PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

CARTA ABERTA DOS SERVIDORES DO IEPHA-MG EM DEFESA DO PATRIMÔNIO CULTURAL



EDUCAÇÃO PATRIMONIAL - ENCONTRO EM PORTUGAL



Primeiro Encontro de Património, Educação e Cultura (EPEC'#1)
22, 23 e 24 de novembro de 2018 em Castelo Branco, Portugal.
http://plataforma9.com/congressos/primeiro-encontro-de-patrimonio-educacao-e-cultura-epec-1.htm

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: ÁLBUM DE FIGURINHA


GINCANA CULTURAL
ÁLBUM DE FIGURINHAS DOS BENS CULTURAIS:

Elaboração: Carlos Henrique Rangel

Como fazer:


1 – Trabalhe com uma turma de alunos do Ensino Fundamental ou Médio.

2 – Faça uma aula/palestra sobre Patrimônio Cultural, abordando os seguintes conceitos: Cultura, Identidade, Memória, a relação da memória com o passado, Identidade e passado, bem cultural material e imaterial, Patrimônio Cultural, Preservação, Conservação, Proteção, Inventário de Proteção ao Acervo Cultural, Tombamento, Registro do Imaterial.

3 – Trabalhado os conceitos, divida a turma em grupos e peça para que cada grupo escolha 10 bens materiais e imateriais que consideram patrimônio cultural do município.

4 – Os grupos terão que fotografar e escrever um míni histórico dos bens escolhidos.

5 – Os grupos devem apresentar em sala de aula o trabalho sobre os bens culturais escolhidos com suas devidas fotos.

6 – Terminada a apresentação os alunos escolherão o número mínimo de 10 e o máximo de 15 bens culturais materiais e imateriais para serem transformados em figurinhas do Álbum.

7 – Monte os Álbuns e distribua um para cada grupo de seis alunos participantes da gincana.



COMO FUNCIONARÁ A GINCANA:


1 – Elabore uma pergunta sobre um bem cultural; Por exemplo: A Igreja Matriz X.

Quando foi concluída?

Os grupos de alunos terão que se apresentar com a resposta a alguém pré-escolhido que estará na Igreja.

2 - O grupo que acertar a resposta recebe a figurinha da Igreja.

3 - Atrás da figura estará nova pergunta sobre o próximo bem cultural (Estação Ferroviária).

Novamente o grupo terá que descobrir a resposta e apresenta-la a uma pessoa que vai estar na Estação ferroviária. 
4 - Se acertar a resposta, ganha a figurinha da Estação que também conterá no seu verso, uma pergunta sobre outro bem cultural.


Assim continuará o jogo até que um dos grupos consiga montar o Álbum com todas as figuras.






PATRIMÔNIO CULTURAL LEGAL E PATRIMÔNIO CULTURAL RECONHECIDO







PATRIMÔNIO CULTURAL LEGAL E PATRIMÔNIO CULTURAL RECONHECIDO

Já se tem como consenso que quem realmente define ou deveria definir o que é patrimônio cultural de um grupo é o próprio grupo.
Sem essa legitimidade qualquer bem alçado a condição de “Patrimônio Cultural” legal não se suportará. Será esquecido e alienado.
Também sabemos que, o chamado discurso patrimonial está intimamente ligado ao poder e em várias ou em todas as ocasiões foi utilizado por quem detinha o controle das instituições do Patrimônio Cultural, para reforçar ideologias ou visões de mundo.

Certo é, que, independentemente de quem detenha o poder, o que uma comunidade reconhece como suporte de sua memória, vai continuar utilizado, vivenciado e preservado sendo protegido legalmente ou não. 
Mesmo que sejam negligenciados ou ignorados pelos que assumiram a direção das instituições de proteção do patrimônio cultural e seus Conselhos supostamente e teoricamente definidos como “representantes das Comunidades”, esses bens culturais de valores diversos para os grupos culturais permanecerão para além dos desejos elitistas e preconceituosos.”

  (Carlos Henrique Rangel).


