PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

sábado, 21 de agosto de 2021

O FUTURO DO PASSADO:

O FUTURO DO PASSADO: 
 É sempre bom lembrar que o futuro do passado se encontra no presente. 
 Nada realmente é só do passado e só terá futuro se significar para as gerações que vivem o presente. 
 Por isso se faz importante pensar o patrimônio cultural com total anuência e envolvimento dos seus criadores e vivenciadores. 
 Não há futuro para as coisas que foram do passado se elas não agregarem as diversas memórias e vivências cotidianas da vida acontecendo. 

 (Carlos Henrique Rangel).

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

PENSANDO O PATRIMÔNIO CULTURAL - MATERIAL, IMATERIAL E NATURAL

PENSANDO O PATRIMÔNIO CULTURAL - MATERIAL, IMATERIAL E NATURAL 

 Não se pode pensar o Patrimônio Cultural apenas como o construído ou mesmo com o acréscimo da natureza, sem se pensar nos seres humanos atuais e suas vivências cotidianas e produções imateriais. 

 O dia a dia que produz a cultura renovada de forma lenta e dinâmica que vai além das coisas do passado. 

 Afinal, as coisas do passado e as coisas naturais estão aqui e agora e são agregadoras de novos significados a todo instante. Sem o ser humano que lhe dê significado e utilidade contemplativa e prática, não se pode falar de Patrimônio Cultural. 

Patrimônio não se sustenta sem seus vivenciadores/criadores. 

 A verdade é que os processos de proteção devem ser mais amplos. 

 O ideal é que houvesse apenas um processo de Proteção que abarcasse o Patrimônio material, imaterial, espaços de convivência e patrimônio natural. 

Ou seja um processo de Tombamento/Registro com amplo envolvimento das comunidades vivenciadoras/criadoras e que pensasse a atuação manutenção, educação patrimonial e salvaguarda a curto, médio e longo prazo. 

 O Processo já deveria conter um Plano de salvaguarda, revitalização, recriação, restauro e educação com ampla participação da comunidade envolvida. 

 (Carlos Henrique Rangel).

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

SOBRE A DESTRUIÇÃO DE ESTÁTUAS DE SUPOSTOS HERÓIS

SOBRE A DESTRUIÇÃO DE ESTÁTUAS DE SUPOSTOS HERÓIS: 

 As práticas nefastas dos sertanistas dos séculos XVI, XVII e XVIII tinham o respaldo da maioria da sociedade escravista e preconceituosa que desqualificava o índio e o negro para justificar a exploração.

 Nunca foram heróis e claro, não devem ser exaltados como tal. 

 Eram a mão suja da sociedade que fazia o trabalho aceito e querido pela elite e por boa parte da época.

 Vozes contrárias sempre se ouviram como em todas as épocas e graças a elas as mudanças sempre ocorrem, mesmo que lentamente. 

Estátuas com raras exceções - são como nomes de ruas e viadutos. 

 Homenageiam as escolhas das elites e dos políticos oportunistas da vez. 

São queimadas e destruídas ao sabor das revoltas e mudanças sociais que prestam um desserviço com sua agressividade sem debates, sem esclarecimentos e sem um trabalho de educação e sensibilização.

 Serão substituídas por novos "heróis" da ideologia e filosofia da vez, como se realmente precisássemos de heróis. 

 Precisamos acreditar no coletivo e valorizar o coletivo e não indivíduos frutos de suas épocas. 

A destruição simples violenta e espetacular só demonstra que quem destrói não está tão longe do sujeito representado na estátua. 

 A retirada destas estátuas - se é que devem ocorrer - devem vir acompanhada de um divulgação, informação, estudo e denúncia. 

É necessário divulgar, informar e denunciar esses falsos heróis que nada mais eram que seres de seus tempos com a moral predominante de suas épocas, justificados e financiados pela sociedade e seus conterrâneos. 

 Predadores de índios. 

Assassinos e exploradores aventureiros em busca de poder e riquezas. 

Além de serem destruidores das missões jesuítas no sul.

 Claro, também não podemos esquecer que tiveram um papel importante no desbravamento e invasão do Sertão/interior e na formação geográfica e social do nosso Estado e país. 

 Qual a necessidade de heróis? 

Precisamos de heróis? 

Porque precisamos de heróis? 

O que qualifica um herói? 

São algumas perguntas a serem feitas ao longo de um trabalho de educação patrimonial. 

 A queima de estátuas pode ser comparada com a queima de Judas na Semana Santa. 

 Nada mais contraditório à pregação do Cristo, que sempre se apoiou no amor. 

 Na queima de estátuas há apenas ódio e o ódio é inimigo da racionalidade, do esclarecimento e da compreensão.


 (Carlos Henrique Rangel).