Santana dos Montes e seu Centro
Histórico:
Autor: Carlos Henrique Rangel
Atualizado em 2013.
“São essas rugas
culturais que tornam o rosto dessa comunidade um rosto fortemente
expressivo. Nele está gravada a luta dessa comunidade para preservar o que de
melhor ficou de um passado distante: Sua
diversidade cultural.” (Odalice
Miranda Priosti – Por uma Pedagogia Patrimonial de libertação e Inclusão –
2001).
1
– Surgimento do Povoado: de Morro do Chapéu a Santana dos Montes
A
ocupação da região de Santana dos Montes deu-se nas primeiras décadas do século
XVIII em função da agricultura e da pecuária de subsistência exercida em grandes
propriedades rurais. Nos anos trinta (30) e quarenta (40) do setecentos, várias
cartas de sesmarias são concedidas nas imediações da futura urbe a posseiros ali
residentes há algum tempo. Transcrevemos a seguir trechos de duas destas
sesmarias concedidas na região: a Antônio Coelho datada de vinte e nove (29) de
dezembro de 1738 e a Manoel Antunes, datada de dez (10) de fevereiro de 1746.
Carta
de Sesmaria de Antônio Coelho:
De posse há sinco anos de húas terras e de matos virgens, e
capoeyras sitas no Ribeirão do Gorará na mesma freguesia [ de N. S. dos Carijós] q’ partem da banda do Nascente,
com mattos e rossa de Mel. Mor.ª de Meyrelles e do Poente com Antonio Duarte
Correa, e do Norte com Bernardo Royz de S. Payo e do Sul com o Cap.º Fran.co de
Araújo. (REVISTA DO
ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO. Belo Horizonte: APM. Ano V, 1900. p. 282,283).
As
terras de Antônio Coelho e seus citados vizinhos - Manuel Moreira, Meireles,
Antônio Duarte Correia, Bernardo Rodrigues de Sampaio e Francisco de Araújo -
localizavam-se no rio atualmente denominado “Gorará”, um dos afluentes do rio
Piranga situado no município de Santana dos Montes.
A Sesmaria de Manoel Antunes cita Morro do Chapéu - antigo nome do município de Santana dos Montes - e
o córrego Guaytetu atualmente denominado “Caititu” e se avizinhava das terras
do sesmeiro Antônio Coelho:
Com huas posses, e rossa em mattos do morro do Chapéo (grifo
nosso) termo da V.ª de São José Comarca do Rio das Mortes, e como tinha
escravos, e fabrica para o bem as cultivar, cujos mattos queria para Cesmaria
fazendo pião no Corgo chamado Guaytetú, e partia pelo nassente com mattos de
Antonio Coelho e para o poente com José d’ Ávilla, e para o sul com Antonio
Marques da Costa e para outro lado com
mattos geraes. (REVISTA
DO ARQUIVO PÚBLICO, 1909. Ano XII. p. 847, 848).
Os pesquisadores Adriana Paiva de Assis e Honório
Nicholls Pereira informam ainda a existência das seguintes sesmarias concedidas
na região ao longo dos anos 1740, 1750, 1760 e 1770: José Antunes e Alexandre
Pereira de Araújo (1748); Antônio Marques da Costa (1750); Luís Coelho Borges
(1760); Manoel da Silveira Duarte (1764) e Antônio de Sá Barros (1775).[1]
Os descendentes dos primeiros proprietários de terra acabam se
casando com os descendentes de outros proprietários de terras e morando nessas
mesmas terras, que com o tempo vão sendo divididas, em função de heranças e
inventários. Novas casas de fazenda vão surgindo e novas sesmarias são pedidas
e doadas aos filhos dos antigos proprietários rurais. Com o tempo, forma-se uma
extensa rede de fazendas, que acaba por ocupar grande parte das terras da
região. (SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento. 2003, p. 14).
Segundo a tradição corrente, nas primeiras décadas do
século XVIII, já existia na atual área urbana da cidade a fazenda denominada “Mamonas”
atualmente conhecida como “do Antônio Quirino” nome do antigo Proprietário –
Antônio Quirino Nogueira[2].
Essa fazenda servia de pouso para os viajantes e com o tempo foi agregando
ranchos, ferraria e taberna dando origem ao povoado.[3]
[1] SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento.
Núcleo Histórico Urbano de Santana dos Montes. Santana dos Montes, 2003, Vol.1,
p. 14.
[2] Esse Antônio Quirino
Nogueira era filho de Quirino Nogueira Coelho e Libânia Nogueira. Quirino era
filha de João Nogueira Coelho e Maria Teodora de Jesus, que no século XVIII
eram donos da Fazenda Fonte Limpa.
[3] Essa fazenda se situa hoje
dentro da área urbana na Praça Oscar Teixeira Dutra. SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento, 2003, p. 15.
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Esse comércio iniciou a concentração da população que
se efetivou com o surgimento de uma capela que, com suas atividades religiosas:
missas, casamentos, batizados e festas atraíam os habitantes da área rural.
A igreja teve um papel importante na definição dos
espaços urbanos nas Minas Gerais do setecentos e isso não será diferente no
nascente povoado de Morro do Chapéu. O largo da capela definiu desde o inicio,
a conformação da futura cidade de Santana dos Montes.
O estilo de vida de um povo é a soma de suas atividades
econômicas, sociais e ultraterrenas. Tais atividades geram padrões espaciais,
requerem formas arquitetônicas e ambientes materiais que, por sua vez, depois
de terminados, influenciam o padrão das atividades. (TUAN,Yi-Fu, Topofilia: um
estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. Londrina: Eduel,
2012, p.239).
Em 1736, o Padre J. Duarte de Sousa informou a
existência de uma capela nas terras de Manoel André Pinto e Antônio Duarte
Correia, que três anos depois -1739 - recebeu o privilégio de Pia Batismal.
As primeiras construções religiosas no início da
ocupação do território mineiro eram toscas e pequenas e muitas vezes conseguiam
abrigar apenas o celebrante e seus auxiliares, ficando os fiéis fora dos templos.
À medida que as condições financeiras melhoravam estas capelas iam sendo
substituídas por templos maiores, construídos com materiais mais duráveis e
subdivisões internas: nave e capela-mor e sacristia.
É interessante o fato dessa primeira capela, núcleo central do
arraial, ter sido resultado do esforço coletivo, representando o ponto de
encontro, e até mesmo local de lazer para todos os habitantes, indiscriminadamente,
numa época em que a sociedade ainda não se apresentava estruturada em classes
sociais. De forma geral, a população era composta basicamente de aventureiros
em busca de riqueza e melhor sorte, com aspirações e objetivos semelhantes, e
sem apresentar maiores diferenciações. (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Belo Horizonte.
Assessoria Técnica da Presidência. Circuito do Ouro – Campos das Vertentes;
roteiro turístico. Belo Horizonte, 1981, p.38).
Data de oito (8) de agosto de 1749, a petição dos dois
fazendeiros - Manoel André Pinto e Antônio Duarte Correia - solicitando ao
Bispo do Rio de Janeiro, Dom Frei Antônio de Guadalupe a provisão de licença
para a construção da capela dedicada a Santana no lugar denominado Morro do
Chapéu. Segundo o Cônego Raimundo Trindade, nesta data os dois solicitantes já
haviam constituído o patrimônio da capela.[1]
O pedido para a ereção do templo foi atendido por Provisão de treze (13) de
julho de 1751.[2] Dentre
os primeiros moradores do entorno da capela destacamos além dos já mencionados
Manoel André Pinto e Antônio Duarte Correia, o fazendeiro Daniel José Teixeira,
proprietário da Fazenda Cachoeira. Ao longo dos anos as famílias Teixeira,
Araújo, Pires, Nogueira, Costa, Baeta, Almeida Rodrigues, Souza Henriques,
Assis, Alves e outras tantas vem compor a população da nascente povoação.[3]
De acordo com a Lei do Padroado, a Coroa portuguesa era obrigada
a custear financeiramente as matrizes e suas capelas, em troca do pagamento do
dízimo. Entretanto, havia grande relutância em investir na manutenção das ermidas,
deixando-as à mercê do clero e dos moradores locais. Sendo assim, tal custeio
era garantido por três fontes de renda, quais sejam: a venda de colheitas e de
animais de criação mantidos pelo clero em suas terras; o arrendamento das áreas
rurais da capela para terceiros (o rossio);
e as rendas dos aforamentos, isto é, o aluguel anual de lotes urbanos. (GUIMARÃES,
Keila. Processo de Tombamento da Capela de Nossa Senhora da Glória de Carandaí.
2011).
Importante salientar que
a localidade de Morro do Chapéu possuía certa importância estratégica uma vez
que abrigava uma Companhia de Ordenança de Pé, fato comprovado pelos dois
requerimentos de Antônio de Abreu Guimarães datados de 1749 e 1757 solicitando
ao rei D. João V o posto de capitão da mesma.[4]
Inicia-se assim o povoamento do Morro do Chapéu. Livre da
ocupação assistemática dos arraiais do ouro, o núcleo urbano de Santana dos
Montes foi fundado com um simbolismo explícito. No alto do morro instala-se uma
Capela (representação do poder religioso) e cria-se um largo, em volta do qual são
edificadas as casas dos fazendeiros e proprietários de terras da região
(representando o poder social e político). Na parte baixa, junto à confluência
dos rios e ao longo da estrada, onde havia decerto algumas edificações,
estabeleceram-se talvez uns garimpeiros e certamente os comerciantes, além das
classes dos homens livres e libertos que exerciam algum oficio mecânico. Logo o
povoado cresce e torna-se base de uma Companhia de Ordenança, com função
exclusiva de fiscalização dos caminhos, das gentes e da terra. (SANTANA DOS
MONTES. Dossiê de Tombamento, 2003, p. 16).