VALOR CULTURAL DE UM BEM
"Essa atribuição faz parte do jogo da memória e do esquecimento, pois é feita uma escolha pelos órgãos responsáveis e técnicos do que deve ser preservado, e a partir desta escolha são desenvolvidas políticas de preservação. Quando analisamos a dinâmica cultural, notamos que, para a preservação e continuação das práticas culturais, faz-se necessária a participação da sociedade, pois é ela quem dá legitimidade para a aplicação das políticas preservacionistas." 
(Angélica Kohls Schwanz. EDUCAÇÃO PATRIMONIAL – A PEDAGOGIA POLÍTICA DO ESQUECIMENTO? Cadernos do LEPAARQ - Textos de Antropologia, Arqueologia e Patrimônio.
V. III, n° 5/6. Pelotas, RS: Editora da UFPEL. 2006. )






O QUE SOMOS
“Tudo que somos, que fazemos, que cremos, que acreditamos é parte de uma construção.
Somos como a casa, que foi um tijolo, uma parede.
Cada telha, cada reboco complementa a casa.
Cada elemento humano que a povoou, a complementa.
Assim somos nós.
Somos formados pelas coisas do passado, pelos lugares, pelo que nos ensinaram,
pelas músicas que ouvimos, pelas alegrias e tristezas individuais e coletivas.
Somos também construídos no presente e fazemos diferença para o futuro, que será pior ou melhor... Tudo depende de nós...
Dependo de vocês e vocês dependem de mim.
Somos elos de uma mesma corrente que puxa a humanidade para frente.
Minha sobrevivência depende da sua e a sua depende da minha.
Somos indivíduos, mas também somos plurais, coletivos.”
  (Carlos Henrique Rangel).

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL - FEIJÕES

FEIJÕES

Autor: Carlos Henrique Rangel

Quando criança, único filho que sou,
Brincava sozinho inventando mundos.
No inicio os mundo eram os dos filmes.
Nada criativo, eu sei...
Mas os personagens de carne e osso
Do cinema, não o eram em meus mundos.
Eu usava o que tinha à mão:
Feijões, milhos, folhas e botões...
E havia fases para os mundos...
Podia ser um mundo de piratas
Ou a Grécia antiga e a mitologia
Ou mesmo o Brasil dos bandeirantes...
Bem, o fato que me marcou
e até hoje lembro com tristeza,
Foi a fase dos bandeirantes...
A grama da minha casa era minha floresta.
O mundo dos sertões...
Meus bandeirantes eram feijões brancos
E meus índios uns feijões marrons.
E todos os dias após às aulas
Eu sentava na grama e em minha solidão
Que não existia
Criava estórias e lutas entre meus “heróis”
Bandeirantes e os índios...
Havia um em especial, o chefe da Bandeira...
Era o “artista” o que nunca morria...
Então aconteceu o desastre...
Choveu a noite inteira...
No outro dia quando fui retomar
A brincadeira
Não encontrei apenas a grama molhada...
Meus amigos Bandeirantes e índios... Coitados...
Não, não morreram...
Pior... Brotaram...
Não brinco mais com feijões...
Hoje meus personagens estão na cabeça...
Não correm o risco de brotarem...


Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=172350 © Luso-Poemas

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL - CARTILHA DE CONSERVAÇÃO


CARTILHA DE CONSERVAÇÃO
"O TURISTA"

Autor: Carlos Henrique Rangel



O Senhor entrou na igreja olhando com admiração o belo teto.
Uma pintura colorida em azul, vermelho, branco.
Uma senhora limpava o chão de tábuas com um esfregão e o Senhor se dirigiu a ela.


- Boa tarde.

- Boa. – Respondeu a senhora parando o seu serviço.

- Linda igreja... – Disse o homem olhando ao redor.

- Ah... É sim. Mas já foi mais... Tem problemas.

- Problemas?- Perguntou o Senhor.

- Sim senhor. Vem cá para o senhor ver. – Chamou a mulher.

O Senhor a seguiu curioso. A pequena senhora apontou
uma trinca na parede.

- Olha só. E tem mais lá na sacristia...

- Senhora... Como é mesmo o nome da Senhora?

- Jandira... Pode me chamar de Jandira... Sou ajudante do Padre Zé.

- Muito prazer... Meu nome é Jorge. Já notou que não sou daqui.

- É turista né? Aqui vem um monte de turista todos os dias...

- É, sou e não sou...

- Ora Seu Jorge, ou é ou não é...

