PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

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quarta-feira, 22 de julho de 2020

LEMBRANÇAS

LEMBRANÇAS:
Nada nesse mundo material é eterno.
Na verdade, nem mesmo as lembranças são eternas.
Elas são releituras lapidadas, corrompidas, censuradas, recriadas por quem lembra. Quase sempre irreais.
Não importa.
Lembrar faz parte da construção de seres sociais enquanto mortais.
Faz parte da manutenção da autoestima de um povo.
As lembranças sempre são motivadas externamente pelo despertar dos sentidos com relação a um objeto, um lugar, uma foto, um cheiro, um clima, um som...
Coisas materiais e imateriais de lembrar.
E quem lembra precisa exaltar, ensinar, transmitir, motivar, repassar as lembranças contidas nas coisas de lembrar para que elas continuem.
E continuem a fazer lembrar e a acumular novas memórias.
A eternidade possível só será possível se houver quem saiba ouvir e sentir as coisa de lembrar.
Seja com que memória for.
A preservação só terá sentido se for sentida por quem realmente importa.
(Carlos Henrique Rangel).

domingo, 19 de julho de 2020

O INVENTÁRIO COMO PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL

O INVENTÁRIO COMO PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL
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O problema surgiu pós 1988. Quando a Constituição Federal definiu que o "Inventário"
- assim mesmo - apenas a palavra "Inventário", é uma proteção.
Mas que tipo de inventário?
Qualquer inventário?
Inventário arquivístico?
Inventário de acervo de um museu?

Os inventários antes da Constituição Federal de 1988 não tinham força para proteger e visavam o conhecimento.
Ainda é assim no IEPHA e no IPHAN que regulamentaram os seus inventários deixando isso bem claro.
Para se fazer o Inventário de Proteção ao Acervo Cultural não precisa de notificação ou de comunicação prévia aos proprietários de um imóvel porque visa o conhecimento e o reconhecimento de um bem enquanto parte do patrimônio de um povo e não é o proprietário que define o que é e o que não é bem cultural de um povo.

Claro que tudo fica mais fácil se houver comunicação e transparência sobre o trabalho.

No entanto, o proprietário não é dono da foto da casa ou da história da casa.
Onde fica o direito difuso?
A coletividade e sua sobrevivência como tal, se sobrepõe ao direito individual.

Por outro lado, a transformação de qualquer "inventário" em proteção parecida com o Tombamento enfraquece a ambos. Antes continuasse como inventário simples do tempo do IEPHA.
A regulamentação se faz urgente.

E sou a favor de que se faça isso por leis municipais, já que Estado e Federação não assumem essa tarefa.
Essa Lei Municipal deve Deixar claro que o inventário que se está fazendo é de conhecimento ou de proteção prévia e não um tombamento menor.

Inventário não pode e nem deve ser um substituto fraquinho do Tombamento.

Infelizmente, alguns promotores bem intencionados, mas sem base legal para isso, estão igualando as duas proteções.

Esquecem, no entanto, que a Constituição Federal de 1988 deixou a coisa solta e generalizada.

A única proteção efetiva que de fato existe para bens materiais é o Tombamento.
E ele vem funcionando há quase 90 anos.

Firulas protetivas inventadas posteriormente não se igualam ou substituem o Tombamento.

(Carlos Henrique Rangel).

LEI QUE TRATAM DA REGULAMENTAÇÃO DO INVENTÁRIO:
Lei de Curitiba: https://mid.curitiba.pr.gov.br/2018/00227517.pdf
Lei de Porto Alegre: https://leismunicipais.com.br/a/rs/p/porto-alegre/lei-ordinaria/2019/1259/12585/lei-ordinaria-n-12585-2019-dispoe-sobre-o-inventario-do-patrimonio-cultural-de-bens-imoveis-do-municipio-de-porto-alegre-e-sobre-as-medidas-de-protecao-e-preservacao-dos-bens-que-o-compoem