A capela curada de Santana[5] ficou
vinculada à freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre dos Carijós[6] – atual
Conselheiro Lafaiete - que foi elevada a condição de “colativa” por alvará
régio de dezenove (19) de janeiro de 1752.
Em 1778, no Termo da Vila de São
José – atual Tiradentes – existiam as seguintes freguesias: Nossa Senhora da
Conceição dos Prados, Santo Antônio da Itaveraba, Santana do Bambuí e Nossa
Senhora da Conceição dos Carijós, a qual pertencia a capela da futura Santana
dos Montes.[7]
Segundo Dom Frei José da
Santíssima Trindade em visita pastoral à freguesia de Nossa Senhora da
Conceição da Villa de Queluz em trinta e um (31) de outubro de 1824, a capela
curada de Santana possuía nesta época mil cento e vinte cinco almas (1.125) e
cento e dezesseis (116) fogos. Na visita o Bispo encontrou a capela em bom
estado e ainda em fase de conclusão do acabamento interno[8]:
A capela é nova, toda de pedra, alta e espaçosa, forrada e
campada com 3 altares e falta-lhe ainda o retábulo da capela-mor e púlpitos, e já a madeira estava pronta; boa
sacristia com corredores forrados e assoalhados, e tudo é devido ao zelo e
fervor do capelão Manuel de Souza Lima[9]; boa pia
batismal de pedra fechada , mas os vasos dos santos óleos são de estanho e o
adro começava a se fechar de pedra; na sacristia tem ornamentos para o
sacrifício, suposto que com alguma indecência.(...).
Provimento
Por esta informação, soubemos que a capela curada de Santana
está feita novamente de pedra, forrada e campada, boa sacristia e corredores, e
continua-se a tratar do retábulo da capela-mor e dos púlpitos, para o que já
está pronta a madeira. Portanto louvamos muito o zelo e a liberalidade dos seus
aplicados e fervorosas diligências do seu atual capelão, o padre Francisco de
Sousa Lima, e excitando assim o seu fervor, esperamos que em breve se aprontem
das alvas e os véus 4 cores que não estão suficientes, e vasos de prata para os
óleos santos, e o fecho do adro que acha principiado, e duas pedras de ara para
os altares colaterais.(TRINDADE, José da Santíssima, Dom Frei, 1998, p. 252 e
254).
O povoado - provavelmente somente a área
urbana - possuía em 1830, dezoito (18) fogos ou domicílios,[10]
passando para vinte quatro (24) fogos em 1836.
Seriam proprietários de “engenhos
movidos por água” e “por bois”, além
das “casas de negocio de fazenda” do distrito. Seriam proprietários dos engenhos movidos por
água Dona Josefa Maria de Santa Anna e
seus filhos, Donna Anna Maria de São
José e seus filhos, o Capitão-mor José
Lourenço Baetta, o Pároco Joaquim
Roiz e o Capitão-mor Manoel Antunes
da Siqueira. Seriam donos de engenho movidos por bois Laurino de Souza Moreira, Camillo José Gomes e os Alferes Jacob
Dornelles Coimbra, Antônio Antunes de Siqueira e Manoel de Araújo Machado. Haveria ainda duas casas de negócio de fazendas no povoado, de propriedade de Francisco José pinto e João de Pires
Tavarez. (SANTANA DOS MONTES. Dossiê
de Tombamento, 2003, Vol.1, p.19)
Um ano depois – em 1837 - o chamado distrito
de Morro do Chapéu contava com noventa e um (91) fogos. O número de almas
também diminuiu passando de mil cento e vinte e cinco (1.125) em 1824, para
oitocentas e trinta e uma (831) almas.[11] Não
sabemos se essa queda se deveu a erros das fontes ou se foi motivada por alguma
crise na região. O que temos de concreto é que três anos depois o povoado de
Santana do Morro do Chapéu foi elevado a distrito ligado à freguesia de
Itaverava pela Lei n.º 184 de 1840.[12]
Passados dez anos, a lei provincial n.º 472 de 1850, anexou a freguesia
novamente ao município de Queluz.[13]
As moradias de Santana do Morro do
Chapéu assim como ocorria na maioria dos povoados do período colonial ficavam
fechadas a maior parte dos dias. Os proprietários viviam em suas fazendas,
apenas visitando a localidade nos domingos, feriados e dias de festas. A igreja e suas festas[14] era o
lugar de encontro dos moradores que utilizavam as residências principalmente
para o descanso e para a convivência familiar.
Nas vilas e cidades, (...), nos três primeiros séculos da
colonização, o aspecto das moradas apresenta-se bastante simples e pobre, uma
vez que eram povoadas por pessoas com poucos recursos, e visitadas
ocasionalmente pelos proprietários de sítios e fazendas que necessitavam apenas
um abrigo para estadias passageiras. Encontramos, assim, certa homogeneidade
nas construções urbanas, como casas de tamanho mais reduzido, de apenas um
andar, nas quais predominavam os materiais disponíveis na região, como barro,
madeira ou pedras. Os sobrados e as vivendas, ocupados pelos membros da elite,
surgiram mais tarde, em consequência da diversificação da economia e do
crescimento urbano. (HISTÓRIA
da Vida Privada, 1997, Vol. 1, p.90).
Ainda sobre esse cotidiano da vida
domingueira e devocional nas urbes oitocentistas de Minas Gerais é ilustrativa
a descrição do viajante natural da Bohemia, Johann Emanuel Pohl, que em 1818,
presenciou a festa dedicada a São Miguel nas proximidades da Serra da
Mantiqueira:
Hoje é a festa de São Miguel, dia santo no país: encontrei, por
isso, muitos devotos a pé e a cavalo. Em dias assim, os proprietários de
engenho e fazendas, que, durante a semana, andam costumeiramente de pés nus,
camisa meio rasgada e calças de pano de algodão com um rosário pendente do
pescoço, saem, com a sua gente, trajando suas melhores vestes. Homens e
mulheres são vistos, então, com chapéu de feltro negro, curtas calças brancas e
compridas botas, atadas por uma correia abaixo do joelho. A roupa externa, no
vestuário masculino, consta de uma jaqueta de chita, de cor, e colete branco;
no feminino, de um vestido de montaria, de tecido azul ou verde, com canhões
cor-de-rosa e muitos botõezinhos e, por baixo, um longo vestido branco,
bastante largo para que possa montar a cavalo à maneira masculina.
Habitualmente veem-se duas mulheres montadas num cavalo só; mais frequentemente
ainda, traz o homem a sua mulher à garupa, na sela, e é pitoresco ver quando os
pares, assim enlaçados, apeiam ao mesmo tempo. Atrás do casal, também a cavalo,
vêm seus parentes; fecham o cortejo negros e negras a pé. Homens e mulheres,
mesmo montados, usam guarda-sóis, o que é costumeiro até nas capitais. (POHL,
Johann Emanuel. Viagem no Interior do Brasil. Belo Horizonte: E. Itatiaia; São
Paulo: Ed. Da Universidade de São Paulo, 1976. p. 82).
No largo da capela de Santana,[15] marco
inicial da formação do povoado, onde se concentrou as edificações dos
proprietários rurais, ainda hoje predominam as residências térreas construídas
nos séculos XVIII e XIX – dez (10) moradias térreas: a Casa da Chácara n.º 110;
as residências n.ºs 05,17,19,37,99,135,66,110,186 - existindo dois sobrados do século XVIII e
três (3) do século XIX: sobrado Solar dos Montes n.º189 da Rua Professor Virgílio Lacerda/Praça
Aristides de Araújo Teixeira; sobrado n.º 66; sobrado n.º92; sobrado n.º 134 e
o sobrado n.º 125.
Destacam-se ainda as edificações coloniais
situadas no entorno do Largo da Matriz: a Fazenda “do Antônio Quirino” na Praça
Oscar Teixeira Dutra, n.º 11; a Casa de um pavimento à Praça Oscar Teixeira
Dutra, n.º 55 e a casa de um pavimento à Rua Professor Virgílio Lacerda, n.º
79.
Quanto aos “sobrados”, cujo significado referia-se ao espaço
sobrado ou ganho em virtude de um soalho suspenso, o que, portanto, podia
indicar que estava acima – forros assoalhados – ou embaixo do piso, chegavam a
ter dois ou mais andares. No interior dos sobrados maiores, a exemplo das
vivendas do campo, várias atividades se desenvolviam, evitando o deslocamento
de seus moradores. Entretanto tinha-se o cuidado de separar as diversas
atividades. A loja, ou escritório, instalada no primeiro pavimento, evitava que
os estranhos se introduzissem nos espaços de convívio da família. Tais cômodos
tinham função semelhante ao alpendre e varandas das casas de sítios ou casas
térreas, embora esses últimos servissem também de área de circulação. No
segundo andar, instalavam-se a sala e os quartos de tamanhos geralmente
reduzidos, e no ultimo a cozinha. Os escravos poderiam estar no sótão, ou no
porão junto as cavalariças. (HISTÓRIA da Vida Privada, 1997, vol.1, p.101.)
