro passou a liderar a economia local.

Importante salientar que em 2000, seiscentos e quarenta e três (643) pessoas se dedicavam a atividades agropecuárias, cinquenta e sete (57) ao comércio, duzentas e cinquenta e sete (257) à indústria e outras duzentas e setenta e oito (278) a serviços diversos.

Em 2010 a população era de três mil oitocentos e vinte dois (3.822) habitantes, sendo dois mil e quinhentos e três (2.503) indivíduos na sede e mil trezentos e dezenove (1.319) no distrito de Joselândia. Pelo censo demográfico daquele ano, o município possuía seiscentos e noventa e seis (696) domicílios urbanos particulares e quatrocentos e quarenta e sete (447) domicílios particulares na área rural.[49]

No século XX ocorreu a ocupação da antiga Rua das Flores - atual Rua Professor Virgílio Lacerda - e do entorno da Fazenda “do Antônio Quirino”, por edificações de um pavimento com tendências ecléticas, predominando mais tarde, a partir da segunda metade do século, edificações sem estilo definido. (As construções da segunda metade do século XX que ocuparam os vazios das praças e ruas da área central não possuem um padrão específico de sistema construtivo ou de volumetria). Em todo o conjunto predomina o uso residencial, alguns comércios e imóveis com uso misto de comércio e residência. O prefeito José Pereira Dutra – 1977/1983 - iniciou o calçamento das ruas e implantou parte das redes de esgoto e de água.[53]

Na gestão do primeiro prefeito – Antônio Nogueira de Oliveira, 1963/1967 – surgiu Bairro São Joaquim. Mais tarde, em 1987 foi criado o bairro Liberdade ocupado por moradores vindos da área rural fugindo da crise na agricultura. A Praça Oscar Teixeira Dutra foi inaugurada em  julho de 1993[54], na gestão do prefeito Hélio Francelino Pinto.[55]

Credita-se à estagnação econômica dos anos 1930, a atual conformação estética de urbe colonial.[56]

Parte da população que migra para a cidade, entre 1970 e 2000, acaba ocupando áreas de várzea antes inabitadas, contíguas ao Núcleo Histórico urbano. Essa ocupação se fez de forma desordenada, sem um mínimo planejamento por parte do poder público. Uma parte dessa população mora ainda em condições precárias, algumas vezes sem acesso a serviços básicos como saneamento e urbanização. (SANTANA DOS MONTES, Dossiê, 2003, p.32).

Ao redor da Praça Aristides de Araújo Teixeira e proximidade imediata da Igreja Matriz de Santana existem hoje cerca de vinte e cinco edificações construídas na segunda metade do século XX.[57]


Basicamente, o Centro Histórico de Santana dos Montes se configura pela Praça Aristides Araújo Teixeira – principal marco urbano da cidade; rua Professor Virgílio Lacerda[58]; rua Joaquim Nogueira[59]; rua Manoel Sebastião de Araújo; Ladeira Américo Leão; Praça Oscar Teixeira Dutra - onde está situada a fazenda do Antônio Quirino, primeira ocupação da região; Praça José Teodoro da Silva[60]; rua José de Paula; rua do Rosário; rua José Teixeira de Araújo; rua Joaquim Nogueira; rua Dr. Campolina e rua Alberto Alves Galvão.

A cidade entrou no século XXI como uma das mais novas e agradáveis opções turísticas de Minas Gerais devido a grande concentração de fazendas do périodo colonial construídas nos séculos XVIII e XIX; sua urbe harmoniosa mesclando edificações coloniais, século XIX e estilos arquitetônicos de várias épocas do século XX; suas manifestações imateriais, além dos seus atrativos naturais:

Localizada na confluência entre as serras do Espinhaço e da Mantiqueira, a cidade apresenta um casario antigo emoldurado por pequenas montanhas. No entorno do município existem 15 fazendas coloniais, uma delas funcionando como hotel-fazenda. Essas propriedades deram uma contribuição fundamental para a história de Santana dos Montes, que teve seu apogeu econômico durante o ciclo do Ouro.

Ao contrário de outras regiões, no entanto, o lugarejo não se destacava pela presença de metais preciosos. Suas fazendas produziam alimentos para comunidades, já que as localidades ricas em ouro e outros minerais não tinham como garantir viveres suficientes para manter a população, devido às características de seu solo.