- É que estou de férias sim, mas também nunca deixo de trabalhar...

-Que trabalho bom... Ficar olhando as igrejas dos outros...

Jorge riu.


- É mais ou menos isto que eu faço. Eu sou arquiteto e trabalho com Patrimônio Cultural.

.-Espera! Não precisa falar... Eu sei o que é isto: É esse monte de coisa que nossos avós construíram ou fizeram... A igreja por exemplo.

- Isto. Toda a produção cultural de um povo. Os bens culturais materiais e imateriais: festas, igrejas, praças, Músicas, causos... Tudo isto é Patrimônio Cultural e diferencia uma Cidade, comunidade ou lugar de um outro. 

-Falou bonito Seu Jorge. –Disse a D. Jandira batendo palma.

- É Dona Jandira, tudo isto está relacionado com passado, memória, identidade e cidadania.

- O senhor tem certeza que é arquiteto? Tá mais para poeta...
 - Novamente o Senhor Jorge riu.

- Pois é Dona Jandira, eu cuido de igrejas como esta.

- Uai que bom! Então pode começar a cuidar desta que eu vou fazer muito gosto.

– Disse a Dona Jandira entregando a esfregão para o Visitante.

-Não é desse jeito não Dona Jandira... Eu faço projetos, acompanho obras de restauro e oriento...

- restauro?

- Bens culturais como essa igreja devem ser restaurados. Ou seja, as obras devem
manter as características originais do bem...

- Tá bom... Já vi que o piso de lajota que o padre quer vai ficar no querer...

- Disse a Senhora olhando o piso de tábuas.

- Isto não pode. O bonito desta igreja é o que ela tem de original e que vem seguindo anos e anos essa linda comunidade...

- Mas o senhor fala bonito eh! – O Arquiteto sorriu.

- Então tá, Seu Jorge. Já que o senhor não vai esfregar o chão, pode ajudar nestas trincas?

O Arquiteto olhou detalhadamente a parede da nave, a parede da Capela Mor, o altar...


- Olha Dona Jandira, essas trincas podem ser um problema com a fundação...

- Pode ser sim... A igreja foi fundada há tanto tempo...

- Não é esse tipo de fundação... Fundação é o alicerce, a base da igreja... - Sorriu o Senhor.

- Ah bom... O alicerce aqui é todo de pedra... Cada Pedrão...

- Pois é... O alicerce sustenta a igreja... Pode ser que esteja havendo movimentação da terra que pode está causando afundamento do alicerce. Isto acaba afetando as paredes.

- Será? – Perguntou a senhora pondo a mão no queixo.

- Pode ser.

- Mas então o que pode ser feito nestes casos? – Perguntou a Dona Jandira.

- Para evitar esse tipo de problema é preciso que não se deixe cair a água da chuva direto no terreno da igreja. Para isto as tubulações, as calhas que recebem as águas da chuva, das torneiras ou do esgoto devem estar em bom estado, sem vazamento.
Temos que limpar periodicamente as caixas de inspeção e valas. E claro, providenciar tratamento de limpeza das peças apodrecidas por insetos...

- Não sei como é que anda isto não... - Disse a senhora pensativa.

- Mas pode ser outra coisa... O trafego de veículos também abala as paredes das casas e igrejas antigas...

- Ah, Eu já cansei de falar para o Padre Zé que esse negócio de caminhão passando aqui do lado não cheirava bem...

- Isto tem que ser visto com calma. O Trafego de veículos pesados pode e deve ser desviado para outra área...

- Pois é e estas paredes nem de tijolos são... Quero dizer, não esses tijolos modernos... São de Adobe... Mas existem algumas de pau-a-pique...

- Mas o Senhor é danado hem? Eu pensei que o Senhor não sabia. - O arquiteto Jorge riu novamente do jeito engraçado da Senhora.

- É, temos paredes de pedras, de adobe, de taipa, de pau-a-pique e as mais modernas, de tijolos de alvenaria. As igrejas de taipa precisam ser revestidas de argamassa e pintura à base de cal para poderem respirar como esta aqui. – Disse ele mostrando a parede. 

- Não pode colocar cimento?- Perguntou a Senhora.