Para abastecer a pequena
comunidade foram construídos no Largo da capela de Santana ainda no século XIX,
dois chafarizes: um na parte superior da futura Praça Aristides de Araújo
Teixeira e outro no seu terço inferior. Esse último após restauração retornou
ao seu local de origem em novembro de 2006.[16]
Ainda no século XIX foram erigidos
dois cruzeiros de madeira,[17]um em
frente à fazenda que deu origem ao povoado – fazenda “do Antônio Quirino” ou
Mamonas[18] - e na rua
das Flores, atual rua Professor Virgílio Lacerda.[19] Essa
rua das Flores era uma das entradas do povoado, utilizada pelos tropeiros que
vinham de Queluz.[20]
Até a década de 1960, o largo da Matriz possuía apenas alguns
caminhos de pedra, poucas árvores e os dois chafarizes.[21]
As residências, as vendas e a igreja na parte alta eram
construídas ao redor de um espaço aberto, que mais tarde viria a ser chamado de
Largo da Matriz. Na parte baixa e plana da cidade, conhecida como “rua de
baixo” foram construídas outras casas. As partes alta e baixa eram ligadas pela
área da Fazenda do Antônio Quirino, onde hoje se encontra a Praça Oscar
Teixeira Dutra. Dessa maneira criou-se um eixo religioso, que liga o Cruzeiro
de Baixo (Praça Oscar Teixeira Dutra), passa pela Igreja Matriz e sobe até o
Cruzeiro de Cima, no extremo da Rua Professor Virgílio Lacerda. A Praça
Aristides de Araújo Teixeira também faz parte desse eixo processional, que em
outros tempos foi uma estrada que atravessava o Morro Chapéu. (SANTANA DOS
MONTES - IPAC. Ficha de Inventário de Proteção ao Acervo Cultural – mar. 2006.
Ficha n.º114, p.39).
[1] o nome “capela” dá-se ao templo de pequenas proporções,
de um só altar. sob o ponto formal não existe diferença entre igreja e capela
sendo a diferença de caráter administrativo regulado pelo direito canônico. Capela
é o nome do templo que não é sede de paróquia. (CORONA & LEMOS, Dicionário
da Arquitetura Brasileira. São Paulo: EDART – São Paulo Livraria Editora LTDA.
1972, p. 106,107).
[2] TRINDADE, Cônego Raimundo. Instituições de Igrejas no
Bispado de Mariana. Rio de Janeiro.
Ministério da Educação e Saúde. 1945. p.
208.
[3]TEIXEIRA, Dininha. Jornal Santana Hoje. Julho de 2001. N.º 06, pág. 04.
Jornal Santana Hoje. Setembro de 2001. N.º 08, pág. 04.
[4] AHU. conselho Utramarino. Brasil/MG. cx. 53, doc.68; cx. 71,
doc. 53.
[5] Santa Ana, mãe de Maria,
mãe de Jesus pertencia à família de Aarão e seu marido São Joaquim era
descendente de Davi. A devoção a Santana e São Joaquim no oriente, data do
século VI. No ocidente o culto a Santana prevalece no século VIII. Na idade
média tornou-se muito popular, principalmente na Alemanha. O Papa Urbano IV
oficializou o culto a mãe de Maria em 1378. O dia de devoção a Santana - 26 de
julho - foi fixado pelo Papa Gregório XIII em 1584.
[6] Freguesia criada em 1709 e elevada a condição de “colativa” por
alvará régio de dezenove de janeiro de 1752.
[7] ROCHA, 1995. p. 126.
[8] Existe no arco-cruzeiro no
lado voltado para a capela-mor, a data 1812. Acreditamos que se trata de
referência a alguma obra na Matriz. Do lado voltado para a nave, existe outra
data – 1860 – provavelmente outra intervenção. A torre sineira externa da
capela de Santana foi construída em 1820 e, ao longo dos anos foi refeita
inúmeras vezes. Um dos sinos foi restaurado por Alípio Augusto em 1888 pela
quantia de dez mil réis. Um outro foi adquirido à mesma época pela quantia de
vinte e três mil quatrocentos e quarenta réis. (Livro de receitas e despesas da
Fábrica da Matriz (manuscrito) Arquivo da Paróquia de Santana. Santana dos
Montes: 1888-1919. Fl.14).
[9] O nome do capelão aparece
como Francisco de Souza Lima em outra referência do bispo na p.254.
[10]“ rELAÇÃO
das Cidade,
Villas e Povoados da Província de Minas Gerais com declaração do número de fogos de cada uma (1830)” in.
Revista do Arquivo Público Mineiro. Ano II, fasc. 1, janeiro a março de 1897.
[11] CUNHA MATOS, 1979, vol.1, p.83,84.
[12] SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento. 2003. p.
17.
[13] SENNA, Nelson de. Annuário de
Minas Geraes. Bello Horizonte, Imprensa Official, 1911, Anno IV. p. 317.
[14] As
festas religiosas na sociedade colonial contribuíam para estruturar os espaços
urbanos e a vida social e política das comunidades. Cabia às Irmandades
religiosas e também às Câmaras locais a organização destas manifestações de
devoção.
[15] Praça ou grande
espaço enfrente a Matriz onde desembocam várias ruas.
[16] Jornal Santana Hoje, novembro de
2006, pág. 04.
[17]Os cruzeiros simbolizavam o
martírio de Cristo. Eram instalados principalmente em praças, morros e
encruzilhadas.
[18] Atualmente situada na praça Oscar
Teixeira Dutra.
[19] SANTANA DOS MONTES. Dossiê de tombamento, 2003. p. 30.
[20] Jornal Santana Hoje, maio de 2002,
N.º 16. pág. 04.
[21] O
largo ou adro são espaços abertos situados a frente das igrejas era cercado ou
murado. Uma espécie de pátio. Um chafariz encontra-se no extremo da praça
Aristides de Araújo e atualmente apresenta um placa com data de 1930. O outro
encontra-se perto do Cruzeiro da rua Professor Virgílio Lacerda.
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Nos anos sessenta – 1966[1]
– o prefeito Antônio Nogueira de Oliveira iniciou o tratamento paisagístico do
Largo com o surgimento de canteiros. Esses trabalhos foram aprimorados durante
as décadas de 1970 e 1980 com caminhos irregulares, bancos, canteiros e
palmeiras que conferiram ao Largo de Santana o status de praça.[2]
A lei municipal n.º 16 de 20 de agosto de 1983, muda o nome da “Praça da Matriz”
para o atual – Praça Pref. Aristides de Araújo Teixeira. O monumento em
comemoração ao centenário da paróquia foi inaugurado em seis (6) de outubro de
1974, sendo pároco da Igreja de Santana o padre Walter Coimbra de Resende.[3]
Os antigos chafarizes que existiam no antigo largo foram retirados nesta época
de mudanças.
Centenário Paroquial
Aos 6 de outubro de 1974, perante preclara autoridades, nas
celebrações oficiais do 100 anos de criação paroquial, o Exmo Sr. Dom Oscar de
Oliveira, do Arcebispado Metropolitano
descerrou essa placa comemorativa.
(PLACA COMEMORATIVA.
Monumento ao Centenário da Paróquia).
Nos núcleos urbanos do século
XVIII e primeiras décadas do XIX, a sociabilidade dos moradores ocorria
predominantemente nos espaços públicos e estes, muitas vezes não tinham uma
denominação oficial e as casas não possuíam numeração. A identificação dos
logradouros se fazia por códigos comuns legitimados pelo cotidiano. Assim temos
em várias localidades de Minas Gerais, nomes como “beco do fulano”, “rua das
lavadeiras”, “rua direita”, etc.
Afinal, era a sociabilidade externa que se impunha
definitivamente na vida dos colonos e imperava na maior parte da Colônia,
quando até mesmo os atos de fé e de devoção dos penitentes viam-se
testemunhados pelos demais crentes nas igrejas e nas ruas. (HISTÓRIA da Vida
Privada, 1997, p.118).
O distrito de Santana do Morro do
Chapéu com sua forte vocação agrícola, em 1864 produzia cana-de-açúcar,
cachaça, milho, feijão arroz, mamona (para produção de óleo), tecidos de lã e
de algodão.[4]
Destacavam-se neste período a fazenda de Antônio Quirino (século XVIII) na área
urbana, a fazenda do Tanque (século XIX), a fazenda da Posse (século XVIII), a
fazenda Caititu (século XVIII), a fazenda da Cachoeira (séculos XVIII e XVIII),
fazenda Cachoeirinha (séculos XVIII/XIX), fazenda Cachoeira do Santinho (século
XVIII), fazenda Paciência (séculos XVIII/XIX)[5], a
fazenda da Chácara (século XIX), a fazenda Santa Marina (século XIX)[6] e a
fazenda Fonte Limpa (séculos XVIII/XIX), então de propriedade fazendeiro o subdelegado
João Nogueira Coelho.[7]
Em 1870, os representantes da família Nogueira Coelho ocupavam
também os principais postos na Comarca Municipal de Queluz e no Distrito de
Santa Anna do Morro do Chapéu: na Companhia do estado-maior, no juizado de Paz
e na Subdelegacia de Polícia. O único boticário da cidade era José Nogueira
Coelho. Quanto às atividades econômicas, além das citadas anteriormente, são
citadas ainda a produção de café, a criação de abelhas e do “gado vacum, cavalar, lanígero e suíno”. A
freguesia de Santana possuía naquele momento 43 eleitores. (SANTANA
DOS MONTES. Dossiê
de Tombamento, 2003, Vol.1, p. 20).