Para os amantes do turismo ecológico também não faltam opções. A Mata Atlântica ainda é bastante presente, em grande parte intocada e com fauna e flora muito ricas. A região conta ainda com inúmeras cachoeiras, cascatas, lagoas e nascentes, inclusive do rio Piranga. Todas elas livres de poluição.

Assim como as construções, as tradições culturais da cidade estão muito preservadas. Os visitantes podem se deliciar com a festa da padroeira, a Folia de Reis, o congado, a dança de fitas e a banda de música do município. E para levara para casa como lembrança, nada melhor do que o artesanato produzido pelos moradores. (Um paraíso ecológico que parou no tempo. Estado de Minas, Belo Horizonte, 11 de março de 2000, p. 29).


Situado na região Metalúrgica de Minas Gerais, o município de Santana dos Montes dista  cento e trinta (130) quilômetros de Belo Horizonte, trezentos e cinquenta (350) quilômetros da Cidade do Rio de Janeiro e vinte e nove (29) quilômetros de Conselheiro Lafaiete.[1] Possui área de cento e noventa e seis (196) km2 com uma população estimada em três mil oitocentos e vinte e dois (3.822) habitantes conforme censo de 2010. A área urbana do distrito-sede se subdivide atualmente em quatro bairros: Centro, Catita, Residencial João Nogueira, São Joaquim e Liberdade.

A economia do município continua a girar entorno da agropecuária, empregando a maior parte da população no cultivo do arroz, feijão, café, banana, batata-inglesa e principalmente da cana-de-açucar e milho. Criam-se nas fazendas, galinhas, bois, porcos e cavalos.[1] Na área urbana, predominam os setores de serviços, atividades industriais e comércio. O município é servido de sete (07) escolas de ensino fundamental, duas (02) de pré-escolar e uma (01) de ensino médio. Possui atualmente dois (02) estabelecimentos de saúde. A energia elétrica é fornecida pela CEMIG desde 1974.

A Prefeitura Municipal é a maior empregadora, contando com duzentos e quarenta (240) funcionários. O comércio local vem crescendo, existindo nas áreas urbanas uma (01) farmácia, dois (04) mercados, duas (02) padarias, dois (02) açougues, três (03) latícinios e duas pousadas e posto bancário[2]. O município possui quatro (04) engenhos em funcionamento e as três (03) fazendas hotéis empregam cerca de cem funcionários. A vocação túristica se destaca com a transformação de antigas fazendas em pousadas e hoteis atraindo principalmente os moradores de grandes cidades, desejosos da traquilidade idelizada do mundo rural.[3] De 2001 a 2010, oito fazendas do período colonial foram restauradas numa clara adesão à vocação turística. Na indústria destaca-se a Cervejaria artesanal da marca Loba e a indústria de laticínios - duas unidades em Joselândia e uma no distrito-sede.

A pequena urbe transpassa o tempo se reinventando sem perder as raízes, o contato com o passado e suas tradições construídas ao longo dos séculos XVIII, XIX e XX, sendo um exemplo da sadia convivência dos suportes físicos e imateriais da memória e as inovações modernas. Santana dos Montes se eterniza ao conciliar em um mesmo espaço, passado, presente e a projeção de seu futuro. Essas caracteristicas marcantes a qualificam como importante patrimônio cultural do povo mineiro, justificando a proteção de seu Centro Histórico.




[1] Em 2003 o município possuía 7000 cabeças de bovinos, 470 equinos, 9400 galináceos, 70 muares e 1000 suínos. Fonte: disponível na Internet: Município de Santana dos Montes –MG http://cidadesnet.com/municipios/santanadosmontes.htm#AtividadesEconomicas . Acessado em 03 de abril de 2013.  Em 2005 o município de Santana dos Montes possuía 980 suínos, 420 equinos, 75 muares, 2200 galináceos e produzia 2900 litros de leite. Possuía uma indústria extrativista, 7 indústrias de transformação e duas de construção.Disponível na internet: Brasil, Minas Gerais – Santana dos Montes/mg: http://www.uniregistro.com.br/cidades-do-brasil/minasgerais/santanadosmontes/ . Acessado em 03 de abril de 2013.
[2] Após reforma, o antigo prédio da Câmara Municipal passou a sediar o banco postal do Bradesco inaugurado em 6 de julho de 2007 .
[3]Funciona como hotéis fazendas a fazenda Santa Marina, a Fazenda Fonte Limpa e a Fazenda do Tanque. Até o final do ano de 2013, entrarão em funcionamento como pousada as fazendas da Chácara, e Paciência.




