PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

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quinta-feira, 5 de agosto de 2021

SOBRE A DESTRUIÇÃO DE ESTÁTUAS DE SUPOSTOS HERÓIS

SOBRE A DESTRUIÇÃO DE ESTÁTUAS DE SUPOSTOS HERÓIS: 

 As práticas nefastas dos sertanistas dos séculos XVI, XVII e XVIII tinham o respaldo da maioria da sociedade escravista e preconceituosa que desqualificava o índio e o negro para justificar a exploração.

 Nunca foram heróis e claro, não devem ser exaltados como tal. 

 Eram a mão suja da sociedade que fazia o trabalho aceito e querido pela elite e por boa parte da época.

 Vozes contrárias sempre se ouviram como em todas as épocas e graças a elas as mudanças sempre ocorrem, mesmo que lentamente. 

Estátuas com raras exceções - são como nomes de ruas e viadutos. 

 Homenageiam as escolhas das elites e dos políticos oportunistas da vez. 

São queimadas e destruídas ao sabor das revoltas e mudanças sociais que prestam um desserviço com sua agressividade sem debates, sem esclarecimentos e sem um trabalho de educação e sensibilização.

 Serão substituídas por novos "heróis" da ideologia e filosofia da vez, como se realmente precisássemos de heróis. 

 Precisamos acreditar no coletivo e valorizar o coletivo e não indivíduos frutos de suas épocas. 

A destruição simples violenta e espetacular só demonstra que quem destrói não está tão longe do sujeito representado na estátua. 

 A retirada destas estátuas - se é que devem ocorrer - devem vir acompanhada de um divulgação, informação, estudo e denúncia. 

É necessário divulgar, informar e denunciar esses falsos heróis que nada mais eram que seres de seus tempos com a moral predominante de suas épocas, justificados e financiados pela sociedade e seus conterrâneos. 

 Predadores de índios. 

Assassinos e exploradores aventureiros em busca de poder e riquezas. 

Além de serem destruidores das missões jesuítas no sul.

 Claro, também não podemos esquecer que tiveram um papel importante no desbravamento e invasão do Sertão/interior e na formação geográfica e social do nosso Estado e país. 

 Qual a necessidade de heróis? 

Precisamos de heróis? 

Porque precisamos de heróis? 

O que qualifica um herói? 

São algumas perguntas a serem feitas ao longo de um trabalho de educação patrimonial. 

 A queima de estátuas pode ser comparada com a queima de Judas na Semana Santa. 

 Nada mais contraditório à pregação do Cristo, que sempre se apoiou no amor. 

 Na queima de estátuas há apenas ódio e o ódio é inimigo da racionalidade, do esclarecimento e da compreensão.


 (Carlos Henrique Rangel).

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