Em vinte e oito (28) de janeiro de
1874, o Decreto n.º 2.084 elevou Morro do Chapéu à freguesia, sendo a paróquia
instituída em vinte e oito (28) de janeiro de 1880 tendo como vigário colado o
Padre Silvino Ferreira de Castro.[8]
Após a abolição da escravidão, em
1888, o distrito de Morro do Chapéu, assim como todas as localidades do país, cooptou
a sua cota de população negra, agora livre, nos trabalhos rurais como assalariados
ou mesmo na área urbana. Essa época de mudança social coincidiu com o
surgimento da capela de Nossa Senhora do Rosário, devoção preferida dos negros,
construída na “Parte Baixa” da cidade, na região de várzea. [9]
Uma das expressões mais típicas desse catolicismo foram as
confrarias organizadas pelos leigos. Entre elas, existiam as irmandades e as
ordens terceiras, que se diferenciavam das primeiras por estarem subordinadas
às ordens religiosas. Podiam reunir membros de diferentes origens sociais,
estabelecendo solidariedades verticais, mas também servir como associações de
classe, profissão, nacionalidade e cor. Organizavam-se para incentivar a devoção
a um santo protetor e para fins beneficentes destinados aos seus irmãos, que se
comprometiam com uma efetiva participação nas atividades da irmandade. Esses
fins beneficentes, tais como auxílio na doença, na invalidez e na morte,
variavam de acordo com os recursos da irmandade, diretamente proporcionais às
posses de seus membros. (CRUZ, Tereza Cristina de Carvalho. As Irmandades
Religiosas da Africanos e Afrodescendentes. Disponível na Internet: http://www.periodicos.udesc.br/index.php/percursos/article/viewFile/1525/1287
. Acessado em 8 de abril de 2013).
Outra mudança significativa ainda
no século XIX foi o surgimento da Estrada de Ferro D. Pedro II centralizando
suas atividades na Estação de Conselheiro Lafaiete,[10] que
impulsionou a economia local permitindo o escoamento do café, da cana e da
produção têxtil para o Rio de Janeiro.
O distrito de Morro do Chapéu
entrou o século XX com sua vocação agrária consolidada e bem sintonizada com as
modernas técnicas de produção norte-americanas:
Ali já se vê a americanização da
lavoura: um verdadeiro campo de demonstração.
A polycultura tem já o seo quartel
general. Seos terrenos são geralmente de bons a optimos, e de fácil irrigação.
- Seo territorio é regado pelos rios
Papagaio, Semaria, Guarará. Ali tudo é vida;
tudo medra, tudo cresce, tudo evolue.
Não há especialidade: cultiva-se como
se quer e o que se quer, porque o resultado é sempre feliz.
Há ali todo o conforto e garantias
para o lavrador europêo.
O clima é puro, a gente bem disposta,
o gado sadio e abundante.
Todas as inclinações, nos planos
agrícolas ou pastoris, encontram directrizes á prosperidade.
Embora variada, todavia a sua maior
cultura é a da canna de assucar, que, consecutivamente movimenta 26 engenhos,
mais ou menos aperfeiçoados, para transformar-se em famosa aguardente, que não
há melhor.
Adeantados
machinismos de descascar e polir café e arroz entram-se em grande copia.(
SENNA, 1913, p.709).
Em 1913, o cenário urbano do distrito também era animador: possuía
então, agencia de correios, duas escolas públicas, biblioteca, uma farmácia, um
escrivão de paz, uma subdelegacia e dezoito estabelecimentos de negócios, sendo
quatro pertencentes às fazendas dos senhores José Baptista de Queiroz, Pires
& C., Costa & C. e do major Francisco Anselmo da Paixão, que era filial
de uma casa em Queluz. A freguesia composta pela sede, Morro do Chapéu;
Pega-Fogo, Arêa e Estiva, possuía cerca de três mil (3.000) habitantes tendo
como vigário o Padre Antônio Carlos.[11]
Surgiram nessas primeiras décadas do século XX as
edificações ecléticas e art. déco no largo da Igreja de Santana e nas ruas Professor
Virgílio Lacerda, Teixeira de Araújo, do Rosário, Nogueira de Queiroz e Dr.
Campolina, compondo um harmonioso conjunto com as antigas construções do século
XVIII e XIX. Destacam-se neste período: as residências ecléticas[12] à Praça
Aristides de Araújo Teixeira n.ºs 1, 146, 147, 172, a edificação art. déco[13] n.º 80
à Rua Professor Virgílio Lacerda; as edificações com características ecléticas
n.ºs 111 e 125 (demolida entre os anos 2010/12) à Rua Professor Virgílio
Lacerda; o conjunto eclético da Rua do Rosário n.ºs 50, 60 e 72; as residências
ecléticas n.ºs 160, 123, 95 da Rua José Teixeira de Araújo; a residência art. déco
à Rua José Teixeira de Araújo n.º 63; as edificações n.º 23 e 66 da Praça Oscar
Teixeira Dutra e a Escola Estadual Dr. João Nogueira de Almeida construída
entre os anos 1927 e 1928 pelo Governo Estadual,[14] situada
na Praça Aristides de Araújo Teixeira, s/n.
Em 1905, o pároco local adquiriu para a igreja um harmonium, instrumento musical muito
utilizado nas cerimônias religiosas. Nos anos seguintes – 1907/1913 - o
Cemitério da cidade foi construído dando fim à prática de enterrar os fiéis
dentro da igreja ou em seu adro. Ainda em 1913, a Igreja Matriz de Santana adquiriu o altar
situado na lateral esquerda, próximo à entrada da sacristia, dedicado ao
Coração de Jesus ao custo de seiscentos mil réis (600$000). Mais tarde - em
outubro de 1917 - foram compradas as imagens de Santa Efigênia e São Benedito pelo
valor de noventa réis (90$000). Nesse
período o templo era dirigido pelo padre Antônio Carlos Rodrigues. [15]
Em 1913 o adro foi totalmente remodelado, com retirada das
catacumbas, a um custo de 215$000 (duzentos e quinze mil réis), enquanto a
construção do cemitério seria orçada em 2.345$000 (dois contos, trezentos e
quarenta e cinco mil réis) e as obras de “concerto
da egreja, isto é, assoalho, tapavento, gazometro e pinturas” teriam
custado à Fábrica 2.000$000 (dois contos de réis). (SANTANA DOS MONTES. Dossiê
de Tombamento, 2002, p.34).
O Nome “Morro do Chapéu” foi oficialmente definido em 1923, pela
lei n.º 843 de sete (7) de setembro daquele ano. Nas primeiras décadas do
século XX, o município foi contemplado com a luz elétrica gerada em usina
local, instalada na Cachoeira do Santinho,[16]
rodovias, instalação de telefone nas principais fazendas, urbanização e
calçamento de suas ruas e a canalização de água das residências.[17]
O Padre José Lopes Magalhães que assumiu a paróquia em 1937 deixou
a seguinte impressão sobre a Igreja de Santana[18]
e sua nova comunidade:
A igreja por fora não é bonita e não tem torre, mas
interiormente é bem arranjada e muito bem cuidada; é também provida de boas
alfaias. A missa foi depois das dez e meia. A igreja, que não é pequena e conta
com o recurso de tribunas, estava repleta e ainda havia gente de fora. Notei que
o povo é muito bom e religioso. Notei também que a frequência dos homens é
quase superior á das mulheres. (ARQUIVOS DA PARÓQUIA DE SANTANA. Santana dos
Montes. Livro do Tombo de Santa Anna do Morro do Chapéu, fevereiro de 1937:
1936-2013. Fl 7v-8v).
O nome Catauá foi adquirido pelo distrito por decreto lei
n.º1.058 de trinta e um (31) de dezembro de 1943.[19]
Em 1944 já existiam duas pontes de madeira sobre os rios urbanos: da “Vargem”
sobre o Ribeirão Fonte Limpa e a Ponte da “Biquinha” sobre o Córrego da
Biquinha.[20]Somente
em vinte sete (27) de dezembro de 1948, a lei n.º 336 mudou a denominação do
distrito para o nome atual – Santana dos Montes. Finalmente, em trinta (30) de
dezembro de 1962, o distrito foi elevado a município desmembrado de Conselheiro
Lafaiete, pela Lei n.º 2.764, sendo constituído do distrito sede e Joselândia.[21]
LEI 2764 de 30/12/1962 - Texto Atualizado
Contém a Divisão
Administrativa do Estado de Minas Gerais.
O Povo do Estado de
Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome, sanciono a
seguinte Lei:
Art. 1º- A Divisão Administrativa do Estado de Minas Gerais,
autorizada pela Lei Constitucional nº 6, de 16 de novembro de 1961, é a
estabelecida na presente lei.
(...) ANEXO Nº2
LIMITES MUNICIPAIS
E DIVISAS INTERDISTRITAIS
Município de
Santana dos Montes
a) Limites Municipais:
1 - Com o Município de Cristiano Otôni: Começa no Alto do
Peitudo; desce a encosta e alcança o ribeirão Passa Dez, pouco abaixo da
Fazenda da Pedra; atravessa o ribeirão, sobe a encosta e alcança o divisor da
vertente da margem esquerda do córrego da Pedra; segue por este divisor,
contorna as cabeceiras do córrego das Contendas, alcança o divisor de águas dos
rios Paraopeba-Guarará e por ele continua até o ponto fronteiro à cabeceira do
córrego das Areias.