- Cimento não vai deixar a parede “respirar” e vai acabar deslocando e caindo. A umidade que sobe dos alicerces podem atingir a parede e os rebocos. Isto vai gerar manchas e até deslocamento... Até vegetação pode nascer nas trincas... Também é aconselhável não furar as paredes com pregos. Você pode usar trilhos para pendurar objetos decorativos que não danificam as paredes.

- Bom saber... - Disse a Senhora abaixando a cabeça.

- Para limpar as paredes de pedra e tijolo, a senhora deve lavá-las com água e detergente neutro, evitando o excesso de água, utilizando uma escova suave para não causar desgaste na pintura. 

E o chão Seu Jorge? Se não podemos trocar esse piso, como podemos
cuidar dele?

O Arquiteto deu uma boa olhada nas tábuas.

- Olha Dona Jandira, o piso não é só um lugar de pisar.

- Não!? Serve para quê mais? – Perguntou espantada a Senhora.

- Ele é decorativo, enfeita a igreja... Protege os fiéis da umidade que vem do solo...
- Decorativo... Eh... É bonito... E trabalhoso...

- Pois é Dona Jandira, se não cuidar a senhora vai ter muito mais trabalho... Esse piso de tábua precisa de cuidados: Não devemos deixar acumular água ou goteiras para evitar que surjam fungos e apodrecimento da madeira. Devemos substituir as peças estragadas para não atrapalhar todo o conjunto. E claro, devemos vigiar e controlar sempre para não deixar surgir cupim e broca. Para limpar, use sempre um pano levemente umedecido ou quase seco, assim a senhora tira a poeira... Em seguida deve aplicar a cera de madeira. Depois disso a Senhora só deve usar uma vassoura de pelo macio para retira a poeira... Nada deste esfregão...

- Eta homem sabido...

- Os barrotes - as peças de madeira que sustentam o piso, precisam de cuidados constantes... A senhora ou o Padre devem olhar se não há vazamento das tubulações de água, de esgoto. O piso pode ser afetado também pelos problemas no alicerce...

- Ah sei, a tal da Fundação....

- Os pisos de ladrilho hidráulico devem ser limpos com água e sabão neutro sempre que for preciso. Pode ser usado um pano úmido em outras vezes ou encerados. Peças quebradas devem ser substituídas.

O arquiteto olhou para o alto e viu algumas manchas.

- A cobertura... O telhado,  deve ser constantemente visitado. Como a senhora sabe, o telhado protege as paredes e tudo mais aqui dentro.

- Isto eu sei. Quando chove é um Deus nos acuda... Chove lá fora e aqui dentro...

- Pois é, existem telhas quebradas ou deslocadas ou mesmo acumulo de sujeira e isto causa goteiras. Pode ser que o problema seja a pouca declividade do telhado...

- Pode ser mesmo... Nós nunca colocamos essa tal de “declividade”.
O Arquiteto conteve o riso.
- Declividade é... Como posso dizer... O telhado tem pouca curvatura e a água se acumula e acaba descendo para dentro da igreja. Agora, as calhas também precisam estar limpas para deixar a água descer...

- É... Se o Senhor diz...

- Mas tem as esquadrias...

- Tem não Seu Jorge... Só em junho... – Disse a Senhora balançando o dedo.

- Não é Quadrilha... Eu disse Esquadrias...

- Ah bom! ...O que é isto?- Perguntou a senhora.

- São as molduras das portas e janelas...

- Que nome chique para porta e janela...

- Pois é, as portas e janelas sofrem muito com as chuvas e com o Sol...Com os cupins e brocas... E se não cuidarmos constantemente o problema só piora. Também não se pode trocar janelas antigas por modernas...
Não em bens culturais como essa igreja, protegidos pelos órgãos de preservação.

- Mas então como é que fica. Se estraga não pode trocar a janela?

- Pode sim. Quando não tem mais jeito substitui-se a janela por modelo parecido, de preferência construído com madeira idêntica às outras janelas.

- E tem que trocar os vidros quebrados...

- Isto mesmo Dona Jandira. Quebrou, trocou... Assim não entra água e não apodrece a madeira. No caso das ferragens das janelas, é necessário lubrificar de quando em quando e retirar o excesso de tinta que impede a janela de fechar direito. Peças enferrujadas devem ser lixadas...