[1] a MG 0405 que liga Santana dos Montes à BR 040 foi asfaltada a partir da autorização para as obras assinadas pelo então Secretário de Obras Públicas do Estado, Dr. Agostinho Patrus e pelo prefeito Vicente de Paulo Souza Nunes em 11 de agosto de 2005. (Jornal Santana Hoje, Agosto de 2005. N.º 47. Pág. 01.




Notas







[1] SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento. Núcleo Histórico Urbano de Santana dos Montes. Santana dos Montes, 2003, Vol.1, p. 14.
[2] Esse Antônio Quirino Nogueira era filho de Quirino Nogueira Coelho e Libânia Nogueira. Quirino era filha de João Nogueira Coelho e Maria Teodora de Jesus, que no século XVIII eram donos da Fazenda Fonte Limpa.
[3] Essa fazenda se situa hoje dentro da área urbana na Praça Oscar Teixeira Dutra. SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento, 2003, p. 15.
[4] o nome “capela” dá-se ao templo de pequenas proporções, de um só altar. sob o ponto formal não existe diferença entre igreja e capela sendo a diferença de caráter administrativo regulado pelo direito canônico. Capela é o nome do templo que não é sede de paróquia. (CORONA & LEMOS, Dicionário da Arquitetura Brasileira. São Paulo: EDART – São Paulo Livraria Editora LTDA. 1972, p. 106,107).
[5] TRINDADE, Cônego Raimundo. Instituições de Igrejas no Bispado de Mariana. Rio de Janeiro. Ministério da Educação e Saúde. 1945. p. 208.
[6]TEIXEIRA, Dininha. Jornal Santana Hoje. Julho de 2001. N.º 06, pág. 04. Jornal Santana Hoje. Setembro de 2001. N.º 08, pág. 04.
[7] AHU. conselho Ultramarino. Brasil/MG. cx. 53, doc.68; cx. 71, doc. 53.
[8] Santa Ana, mãe de Maria, mãe de Jesus pertencia à família de Aarão e seu marido São Joaquim era descendente de Davi. A devoção a Santana e São Joaquim no oriente, data do século VI. No ocidente o culto a Santana prevalece no século VIII. Na idade média tornou-se muito popular, principalmente na Alemanha. O Papa Urbano IV oficializou o culto a mãe de Maria em 1378. O dia de devoção a Santana - 26 de julho - foi fixado pelo Papa Gregório XIII em 1584.
[9] Freguesia criada em 1709 e elevada a condição de “colativa” por alvará régio de dezenove de janeiro de 1752.
[10] ROCHA, 1995, p. 126.
[11] Existe no arco-cruzeiro no lado voltado para a capela-mor, a data 1812. Acreditamos que se trata de referência a alguma obra na Matriz. Do lado voltado para a nave, existe outra data – 1860 – provavelmente outra intervenção. A torre sineira externa da capela de Santana foi construída em 1820 e, ao longo dos anos foi refeita inúmeras vezes. Um dos sinos foi restaurado por Alípio Augusto em 1888 pela quantia de dez mil réis. Um outro foi adquirido à mesma época pela quantia de vinte e três mil quatrocentos e quarenta réis. (Livro de receitas e despesas da Fábrica da Matriz (manuscrito) Arquivo da Paróquia de Santana. Santana dos Montes: 1888-1919. Fl.14).
[12] O nome do capelão aparece como Francisco de Souza Lima em outra referência do bispo na p.254.
[13]“rELAÇÃO das Cidades, Villas e Povoados da Província de Minas Gerais com declaração  do número de fogos de cada uma (1830)” in. Revista do Arquivo Público Mineiro. Ano II, fasc. 1, janeiro a março de 1897.
[14] CUNHA MATOS, 1979, vol.1, p.83,84.
[15] SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento. 2003. p. 17.
[16] SENNA, Nelson de. Annuário de Minas Geraes. Bello Horizonte, Imprensa Official, 1911, Anno IV. p. 317.
[17] As festas religiosas na sociedade colonial contribuíam para estruturar os espaços urbanos e a vida social e política das comunidades. Cabia às Irmandades religiosas e também às Câmaras locais a organização destas manifestações de devoção.
[18] Praça ou grande espaço enfrente a Matriz onde desembocam várias ruas.
[19] Os chafarizes foram retirados na primeira metade dos anos 1970. (Jornal Santana Hoje, novembro de 2006, pág. 04).
[20]Os cruzeiros simbolizavam o martírio de Cristo. Eram instalados principalmente em praças, morros e encruzilhadas.
[21] Atualmente situada na praça Oscar Teixeira Dutra.
[22] SANTANA DOS MONTES. Dossiê de tombamento, 2003, p. 30.
[23] Jornal Santana Hoje, maio de 2002, N.º 16. Pág. 04.
[24] O largo ou adro são espaços abertos situados a frente das igrejas era cercado ou murado. Uma espécie de pátio. Um chafariz encontra-se no extremo da Praça Aristides de Araújo e atualmente apresenta um placa com data de 1930. O outro encontra-se perto do Cruzeiro da rua Professor Virgílio Lacerda.