2 - Com o Município de Conselheiro Lafaiete: Começa no divisor
de águas entre os Rios Paraopeba e Guarará, no ponto fronteiro à cabeceira do
córrego das Areias; continua pelo divisor entre os córregos das Areias e Ponte
de Chave até o alto próximo da fazenda Dois Córregos, alcança a cabeceira do
ribeirão Água Limpa e desce pelo ribeirão até a foz do córrego que passa no
povoado de São Vicente e na Fazenda Boa Vista; desce pelo ribeirão Água Limpa
até a foz do pequeno afluente da margem esquerda, junto e acima da fazenda Água
Limpa.
3 - Com o Município de Itaverava: Começa no ribeirão Água Limpa,
na foz do pequeno afluente da margem esquerda, junto e acima da fazenda Água
Limpa; continua por espigão, contornando as cabeceiras dos córregos da
Providência e da Rocinha, até alcançar o Rio Guarará, na foz do córrego
Caetetu, desce pelo rio Guarará até sua foz no rio Piranga.
4 - Com o Município de Lamim: Começa na foz do rio Guarará, no
rio Piranga; sobe por este rio até a foz do córrego do Bicuiba.
5 - Com o Município de Rio Espera: Começa na foz do córrego da
Bicuiba, no rio Piranga; sobe por este rio até a foz do rio Papagaio.
6 - Com o Município de Caranaíba: Começa no rio Piranga, na foz
do rio papagaio; sobe por este rio até a grota junto à Fazenda da Casinha; sobe
por esta até sua cabeceira, daí, alcança o alto do Peitudo.
b) Divisas Interdistritais:
1 - Entre os distritos de Santana dos Montes e Joselândia:
Começa no rio Piranga na foz do rio Papagaio; daí, segue pelo divisor de águas
entre estes dois rios e, depois, pelo divisor entre o rio Papa-Gaio e o córrego
de Carrapicho até frontear o Buraco do Carambola; deste ponto alcança a
cabeceira da grota do Carambola, pelo qual desce até o córrego Apaga Fogo;
atravessa este córrego, sobe o espigão fronteiro até o alto do Tapera; daí,
desce pelo córrego que passa nas fazendas Passa Tempo e João Teixeira até sua
foz no rio Guarará. ( LEI 2764 de 30/12/1962 - Texto Atualizado. Disponível na
Internet:
http://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/completa/completa-nova-min.html?tipo=LEI&num=2764&ano=1962
. Acessado em 15 de maio de 2013).
Santana dos Montes teve inicialmente um Intendente na pessoa
de Valdomiro Máximo Moreno que dirigiu o município de primeiro (01) de março de
1963 a trinta e um (31) de agosto de 1963. O primeiro prefeito foi Antônio
Nogueira de Oliveira, que implantou ainda nos anos sessenta, o loteamento que
deu origem ao bairro São Joaquim.
PREFEITOS
MUNICIPAIS DE SANTANA DOS MONTES
|
MANDATO
|
Antônio
Nogueira de Oliveira
|
09/09/1963 a 31/01/1967
|
José
Pereira Dutra
|
01/02/1967 a 01/01/1971
|
João
Ladislau Moreira
|
01/02/1971 a 30/01/1973
|
Aristides
de Araújo Teixeira
|
31/01/1973 a 30/01/1977
|
José
Pereira Dutra
|
31/01/1977 a 31/01/1983
|
Amadeu
Gonçalves ribeiro
|
01/02/1983 a 31/12/1988
|
Joaquim
Nogueira Barbosa
|
01/01/1989 a 31/12/1992
|
Hélio
Francelino Pinto
|
01/01/1993 a 31/12/1996
|
Amadeu
Gonçalves Ribeiro
|
01/01/1997 a 31/12/2000
|
Vicente
de Paulo de Souza Nunes
|
01/01/2001 a 31/12/2004
|
Vicente
de Paulo de Souza Nunes
|
01/01/2005 a 31/12/2008
|
Nelson
Ferreira de Faria
|
01/01/2009 a 31/12/2012
|
Amadeu
Antônio Ribeiro
|
01/01/2013 a 31/12/2016
|
Paulo Krugger Correa Moura assim descreve a Igreja de
Santana dois anos após a emancipação do município de Santana dos Montes, em
1964:
É uma graciosa capelinha, fundada pelos idos de 1749, quando foi
instituído o seu patrimônio. Lá por 1751, era um curato filial à Matriz de
Carijós. Valoriza este pequeno templo um painel do fôrro da nave, representando
a Ascensão do Senhor, bem como pinturas murais com cenas do Evangelho. É um
trabalho que parece ter as caraterísticas da arte do afamado pintor Manuel da
Costa Ataíde. No arco cruzeiro, existe a data de 1773, comprovando, talvez, a
época da conclusão do templo. (MOURÃO, Paulo Krugger Correa. As Igrejas
Setecentistas de Minas. Ed. Itatiaia. 1964. p. 109).
Nesta época – na
segunda metade dos anos 1960 - a igreja e o adro passaram por reformas gerais
realizadas pelo Padre Walter Coimbra de Rezende, que se orgulhava do trabalho
realizado com o que considerou uma restauração de um templo barroco. No mesma
descrição, ao falar da reforma do adro e da escadaria, faz referência à criação
da praça no grande largo:
Com sacrifícios ingentes, fizemos toda a restauração da igreja
Matriz: Modéstia à parte, a reforma foi onerosa mas competente, agradou a
todos. Procuramos conservar a arte, corrigir as deficiências. A restauração foi
completa: telhado, engradamento, pintura interna e externa, piso. As paredes
eram grosseiramente oleadas, já precisavam de uma limpeza geral (...) agora com
caiação a Igreja Matriz está mais acolhedora. Tudo é acolhedor! O piso de
cerâmica clara substituiu, com muitas vantagens, o antigo assoalho de madeira
já estragado.
O adro também foi todo remodelado, rebaixado, recoberto de pedra
a vista, de Ouro Preto. Aliás, por dentro e por fora do prédio da Igreja, toda
pedra talhada, geralmente de pedra-sabão ou granito, foi por nós descoberta,
removendo-se várias camadas de óleo ou tinta.
E perante o adro, à guisa de arrimo ergue-se a majestosa escadaria de 20 degraus: toda feita de cimento
armado, concreto, obra de segurança. Há duas pistas laterais em rampa, sendo
todo o conjunto, simetricamente, ajardinado: foi ponto de partida para se
edificar a praça.
A belíssima Igreja, de autêntico estilo barroco, agora com suas
novas estruturas de restauração, fico mais valorizada. Os santanenses,
residentes na Paróquia; e todos os que moram em outras cidades do Estado de
Minas e em outras unidades da Federação, sentem um santo orgulho, pela justa
razão de ser sua cidade dotada de tão belo templo. (...) (ARQUIVOS DA PARÓQUIA
DE SANTANA. Santana dos Montes. Livro do Tombo de Santa Anna do Morro do Chapéu
25 de janeiro de 1967: 1936-2002. Fl 93-93v).
A população do município em 1970 era de quatro mil e
setecentos e oitenta e cinco (4.785) habitantes sendo que, mil cento e sessenta
e quatro (1.164) na área urbana. Em 1977, existiam na cidade trezentas e
quarenta e oito (348) moradias, doze (12) comércios e uma (01) indústria.[22]
Nas décadas seguintes a população urbana vai variar passando
para mil duzentos e oitenta dois (1.282) em 1980, mil quatrocentos e sessenta e
seis (1.466) em 1991 e nove anos depois, em 2000 - a três mil novecentos e
trinta e sete (3.937), sendo dois mil e doze (2.012) habitantes na área urbana.
O declínio da produção agrária ocorreu com mais ímpeto a
partir dos anos 1970, devido à migração de parte da população – principalmente
os mais jovens - para as metrópoles em busca de melhores condições de trabalho.
Nos anos 1980 a
concorrência desigual com agroindústria acabou de vez com a produção dos
pequenos produtores culminando com a quase extinção das lavouras de café, arroz
e feijão. Restou, no entanto, a cultura do milho e cana-de-açúcar. O gado de
corte e leiteiro passou a liderar a economia local.
Importante salientar que em 2000, seiscentos e quarenta e
três (643) pessoas se dedicavam a atividades agropecuárias, cinquenta e sete
(57) ao comércio, duzentas e cinquenta e sete (257) à indústria e outras
duzentas e setenta e oito (278) a serviços diversos.