- E o forro? Sei que depois que arrumarmos o telhado vamos ter que reformar...

- Restaurar. O Forro tem que passar por uma restauração feita por um especialista.
- Aqui tem. O Manuel sambista. Ele faz tudo para a Escola de Samba... Restaurou
a imagem de Nossa Senhora que ficou lindinha... Até ruge ele pôs...

- Não, Dona Jandira, restauração é coisa séria, tem que chamar um profissional que estudou para isto. – Disse o Arquiteto horrorizado procurando a imagem de Nossa Senhora. Dona Jandira, as imagens e o altar devem ser limpos adequadamente. A senhora deve olhar se tem sujeira. Se o pó está preso à imagem... Deve olhar se tem ataque de insetos se há furos... Olhar se a pintura ou douramento está desprendendo... Se existem partes soltas... Muitas vezes o local onde a peça está não é adequado. O local deve ser limpo... Sem pó nos pisos e paredes...
No caso de pinturas na parede a senhora não deve encostar móveis nem elementos que possam desgastar ou danificá-la. Não furar com pregos ou coisa parecida para pendurar objetos; Evitar iluminação direta sobre as pinturas; Não fixar avisos e cartazes diretamente sobre as pinturas; Orientar os fiéis para não tocar as pinturas.
Para limpar as imagens e os altares a senhora deve usar uma trincha
macia, limpa e seca. Tudo isto com muito cuidado. Removendo sempre os fungos porque eles podem se espalhar contaminando as outras imagens e até a senhora.

- Deus me livre! – Se benzeu a Senhora assustada.

- Olha Dona Jandira, para carregar uma peça destas a Senhora tem que usar as duas mãos... E luvas....

- Ai que chique...

- E com delicadeza... Suave mas com firmeza... Dona Jandira, o mais importante é a conservação que nós chamamos de “Preventiva”. Ou seja, devemos cuidar para impedir os danos e a deterioração. Há coisas simples que podem ser feitas; acondicionar o lixo dentro de sacos plásticos e colocá-lo na rua na hora do lixeiro passar... Olhar periodicamente as caixas de papelão ou caixotes que estão atrás de armários, gavetas para ver se tem roedores... Evitar acumulo de entulhos...Colocar telas metálicas nas aberturas dos telhados ou telas de nylon em beirais por causa dos pombos...Os ninhos destes devem ser removidos...- Continuou o Arquiteto.

- Ai meu Deus... Mais trabalho para mim...

-Para a Senhora sozinha não... A igreja é de todos e toda a comunidade deve ser envolvida para cuidar sempre deste patrimônio maravilhoso que vocês possuem. Vigie sempre...

- Vamos vigiar sim...

- Agora Dona Jandira, sempre que o problema for além das possibilidades da comunidade, chamem um técnico especialista.

- Pois é Seu Jorge, que tal o senhor parar essas suas férias?

O arquiteto sorriu.
- Vou pensar... - Ajoelhou diante do altar e começou a orar.


FIM


terça-feira, 23 de outubro de 2018

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL - ENTENDENDO O OUTRO


TRABALHO DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

TEXTO BASE:

ENTENDENDO O OUTRO


Vivendo em grupo por necessidade e sobrevivência, o ser humano cedo necessitou de símbolos e códigos para se fazer entender e compreender o seu mundo e os seus iguais. Essa necessidade do outro e a convivência com este, só foi possível através de um consenso coletivo para se entenderem em relação a tudo. Desde as pequenas coisas como a nominação de um objeto, às regras de convivência. 

Se esse consenso se deu através de lideres carismáticos ou autoritários ou mesmo de forma democrática, essa não é a questão. O fato é que, o consenso existiu para que fosse possíveis a convivência em grupo e a adaptação a um espaço determinado. 

A identidade desse grupo será definida pelo consenso. Pela crença em valores assimilados por todos ou pelo menos a maioria dos membros do grupo. Os que não aceitam as regras do grupo são excluídos e se tornam os “outros”. 

Também esses, denominados “outros” são necessários para a formação da identidade do grupo e a consolidação de suas crenças, costumes e ideais. A identidade de um ser ou de um grupo é definida pela contraposição à identidade de outro. O outro indivíduo, grupo, comunidade ou nação será sempre a referência até mesmo para o fortalecimento da identidade.