Vejam esse artigo: https://lucasvalladao.jusbrasil.com.br/artigos/204312226/tombamento-versus-inventario-a-eficacia-na-protecao-do-patrimonio-cultural?ref=serp


quinta-feira, 16 de julho de 2020

A MUDANÇA QUE QUEREMOS

A MUDANÇA QUE QUEREMOS

Estátua da manifestante negra Jen Reid é erguida em Bristol, Inglaterra  - GEOFF CADDICK/AFP - GEOFF CADDICK/AFP

Estátua da manifestante negra Jen Reid é erguida em Bristol, Inglaterra Imagem: GEOFF CADDICK/AFP.
"Nova estátua foi criada por Marc Quinn, um dos escultores mais conhecidos da Grã-Bretanha, e representa uma manifestante, Jen Reid, fotografada em pé no pedestal depois da derrubada da antiga escultura." 
Fonte: https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2020/07/15/estatua-de-manifestante-e-erguida-no-lugar-da-que-representava-escravista.htm?fbclid=IwAR033ghB23_REUavaV6lOodv7-Xl3VhnfSope56Cgsk7ahyAccNLJ3O1BBw&cmpid=copiaecola


As mudanças precisam acontecer no Ser Humano para que possam mudar o exterior.
Ou corremos o risco de ser tudo apenas um modismo superficial.
Há de se repensar com clareza e cuidado tudo o que acontece.
Devemos lembrar que os seres humanos não são 8 ou 80. Não são anjos ou demônios.
Os seres humanos possuem qualidades e defeitos sujeitos à moral de época e de visões de mundo.
Temos que avançar sim, para a o respeito a todos os seres humanos independente de crenças, raças, opções sexuais, culturas e posições políticas. Respeito.
Toda revisão será positiva e bem-vinda se vier sem a carga de ódio que só embaça a compreensão e a transformação.
Se vier com discernimento e com o intuito de avançar para uma nova convivência e harmonia das comunidades.

Carlos Henrique Rangel

quinta-feira, 9 de julho de 2020

DESTRUIÇÃO DE ESTÁTUAS E MONUMENTOS, A MEMÓRIA APAGADA

A MEMÓRIA APAGADA:



E assim se apaga a história e se perde uma grande oportunidade de educar as novas gerações sobre as várias facetas do ser humano.
Não somos santos ou demônios. Homens é o que somos.
Seres influenciados pela moral da época em que vivemos e agindo por ambição, patriotismo, convicção, heroísmo, covardia, preconceitos, fanatismo.
Com a destruição de estátuas e monumentos, se perde a oportunidade de sensibilizar as novas gerações sobre o motivo que levou a elevar tal sujeito a estátua.
Não se ensina ninguém jogando o mal para debaixo do tapete da história.
Não se ensina ninguém destruindo documentos e monumentos em nome do "politicamente correto" da vez.
Não se brinca com a história e com a memória.
Corremos o risco de ver repetidos as mesmas catástrofes do passado. Em um país como o nosso, onde as pessoas são levadas a votar em falsos profetas, falsos salvadores da pátria, com falsa moral, o risco se torna bem maior.
E assim se perde a oportunidade de um debate sobre a moral de uma época. Sobre os costumes e visão de mundo.
Infelizmente, a humanidade funciona como uma grande onda destruidora varrendo tudo para depois repetir com nova roupagem toda a miséria destruída.

Ódios e ressentimentos são péssimos conselheiros e professores. 
Tem que haver limites às ações revisionistas para não corrermos o risco de estarmos apagando a história e perdendo uma boa ocasião para debates, discussões sobre o papel dos personagens individuais e coletivos ao longo da história e das homenagens que lhes foram atribuídas ao longo dos séculos e décadas. 
Os calores dos momentos raramente são sábios e podem trazer mais mal do que bem. 
Faz-se necessário respirar fundo. 
Acalmar os ânimos para se ter bom senso nas escolhas a serem tomadas. 
Há muito a se perder se não houver a clara intenção de aprender com a história e os costumes e trabalhar esse aprendizado para que seja um sensibilizador das gerações evitando os erros do passado e caminhando para soluções dos problemas gerados e ainda sem uma resposta social.
(Carlos Henrique Rangel).