Em 2010 a população era de três mil oitocentos e vinte dois (3.822)
habitantes, sendo dois mil e quinhentos e três (2.503) indivíduos na sede e mil
trezentos e dezenove (1.319) no distrito de Joselândia. Pelo censo demográfico daquele ano, o
município possuia seiscentos e noventa e seis (696) domicílios urbanos
particulares e quatrocentos e quarenta e sete (447) domícilios particulares na
área rural.[23]
POPULAÇÃO DE SANTANA DOS MONTES AO LONGO
DOS ANOS
Século/Década
/Ano
|
Agricultura
|
Bovinos,
suínos, outros
|
Aves
|
Comércio
|
Serviços
|
Extração
vegetal e mineral
|
Indústria
|
XVIII
|
Provavelmente: Plantações de feijão, milho cana-de-açúcar, inhame,
batata-doce, mandioca
|
Provavelmente: Criação porcos.
|
Frango
|
Ferreiros, tabernas
|
Sem informação.
|
Sem informação.
|
Provavelmente: engenho de cana, moinhos, de farinha, fubá
|
1836
|
Sem informação.
|
Sem informação.
|
Sem informação.
|
Casas de negócios
|
Sem informação.
|
Sem informação.
|
Engenhos de açúcar
|
Segunda metade do século XIX
|
Cana-de-açúcar, café, arroz, feijão, milho, mamona
para produção de óleo,
|
Porcos, gado leiteiro e para corte, cavalos,
carneiros.
|
Sem informação.
|
Casas de negócio, um boticário.
|
Sem informação.
|
Sem informação.
|
Engenhos de açúcar, moinhos, fábrica de manteiga,
tecidos de lã e algodão, produção de óleo, mel.
|
Década de 1900
|
Cana-de-açúcar, Café
|
Gado bovino, porcos
|
-
|
-
|
-
|
-
|
Engenhos de açúcar,
fábrica de manteiga.
|
Década de 1910
|
Cana-de-açúcar, café, arroz.
|
Gado bovino
|
-
|
Uma farmácia, 18 estabelecimentos de negócios
|
Agência de correios, delegacia, biblioteca, duas
escolas públicas um escrivão de paz,
|
-
|
Engenhos de açúcar
(vinte seis em 1913),
Mel.
|
Década de 1940
|
-
|
Gado leiteiro, Porcos
|
Galináceos
poedeiras
|
-
|
Agência de correios, delegacia, biblioteca, escolas públicas
|
-
|
Queijo, aguardente.
|
Década de 1970
|
Milho, cana-de-açúcar, arroz, café, feijão
|
Gado leiteiro e de corte
|
-
|
12 comércios
|
Correios, delegacia, biblioteca, escolas públicas
|
-
|
Uma indústria
|
Década de 1980
|
Cana-de-açúcar, café.
|
Gado leiteiro e de corte
|
-
|
-
|
Correios, delegacia, biblioteca, escolas públicas.
|
-
|
Uma indústria
|
2000
|
Existência de 15 fazendas coloniais.
Milho, feijão, cana-de-açúcar, arroz, café, banana,
batata -inglesa
|
Gado de corte e leiteiro, equinos, muares, suínos.
|
Galináceos
|
Um hotel fazenda
uma farmácia, dois supermercados, duas
padarias, dois açougues.
|
Bancos, delegacia,
biblioteca, agência de correios,
escolas de ensino fundamental,
pré-escolar, uma de ensino médio.
|
-
|
Sete indústrias de transformação e duas de construção.
|
2003
|
Arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho, café, laranja,
batata-inglesa.
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, muares, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
Um hotel
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
|
Turismo
|
Século/Década
/Ano
|
Agricultura
|
Bovinos,
suínos, outros
|
Aves
|
Comércio
|
Serviços
|
Extração
vegetal e mineral
|
Indústria
|
2004
|
Arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho, café, laranja.
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, muares, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
-
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
|
Produção de mel.
Turismo
|
2005
|
Café, laranja, arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho,
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
-
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
|
Produção de mel.
Turismo
|
2006
|
Café, laranja, arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho,
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
-
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
|
Produção de mel.
Turismo
|
2007
|
Arroz, feijão, milho em maior quantidade, café,
laranja.
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
-
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
|
Produção de mel
Turismo
|
2008
|
Café, laranja, arroz, cana-de açúcar, feijão, milho,
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
-
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
|
Produção de mel.
Turismo
|
2009
|
Café, laranja, arroz, cana-de açúcar, feijão, milho,
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
-
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
|
Produção de mel.
Turismo
|
2010
|
Café, laranja, arroz, cana-de açúcar, feijão, milho,
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
-
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
|
Produção de mel.
Turismo
|
2011
|
Café, laranja, arroz, cana-de açúcar, feijão, milho,
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
-
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.[1]
|
Produção de mel.
Turismo
|
2013
|
Milho e cana-de-açúcar.
Em menor quantidade: banana, batata-inglesa, arroz e
feijão, etc.
|
Gado de corte e leiteiro,
|
Galináceos,
e ovos
|
Três hotéis fazendas, duas pousadas urbanas,
Uma farmácia, quatro mercados,
duas padarias, dois açougues.
bares e restaurantes.
|
Museu de Tecnologia Rural
Bancos, delegacia,
biblioteca, agência de correios, sete escolas de ensino fundamental, duas de
pré-escolar, uma de ensino médio.
|
Fabricação de Cachaça, Indústria de laticínios (duas
unidades com produção considerável em Joselândia).
Uma unidade no distrito sede, com produção mais
modesta.
A Cervejaria artesanal Loba.
Turismo.
|
[1] IBGE. Disponível na Internet: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?codmun=315910
Acessado em 16 de maio de 2013.
No século XX
ocorreu a ocupação da antiga Rua das Flores - atual Rua Professor Virgílio
Lacerda - e do entorno da Fazenda “do Antônio Quirino”, por edificações de um
pavimento com tendências ecléticas, predominando mais tarde, a partir da
segunda metade do século, edificações sem estilo definido. (As construções da
segunda metade do século XX que ocuparam os vazios das praças e ruas da área
central não possuem um padrão específico de sistema construtivo ou de
volumetria). Em todo o conjunto predomina o uso residencial, alguns comércios e
imóveis com uso misto de comércio e residência. O prefeito José Pereira Dutra –
1977/1983 - iniciu o calçamento das ruas e implantou parte das redes de esgoto
e de água.[27]
Na gestão do
primeiro prefeito – Antônio Nogueira de Oliveira, 1963/1967 – surgiu Bairro São
Joaquim. Mais tarde, em 1987 foi criado o bairro Liberdade ocupado
por moradores vindos da área rural fugindo da crise na agricultura. A Praça Oscar Teixeira Dutra foi
construida entre os anos 1993/1996, na gestão do prefeito Hélio Francelino
Pinto.[28]
Credita-se à
estagnação econômica dos anos 1930, a atual conformação estética de urbe
colonial.[29]
Parte da população
que migra para a cidade, entre 1970 e 2000, acaba ocupando áreas de várzea
antes inabitadas, contíguas ao Núcleo Histórico urbano. Essa ocupação se fez de
forma desordenada, sem um mínimo planejamento por parte do poder público. Uma
parte dessa população mora ainda em condições precárias, algumas vezes sem
acesso a serviços básicos como saneamento e urbanização. (SANTANA DOS MONTES,
Dossiê, 2003, p.32).
Ao redor da Praça
Aristides de Araújo Teixeira e proximidade imediata da Igreja Matriz de Santana
existem hoje cerca de vinte e cinco edificações construídas na segunda metade
do século XX.[30]
Basicamente, o
Centro Histórico de Santana dos Montes se configura pela Praça Aristides Araújo
Teixeira – principal marco urbano da cidade; rua Professor Virgílio Lacerda[31]; rua Joaquim Nogueira[32]; rua Manoel Sebastião de
Araújo; Ladeira Américo Leão; Praça Oscar Teixeira Dutra - onde está situada a
fazenda do Antônio Quirino, primeira ocupação da região; Praça José Teodoro da
Silva[33]; rua José de Paula; rua
do Rosário; rua José Teixeira de Araújo; rua Joaquim Nogueira; rua Dr.
Campolina e rua Alberto Alves Galvão.
A cidade entrou
no século XXI como uma das mais novas e agradáveis opções turísticas de Minas
Gerais devido a grande concentração de fazendas do périodo colonial construídas
nos séculos XVIII e XIX; sua urbe harmoniosa mesclando edificações coloniais e
estilos arquitetônicos de várias épocas do século XX; suas manifestações
imateriais, além dos seus atrativos naturais:
Localizada na
confluência entre as serras do Espinhaço e da Mantiqueira, a cidade apresenta
um casario antigo emoldurado por pequenas montanhas. No entorno do município
existem 15 fazendas coloniais, uma delas funcionando como hotel-fazenda. Essas
propriedades deram uma contribuição fundamental para a história de Santana dos
Montes, que teve seu apogeu econômico durante o ciclo do Ouro.
Ao contrário de
outras regiões, no entanto, o lugarejo não se destacava pela presença de metais
preciosos. Suas fazendas produziam alimentos para comunidades, já que as
localidades ricas em ouro e outros minerais não tinham como garantir viveres
suficientes para manter a população, devido à características de seu solo.
Para os amantes do
turismo ecológico também não faltam opções. A Mata Atlântica ainda é bastante
presente, em grande parte intocada e com fauna e flora muito ricas. A região
conta ainda com inúmeras cachoeiras, cascatas, lagoas e nascentes, inclusive do
rio Piranga. Todas elas livres de poluição.
Assim como as
construções, as tradições culturais da cidade estão muito preservadas. Os
visitantes podem se deliciar com a festa da padroeira, a Folia de Reis, o
congado, a dança de fitas e a banda de música do município. E para levara para
casa como lembrança, nada melhor do que o artesanato produzido pelos moradores.
(Um paraíso ecológico que parou no tempo. Estado de Minas, Belo Horizonte, 11
de março de 2000, p. 29).
