O Padre
recebeu o Conselho depois de alguns minutos. Cadeiras foram arranjadas para que
todos se sentassem na pequena sala onde o Padre Vinicius despachava. Carrancudo
ele encarou a todos com olhos fixos e esperou.
- Bem
Sr. Padre, viemos aqui para tentar esclarecer um grande equivoco.
- Isso
é bom, quero mesmo saber porque vocês resolveram tombar a minha Igreja. – Disse
o Padre.
- Acho
que o problema está aí. A nossa intenção em tombar a igreja é a mesma do
Senhor.
- Não é mesmo.
Eu sou o zelador da igreja que é a casa de Deus. Vocês querem toma-la da
comunidade. – Disse o Padre nervoso.
- Que isso Padre, o
tombamento é um instrumento usado para preservar um bem cultural. O que nós
queremos é que ela dure. Que continue com agente do jeito que está sem
descaracterizações ou perdas.
- Vocês
querem toma-la da
igreja...
- Não é
isto. Ela vai continuar sendo um bem
eclesiástico, só não pode é ser demolida ou modificada... Toda a intervenção
deverá ser analisada pelo Conselho que vai decidir se pode ou não ser feita.
Tudo isto como muito critério. – Completou Carlos Alberto. O Padre ficou
pensativo por alguns segundos...
- E porque não
me explicaram isto? Porque não explicaram isto para toda a cidade? Ninguém sabe
o que é esse tal de Tombamento. – Falou
o Padre.
Os Conselheiros se entre olharam.
- É, foi o nosso
erro. Devíamos ter elaborado uma cartilha e divulgado informações na Radio e na Televisão... Ainda
não é tarde, podemos fazer isto. – Falou João.
- Eu vou fazer a
minha parte... No próximo domingo explicarei aos paroquianos o meu engano. No entanto gostaria que vocês consertassem
mais uma coisa...
- O que senhor
Padre? – Perguntou Carlos Alberto.
- Eu não
sou o principal responsável pela igreja. Vocês deveriam procurar o Bispo.
- É,
concordo com o senhor, vamos procura-lo o mais
rápido possível e explicar todas as implicações do tombamento. – concordou
Carlos Alberto.
E assim
tudo que foi acordado naquela reunião foi posto em prática. O Bispo foi
comunicado pessoalmente pelo Presidente do Conselho, que lhe esclareceu todas
as dúvidas. Uma cartilha foi elaborada pelo professor João com desenhos de
Zezinho, lançada com muito sucesso em um concorrido coquetel. D. Rita foi ao
rádio e a televisão tirar as dúvidas da comunidade. O conselho e a equipe do
Departamento do Patrimônio Cultural desenvolveram com as escolas, uma série de
atividades e tarefas para serem trabalhadas com os alunos visando a
conscientização e esclarecimento sobre a proteção do patrimônio cultural.
O Padre
Vinícius se desculpou pelo alarme falso que dera na missa passada e passou a
ajudar ativamente o Conselho nos novos tombamentos de bens eclesiásticos.
As novas
ações do Conselho foram sempre bem recebidas pelo comunidade.
QUESTIONÁRIO:
1 – Um
bem cultural pode ser tombado com base em uma ficha de
Inventário
do Acervo Cultural?
2 – Por
que o padre não concordava com o tombamento da Igreja?
3 – Qual
a importância de se notificar os proprietários de um bem
Que está
sendo tombado? Realmente é necessário a publicação
Do edital
de tombamento provisório? Porquê?
4- Um bem
tombado pode sofrer intervenções?
5- Qual a
importância do trabalho de educação patrimonial?
FIM
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