Ao mesmo tempo, uma comunidade por mais homogênea que seja sempre terá grupos discordantes – “os outros” que também possuem identidade própria, cultura própria, mesmo que identificados de uma forma geral com o grupo dominante. 

Essa minoria dentro de uma comunidade maior ainda assim é parte desta e merecem respeito quanto a sua memória, identidade e suas produções culturais. 

O outro que me acompanha e que produz cultura comigo, o que permite a diversidade cultural merece ser reconhecido, respeitado e valorizado como parte do grupo maior.

Numa sociedade consensual a diversidade deve ser o consenso para que a o grupo se renove culturalmente e sobreviva com a autoestima valorizada e fortalecida.

Esse outro, também ele é parte do grupo e mesmo o outro culturalmente diferente, aquele de outro grupo/nação, também esse merece respeito.

Ser diferente não é ser pior ou melhor. 

É apenas diferente.

Outra forma de ser e de se relacionar com o mundo e seus lugares.
O outro é o meu céu e meu inferno.

É o meu contraponto.
O outro sou eu diferente.

                                                         Carlos Henrique Rangel



TRABALHO DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL:



Partindo do princípio de que o outro somos nós diferentes, vamos tentar entender o que o Congado.

Mas para entender o Congado e os outros que o vivenciam e festejam temos que entender inicialmente, quem somos.

Esse planeta em que vivemos é formado de coisas e seres.
Estamos aqui e sabemos que fazemos parte da humanidade.
Eu, que sou parte da humanidade tenho consciência de quem sou.
Serei o único ser que sabe de si?
Eu sei que sou único e diferente dos outros seres do mundo e dos outros humanos.
E essa diferença me identifica.

A nossa identidade é construída todos os dias e, no entanto, antes que fossemos ela já existia. 

O embrião de parte do que sou já existia em meus antepassados.
Essa construção diária do que sou sofre influências também do meio onde vivo.

O que sou está no passado, no presente e nos espaços que me rodeiam.
Sou influenciado pelos lugares, sua fauna e flora e pelos outros seres humanos.
O que sou eu aprendi e construí com os meus e guardo em minha memória e em lugares da memória.

EXERCÍCIO 1:


 Conceitos (a serem trabalhados dentro de sala de aula pelos professores)
Público-alvo: alunos do ensino fundamental e ensino médio.

1 – Quem é você?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 – Por que tem esse nome? O que ele significa?  De onde veio?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
3 – Quem te deu o nome e por quê?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________

4 – Quem são seus pais?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
5 – Onde nasceram? Quando nasceram?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
6 – Onde estudaram?
_____________________________________________________________________
7 – Qual a profissão de seus pais?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________

8 – Quem são seus avós maternos e paternos? Qual a idade deles?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________

9 - Qual a profissão de seus avós?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
10 – Quantos tios têm seus pais? Identifique seus nomes e idades.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11 – Quantos irmãos têm seus pais? Identifique seus nomes e idades.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
12 – Como seus pais se conheceram?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

13 – Onde moraram depois que se casaram?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
14 – Onde você nasceu?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
17 – Quantos irmãos você tem? Informe o nome e a idade deles.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
19 – Onde você mora? Há quanto tempo mora no local?
______________________________________________________________________
20 – Quantas pessoas moram na casa e quem são?
______________________________________________________________________

EXERCÍCIO 2


OS TRABALHOS SERÃO EXPOSTOS NA SEMANA DO PATRIMÔNIO CULTURAL

2 – Faça uma pesquisa sobre a cidade ou bairro onde seus pais nasceram.
OS TRABALHOS SERÃO EXPOSTOS NA SEMANA DO PATRIMÔNIO CULTURAL

3 – Recolha junto a sua família, fotos e objetos antigos que pertencem a sua família.
OS TRABALHOS SERÃO EXPOSTOS NA SEMANA DO PATRIMÔNIO CULTURAL
4 – Fazer uma linha do tempo desde o seu nascimento até o hoje, localizando acontecimentos importantes da sua vida, da sua cidade, do país e do mundo.
OS TRABALHOS SERÃO EXPOSTOS NA SEMANA DO PATRIMÔNIO CULTURAL



EXERCÍCIO 3:

Conceitos (a serem trabalhados dentro de sala de aula pelos professores)
Matérias: HISTÓRIA e GEOGRAFIA
Público-alvo: alunos do ensino fundamental e ensino médio.