2 - O Patrimônio Imaterial
Ainda sobre as manifestações
imateriais é importante ressaltar que muitas delas ocorrem no Centro Histórico
da cidade enriquecendo a sua importância cultural, destacando-se a festa e
procissão dedicada Santana, que ocorre no dia 26 de julho, o Congado de Nossa
Senhora do Rosário, Procissão de São Cristóvão, Encomenda das Almas, Festa de
São Sebastião, Folia de Reis[34], as comemorações da
Semana Santa, as apresentações das Sociedades Musicais de Santana e São José, o
Carnaval com os seus quatro (04) blocos tradicionais[35]
O Congado em
Santana dos Montes possuia no passado, quatro guardas. Atualmente resta apenas
a Guarda de Congado de Nossa Senhora do Rosário, fundada em data imprecisa. Normalmente
os congadeiros se apresentam em outubro.
Junto consigo, o
Congado evoca uma série de outros ritos como a Missa Conga, o Reinado dos
Congos e as Embaixadas. (...) Segundo Seu Martins, durante os dias da Festa do
Rosário, os dançantes acordavam cedo e saíam para trabalhar (palavra que ele usa para se referir ao ato de dançar o
Congado), durante o dia todo. Enquanto dançavam, alguém ficava responsável por
colher ofertas para a Igreja do Rosário. Hoje, segundo o relato do Capitão
Esutáquio, eles se reúnem para se preparar na casa de D. Mria Eugênia. Prontos,
eles saem para a apresentação, que sempre é feita com horário marcado. Nos dias
de festa, levantam o mastro com a bandeira do santo logo pela manhã. (SANTANA DOS
MONTES, Inventário. 2003. Ficha n.º 103, p.72).
A Folia de Reis,
outra representação importante realizada nas imediações da Igreja Matriz de
Santana, festeja a jornada dos Três Reis Magos vindos do oriente para visitar o
menino messias.
Tradicionalmente a
Folia de Reis tem inicio quando o grupo de foliões parte à meia noite do dia 24
de dezembro. Assim que se aproximam de uma casa pedem permissão para entrar na
casa através de versos típicos. Caso aceite receber os foliões, o dono da casa
abre a porta e recebe a bandeira ou oratório da folia, onde estão representados
os Santos Reis, Nossa Senhora, São José e o Menino Jesus. Logo depois eles
cantam rimas improvisadas, onde pedem saúde, paz e prosperidade para o dono da
casa. Então pedem ofertas. A cada oferta recebida eles agradecem com mais
rimas. A cantoria demora um tempo indeterminado, dependendo da urgência dos
foliões e disposição dos residentes em contribuir com ofertas. Versos sobre a
jornada dos Reis Magos e o nascimento do Menino Deus ocorre, mas são cantados
na íntegra apenas quando há um presépio na casa. Antes de partir, os foliões
entoam um canto de despedida. Tomam novamente a bandeira ou oratório e partem.
Vão então de casa em casa pedindo ofertas para os Santos Reis até o dia 06 de
janeiro. (SANTANA DOS MONTES, Inventário. 200, ficha n.º 104. P.73).
Ainda em janeiro ocorre a festa de São Sebastião,
no dia vinte e três (23) de cada ano e é precedida por “tríduos”[36]
e procissões que têm o ponto principal um leilão dedicado a São Sebastião onde
ocorre o leilão dos animais, objetos e mesmo comidas típicas doados pelos
moradores da região.
As doações de animais, especialmente os bezerros e novilhos mas
também porcos e galinhas, são feitas na esperança de receber a proteção do
santo sobre todo o rebanho, e quase sempre o animal doado é o mais saudável. De
modo similar, tudo o que é arrematado no leilão está muito acima do preço, pois
os fiéis pagam preços altos pelos gêneros visando reverter uma grande
quantidade de dinheiro para a paróquia. Em Santana dos Montes a Festa de São
Sebastião é uma celebração muito antiga, ocorrendo a várias gerações. (SANTANA DOS MONTES, Inventário. 2003,
ficha n.º 105. P.74).
Destacam-se também
no distrito sede, algumas atividades tradicionais com os benzedores[37], os artesãos que trabalham
com taquara, os construtores de carro de boi, maceneiros, ferreiros e as
tecelãs. Há ainda aqueles que dominam a técnica de construção de edificações em
pau-a-pique. Outra atividade imaterial de grande repercursão são as escolas de
violeiros: “Chico Lobo” – fundada em 2005[38] - e “São Gonçalo.”(Ver
fichas de Inventário em anexo). Reginaldo Ascenção Gonçalves, professor de
música da Escola de Violeiros Chico Lobo, também fabrica as violas utilizadas
no curso.
Segundo o
trabalho realizado pela “Associação Civil Favela é Isso Aí” em 2010, o
município de Santana dos Montes possui trinta e seis (36) artistas: vinte e
cinco (25) na área de artesanato,[39]cinco (5) na área de
música, três (3) em folclore e religiosidade, um na área da culinária, um (01) na
dança e um (01) na literatura.
Outra atração da
cidade é o Museu de Tecnologia Rural situado em local provisório, que possui um
acervo de cerca de duzentas e cinquenta (250) peças de vários países da America
Latina e do Brasil colecionados pelo economista italiano, Marco Alajmo e, que,
atualmente encontra-se sob a guarda dos proprietários do Solar dos Montes e da
Associação dos Amigos de Santana dos Montes[40]
3 - A Proteção do Patrimônio Cultural pelo Município
Em 2001, o
Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Santana dos Montes e a Secretaria
Municipal de Cultura, Turismo e Desenvolvimento, iniciaram o importante
trabalho de inventariamento do acervo cultural local, motivados pelas
diretrizes do programa de municipalização da proteção do patrimônio cultural -
ICMS patrimônio Cultural - criado pelo Estado e coordenado pelo IEPHA/MG.[41] Em 2002, o Conselho
Municipal do Patrimônio Cultural de Santana dos Montes tombou a Fazenda São
Pedro[42] pelo Decreto n.º 05/2002
de vinte e oito (28) de fevereiro; a Igreja Matriz de Santana – Decreto n.º
02/2002 e a imagem de Santana Mestra pelo decreto n.º03/2002 de quatorze (14)
de fevereiro daquele ano.
A partir de 2001,
instituimos os Conselhos Municipais de Turismo e de Cultura. Após o tombamento da igreja matriz e da
padroeira Santana, fomos para a praça. Convocada a “tropa de elite” cultural
(Conselho do Patrimônio Cultural), fizemos o tombamento legal das seis fazendas
do século XVIII. (DUTRA José Geraldo. Informativo da Associação civil Favela é
Isso Aí. Ano 04. N.º 14. Março de 2010, p.6.).
Em 2003, em
reunião ocorrida em vinte e quatro (24) de fevereiro daquele ano, o Conselho aprovou
o tombamento do “Núcleo Histórico Urbano” composto pela Praça Aristides de
Araújo, Rua Professor Virgílio Lacerda e Praça Oscar Teixeira Dutra,
contemplando vinte e sete (27) edificações. Nessa mesma reunião foram aprovados
os tombamentos das fazendas do Tanque - Decreto n.º 05/2003 de dez (10) de
março de 2003; Caititu – Decreto n.º 03/2003 de dez (10) de março de 2003; de
Antônio Quirino – Decreto n.º 04/2003 de dez (10) de março de 2003 e a fazenda
Paciência – Decreto n.º 02/2003 também de dez (10) de março daquele ano.
O Prefeito
Vicente de Paulo Souza Nunes assinou a Lei n.º 117/2003 de vinte e seis (26) de
março de 2003 estabelecendo o tombamento definitivo do Núcleo Histórico -
Inscrição no Livro de Tombo n.º 010.[43]
Conforme o
definido pela lei, o Núcleo tombado passou a compreender os seguintes imóveis:
1 – Igreja matriz
de Santana; 2 - Escola Estadual Dr. João Nogueira de Almeida; 3 – Sobrado à
Praça Oscar Teixeira Dutra, 11 (Fazenda do Antônio Quirino); 4 – Casas à Praça
Oscar Teixeira Dutra, 23; 5 - Casa à Praça Oscar Teixeira Dutra, 55; 6 – Casa à
Praça Oscara Teixeira Dutra 67; 7 - Casa à Praça Aristides de Araújo Texieira, 1;
8 - Casa à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 5; 9 - Casa à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 19[44]; 10 – Casa à Praça Aristides
de Araújo Teixeira,37; 11 – Sobrado à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 66
(sede da Secretaria de Municipal de Cultura); 12- Sobrado à Praça Aristides de
Araújo Teixeira, 92; 13 - Casa à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 99; 14 -
Casa à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 110; 15 - Casa à Praça Aristides de
Araújo Teixeira, 111; 16 - Sobrado à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 125;
17 – Casa à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 134; 18 – Casa à Praça
Aristides de Araújo Teixeira, 135; 19 – Casa à Praça Aristides de Araújo
Teixeira, 146; 20 - Casa à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 147; 21 - à
Praça Aristides de Araújo Teixeira, 172; 22 – Casa à Praça Aristides de Araújo
Teixeira, 186; 23 – Sobrado à Praça Aristides de Araújo Teixeira, 189 (Solar
dos Montes); 24 – Casa à Rua Professor Virgílio Lacerda, 79; 25- Casa à Rua
Professor Virgílio Lacerda, 80; 26 - Casa à Rua Professor Virgílio Lacerda, 111; 27
- Casa à Rua Professor Virgílio Lacerda, 125 - Demolida.
Segundo o Parecer
Técnico da arquiteta Adriana Paiva Assis datado de vinte (20) de dezembro de
2002, o tombamento teve as seguintes motivações:
O Núcleo Histórico urbano (NHU), situado
no distrito Sede do Município de Santana dos Montes, apresenta grande valor
histórico, arquitetônico, urbanístico, simbólico e cultural, que permitem
identifica-lo como um Bem Cultural que merece ser tombado, para que se efetive
sua preservação, conservação e valorização.