[25] Segundo manuscrito no passeio da praça, o jardim da praça foi construído em 1/06 de 1966, pelo prefeito Antônio Nogueira de Oliveira.
[26] SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento, 2003, p. 32.
[27] Paróquia de Santana. Arquidiocese de Mariana. Santana dos montes. Programa Oficial das Comemorações dia 06 de outubro de 1974 – sob a presidência do Exmo. Sr. Arcebispo Metropolitano , Dom Oscar de oliveira. 1974, s/n. o Padre Walter Coimbra de Resende foi empossado em
[28] aLMANAQUE de Minas 1864. Ouro Preto: s/e, 1864, p. 102.
[29] A fazenda Paciência e Bom Retiro foram incorporadas ao distrito de Morro de Chapéu, pela Lei n.º 512 de 3 de julho de 1850. Pertencia a essa época a Joaquim Lourenço Baeta Neves.
[30] O nome original era fazenda Caatinga
[31] O Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Santana dos Montes tombou em 2003, as fazendas Caititu, Tanque, Paciência, e São Pedro.
[32] TRINDADE, 1945, p. 208.
[33] No século XX, em data imprecisa, a igreja antiga foi demolida dando lugar a atual. (sANTANA DOS mONTES. ipac - Inventário de Proteção do Acervo Cultural de Santana dos Montes. Ficha de Inventário N.º116, mar.2006, p.41).
[34] Inaugurada em quinze (15) de dezembro de 1883.
[35] O imóvel n.º 37 da à Praça Aristides de Araújo Teixeira foi construído por Elói Evangelista Vaz de Lima e sua esposa Maria Augusta Flores de Lima no século XIX e abrigou uma farmácia. O bloco de um pavimento do sobrado n.º66 à Praça Aristides de Araújo Teixeira foi utilizado como venda, farmácia e barbearia. (COSTA, Christina de Souza. Entrevista em: 16 de outubro de 2014).
[36] SENNA, 1913, p.709.
[37]O ecletismo surge nas décadas finais do século XIX. Aparece como forma predominante nas obras arquitetônicas a partir da reforma de Haussmann em Paris. É uma mistura de estilos arquitetônicos dando origem a uma nova arquitetura. No Brasil, teve seu principal momento nas primeiras décadas do século XX.
[38]O estilo art déco surgiu internacionalmente por volta de 1925 e teria prevalecido até o ano de 1939. no Brasil o estilo ainda perdurou durante os primeiros anos da década de 1940. o art déco “chega a belo horizonte nos anos 30, e rapidamente se impõe, vai coexistir aqui com os últimos avatares de um ecletismo pitoresco e os primeiros exemplares de uma variante do modernismo vanguardista” (BERTI, Mauro (obra póstuma). Raffaello Berti: projeto memória. Belo Horizonte: Silma Mendes Berti/AP Cultural, 2000, p.19).
[39] No governo do Dr. Antônio Carlos de Andrada. O prédio sofreu reformas nos governos do prefeito municipal José Pereira Dutra – 1967 a 1971 e em 1979. Entre os anos 2004/ 2006 passou por novas obras realizadas pelo governo do Estado. Atualmente Escola Estadual Dr. João Nogueira, oferece além do ensino fundamental cursos de 2º grau com aproximadamente 400 alunos.
[40] Livro de receitas e despesas da Fábrica da Matriz (manuscrito) Arquivo da Paróquia de Santana. Santana dos Montes: 1888-1919. Fl.26.
[41] O primeiro proprietário da usina foi Daniel Teixeira e o último –em 1974 – Edson Amaro. (Museu e Arquivo Antônio Perdigão. Conselheiro Lafaiete. Pasta de Santana dos Montes n.º37 I).
[42] SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento, 2003, p.24.
[43] Importante relatar que o Padre José Lopes Magalhães realizou algumas reformas na Igreja Matriz durante o período que esteve sobre o seu comando: em junho de 1937, “renovou-se o assoalho da capela do santíssimo que estava completamente comido pelos cupins”. Em fevereiro de 1939, realizou reformas no telhado. (ARQUIVOS da Paróquia de Santana. Santana dos Montes. Livro do Tombo de Santa Anna do Morro do Chapéu, junho de 1937: 1936-2013. fl 17v e 37v.)
[44] Nesse ano de 1943, santana dos Montes possuía os seguintes logradouros públicos: O Largo da Matriz, a Rua de cima, a Rua Dr. Campolina, A Rua Treze de Maio, a Rua da Vargem, a Ladeira da Calçada, a Estrada do Barro Branco e a Estrada do Fernandes. (Departamento Estadual de Estatística – Primeira Divisão, Belo Horizonte, 31 de dezembro de 1943).
[45] A ponte sobre o Rio Fonte Limpa foi construída na gestão do Prefeito João Ladislau Moreira – inaugurada em janeiro de 1972. (Informações contidas em Placa situada na ponte).
[46] Essas pontes são de concreto atualmente.
[47] São José do Carrapicho teve o nome mudado par Joselândia pela Lei n.º 1039 de 12 de dezembro de 1953.