1 – O que é lembrança?
_______________________________________________________________
2 – Por que lembramos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3 – Qual a sua mais antiga lembrança? O que aconteceu? Quando aconteceu?
 Por que você lembra?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4 - Você lembra de tudo que aconteceu com você? Por quê?
______________________________________________________________________________________________________________________________
6 – Como você faz para lembrar?
______________________________________________________________________________________________________________________________

7 – Existem lembranças que são coletivas. Dê um exemplo de uma lembrança de sua família que não é só sua.______________________________________________________________________________________________________________________________
8 – CAÍXAS DE MEMÓRIA
- Arrume uma caixa de papelão e deposite nela os objetos que são importantes para você. Em sala de aula você explicará por que eles são importantes. - Faça uma outra caixa com objetos pessoais da sua família que se relacionam com fatos e acontecimentos.
- Agora, em grupo, vamos fazer uma caixa da memória do nosso bairro.




Então nos conhecemos um pouco.
Vamos nos conhecer um pouco mais...
E aos outros.


EXERCÍCIO 4:


Você já se encontrou em algum lugar?

Uma pessoa igual a você? Igual mesmo?

Filho dos mesmos pais, nascido no mesmo dia, mesma hora, e lugar?

Não. Não estou falando de irmão gêmeo porque nem os irmãos gêmeos são totalmente iguais.

Estou falando de alguém igual mesmo.   SIM OU NÃO?




   



Por quê?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Pois é.

Seu pai pode te pagar uma viagem ao redor do mundo para que você se procure e te garanto que você não vai encontrar essa pessoa igual a você.

Sabe por quê?

Ela não existe.

Todos somos diferentes.

Se somos todos diferentes, qual a razão para ignorarmos os outros?

Para pensar que somos melhores?

Que gostar de sorvete é melhor do que gostar de refrigerante ou de bolo?

Você pode gostar de sorvete e eu de bolo.

Um outro colega pode não gostar de nenhum dos dois.

E vai ter um colega que gosta dos dois.

Quem está certo? Quem está errado?

Resposta:____________Por quê?

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



EXERCÍCIO 5:

Entendendo que somos todos diferentes em maior ou menor quantidade, vamos conhecer uma festa diferente?

Você sabe o que é o Congado? SIM OU NÃO?






Se você respondeu “sim” me diga o que é:

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Se você respondeu “não” vamos tentar descobrir juntos:



1 – Você já viu o Congado em ação? Onde e quando?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 – O que você pensou quando viu? Teve curiosidade em saber o que era?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



3 -  O que mais te chamou a atenção no grupo de Congado? Por quê?



______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4 – TRABALHO EM GRUPO:

A - Vamos procurar mais informações sobre o Congado. Pesquise na internet a respeito.

Quando surgiu? Como é formado?

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Agora vamos entender o Congado da nossa cidade. Entreviste um membro do Congado (anote o nome, idade e função do entrevistado e a data em que foi ouvido).

PERGUNTE:


A – O Congado tem  sede? Qual o seu endereço?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________



B – Como é formado o Congado ?







C – como se divide e qual a função dos membros? Faça um Quadro com as divisões e funções dos grupos e quantidade de membros.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________




D - Procure saber como é a roupa do(s) grupo(s) de Congado? Por quê são desta cor e forma?

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

E – Qual o trajeto do Congado? Desenhe em uma cartolina o caminho que faz.

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

F – Faça uma relação dos instrumentos musicais e objetos usados pelo Congado?



G – Pergunte ao membro do congado porque ele acha que o Congado é importante.



H – Tire fotos do entrevistado e de algumas roupas e instrumentos /objetos mais importantes para montar uma exposição.







“O sábio lê os livros que não foram escritos.
Encontra as respostas onde nascem as perguntas." (Proteus).

"A verdadeira sabedoria se encontra
onde ninguém a encontrará...
Na alma de quem a busca." (Proteus).

"Os ignorantes sempre sabem as respostas... Erradas.
Os simples as são."
(Proteus).