[48] governo do Estado de Minas Gerais. Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral. Superintendência de Estatística e Informações – Sistema Estadual de Planejamento.1977. Não foi especificado que tipo de indústria existia.
[49] IBGE. Disponível na internet: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?codmun=315910 . Acessado em 16 de maio de 2013.
[50] disponível na internet: http://cidadesnet.com/municipios/santanadosmontes.htm#atividadeseconomicas . Acessado em 03 de abril de 2013.
[51] Sinopse Preliminar do Censo demográfico 2000. Disponível na Internet em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/sinopse_preliminar/Censo2000sinopse.pdf . Acessado em 19 de fevereiro de 2013.
[52] Informações sobre a população estimada dos anos 2005, 2006, 2008 e 2009 disponível na internet em http://www.oim.tmunicipal.org.br/abre_documento.cfm?arquivo=_repositorio/_oim/_documentos/2d9ddba3-cb68-f94e-42ba0273ad1bcbe918082009100643.pdf&i=745 . Acessado em 19 de fevereiro de 2013.
[53] Museu e Arquivo Antônio Perdigão. Pasta Santana dos Montes n.º 37 I.
[54] Conforme placa situada na praça.
[55] sANTANA DOS mONTES. ipac - Inventário de Proteção do Acervo Cultural de Santana dos Montes. Ficha de Inventário da Fazenda Antônio Quirino. Março/abril de 2001.
[56] SANTANA, Dossiê de Tombamento, 2003, p. 32,33.
[57] SANTANA DOS MONTES, Dossiê de tombamento, 2003, v.1,  p.43.
[58] Essa denominação foi conferida pela Lei Municipal n.º 7 de 19 de outubro de 1970.
[59] A rua Joaquim Nogueira foi criada pela Lei Municipal n.º 9 de 19 de outubro de 1970.
[60] Antiga Praça Duque de Caxias. O nome atual foi criado por lei municipal n.º 79 de 09 de novembro de 2001.



3 comentários:

  1. A Matriz não tem tombamento individual por parte do município?

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  2. Sim, a igreja é tombada isoladamente e dentro do conjunto.

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  3. A Igreja de Santana foi tombada pelo decreto n. 02/2002 e a imagem de Santana pelo decreto 03 de 14 de fevereiro de 2002.O núcleo histórico foi tombado em 26 de março de 2003, pela Lei Municipal 117/2003.

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