Seu valor histórico é
indiscutível, visto que está indissociavelmente ligado à fundação e ulterior
desnvolvimento do povoado do Morro do Chapéu. Do ponto de vista urbanístico,
devemos ressaltar a configuração de seu típico traçado, ao longo dos principais
caminhos antigos, abrido-se em amplo largo defronte à Igreja Matriz de Santana.
O NHU é composto, ainda, por
exemplares arquitetônicos originais e preservados dos séculos XVIII, XIX e
princípios do século XX, que indicam tipologias técnicas e materiais
construtivos peculiares a cada período de conolidação urbana.
Por fim, mas não
menos importante, o Núcleo Histórico Urbano constitui o mais tangível
testemunho da riqueza e diversidade das produçõesculturais de Santana,
revelando-nos sobre os processos e formas de organização social e, no campo
especificamente urbanístico, sobre as formas de ocupação espacial, usos e
referências dos períodos setentista e oitocentista em Minas Gerais. É ainda,
fiel depositário da cultura popular e erudita da comunidade santanense, que se
expressa no próprio uso das ruas, praças e espaços públicos.
O Núcleo Histórico
Urbano adquire, portanto, uma importância vital para cada um dos santanenses, porque
guarda o fundamento e a expressão das múltiplas identidades de seus habitantes.
Em um tempo onde os avanços da globalização modificam as paisagens e as tornam
cada vez mais uniformes e despersonalizadas, impõe-se a urgente necessidade de
se proceder à sua Salvaguarda. (MUNICÍPIO DE SANTANA DOS MONTES, Dossiê de
Tombamento, 2003. Vol. 2, p.5)
Logo após o
tombamento municipal, em 2004 a Praça Aristides de Araújo Teixeira recebeu
muros de arrimo em pedras de junta seca onde existiam barrancos de terra:
Foram instalados dois
muros de arrimo, em pedras de junta seca, em locais antes ocupados por
barrancos de terra. O primeiro cumpre a função de contenção no prolongamento da
Praça, no início da Ladeira Américo Leão; o segundo, também de contenção, foi
construído diante da Escola Dr. João Nogueira, contribuindo para a ambientação
urbana. O monumento ao Centenário Paroquial foi revitalizado: o obelisco[45] foi revestido em granito
e à sua volta foi removido o antigo lago de azulejos, cedendo espaço a um
jardim de flores, rodeado por caminhos e áreas gramadas. Foram instaladas ainda, duas placas de interpretação
do patrimônio, conforme padrões estipulados no “Guia de Sinalização Turística”
divulgado pelo IPHAN. (SANTANA DOS MONTES, IPAC – Ficha de Inventário n.º 123
de março de 2006, p. 48).
Ainda hoje o antigo largo da Matriz centraliza
a vida economica, política e cultural da cidade sendo palco das vivências
cotidianas da pacata cidade - uma das fortes motivações para a sua proteção. Ao
seu redor concentram-se os mais significativos imóveis dos séculos XVIII, XIX e
XX e assim como no passado, a praça é o cenário de manifestações culturais, festas
religiosas e populares.
Durante os
primeiros anos do século XXI, várias edificações do Centro Histórico receberam
manutenção realizada pela Prefeitura: a Igreja Matriz[46], e a edificação número 66,
sede da Secretaria Municipal de Cultura e os imóveis de números 110, 134. A
Escola Estadual Dr. João Nogueira foi restaurada com recursos do Governo
Estadual entre os anos de 2004 a 2006.[47]
A edificação n.º
100 da Praça Aristides Araújo Teixeira construída entre os anos 1976/1978, teve
a sua fachada modificada ao gosto colonial em 2006, com a autorização do
Conselho Municipal do Patrimônio Cultural.[48]Na mesma situação
encontra-se a edificação assobradada de n.º 166 da Praça Aristides de Araújo
Teixeira que em 2007 foi reformada com recursos do ICMS Patrimônio Cultural.
Esse imóvel teve a sua fachada e telhado modificados para um estilo que lembra
o colonial numa clara tentativa de manter a harmonia do conjunto.[49]
A partir das políticas implementadas
nos últimos anos no município, multiplicaram-se, principalmente no perímetro do
Núcleo Histórico Urbano, as ações de melhorias nas edificações, seja por
iniciativa da Prefeitura, seja a partir de parcerias entre esta e a comunidade;
ou mesmo através de iniciativas dos próprios moradores. Os critérios de
intervenção são variados e geralmente não contam com assessoria técnica
especializada, sendo definidos pelos próprios moradores. O que chama
atenção nesse processo é a consolidação, no âmbito da comunidade, da ideia da
conservação enquanto vetor de desenvolvimento e de qualidade de vida. (Grifo
nosso).
(ASSIS, Adriana Paiva de. Arranjos e Conflitos entre a Conservação do
Patrimônio e o Turismo. 24 de novembro de 2011. Disponível na Internet: http://www.forumpatrimonio.com.br/print.php?articleID=159&modo=1#. Acessado em 19 de fevereiro de 2013).
4 - O Município no Hoje
Situado
na região Metalúrgica de Minas Gerais, o município de Santana dos Montes dista cento e trinta (130) quilômetros de Belo
Horizonte, trezentos e cinquenta (350) quilômetros da Cidade do Rio de Janeiro
e vinte e nove (29) quilômetros de Conselheiro Lafaiete.[50] Possui área de cento e
noventa e seis (196) km2 com uma população estimada em três
mil oitocentos e vinte e dois (3.822) habitantes conforme censo de 2010. A área urbana
do distrito-sede se subdivide atualmente em quatro bairros: Centro, Catita,
Residencial João Nogueira, São Joaquim e Liberdade.
A economia do município continua a girar entorno
da agropecuária, empregando a maior parte da população no cultivo do arroz, feijão,
café, banana, batata-inglesa e principalmente da cana-de-açucar, milho.
Criam-se nas fazendas, galinhas, bois, porcos e cavalos.[51] Na área urbana,
predominam os setores de serviços, atividades industriais e comercio. O
município é servido de sete (07) escolas de ensino fundamental, duas (02) de
pré-escolar e uma (01) de ensino médio. Possui atualmente dois (02)
estabelecimentos de saúde. A energia elétrica é fornecida pela CEMIG desde 1974.
A Prefeitura Municipal é a maior empregadora,
contando com duzentos e quarenta (240) funcionários. O comércio local vem
crescendo, existindo nas áreas urbanas uma (01) farmácia, dois (04) mercados,
duas (02) padarias, dois (02) açougues, três (03) laticinios e duas pousadas e
posto bancário[52].
O município possui quatro (04) engenhos em funcionamento e as três (03) fazendas
hotéis empregam cerca de cem funcionários. A vocação turistica se destaca com a
transformação de antigas fazendas em pousadas e hoteis atraindo principalmente
os moradores de grandes cidades, desejosos da traquilidade idealizada do mundo
rural.[53] De 2001 a 2010, oito
fazendas do período colonial foram restauradas numa clara adesão à vocação
turística. Na indústria destaca-se a Cervejaria artesanal da marca Loba e a indústria
de laticínios - duas unidades em Joselândia e uma no distrito-sede.
A pequena urbe
continua a transpassar o tempo se reinventando sem perder as raízes, o contato
com o passado e suas tradições construídas ao longo dos séculos XVIII, XIX e
XX, sendo um exemplo da sadia convivência dos suportes físicos e imateriais da
memória e as inovações modernas. Santana dos Montes se eterniza ao conciliar em
um mesmo espaço, passado, presente e a projeção de seu futuro.
PRODUÇÃO ECONÔMICA DO MUNICÍPIO DE SANTANA
DOS MONTES
Século/Década
/Ano
|
Agricultura
|
Bovinos,
suínos, outros
|
Aves
|
Comércio
|
Serviços
|
Extração
vegetal e mineral
|
Indústria
|
XVIII
|
Provavelmente: Plantações de feijão, milho cana-de-açúcar, inhame,
batata-doce, mandioca
|
Provavelmente: Criação porcos.
|
Frango
|
Ferreiros, tabernas
|
Sem informação.
|
Sem informação.
|
Provavelmente: engenho de cana, moinhos, de farinha, fubá
|
1836
|
Sem informação.
|
Sem informação.
|
Sem informação.
|
Casas de negócios
|
Sem informação.
|
Sem informação.
|
Engenhos de açúcar
|
Segunda metade do século XIX
|
Cana-de-açúcar, café, arroz, feijão, milho, mamona
para produção de óleo,
|
Porcos, gado leiteiro e para corte, cavalos,
carneiros.
|
Sem informação.
|
Casas de negócio, um boticário.
|
Sem informação.
|
Sem informação.
|
Engenhos de açúcar, moinhos, fábrica de manteiga,
tecidos de lã e algodão, produção de óleo, mel.
|
Década de 1900
|
Cana-de-açúcar, Café
|
Gado bovino, porcos
|
-
|
-
|
-
|
-
|
Engenhos de açúcar,
fábrica de manteiga.
|
Década de 1910
|
Cana-de-açúcar, café, arroz.
|
Gado bovino
|
-
|
Uma farmácia, 18 estabelecimentos de negócios
|
Agência de correios, delegacia, biblioteca, duas
escolas públicas um escrivão de paz,
|
-
|
Engenhos de açúcar
(vinte seis em 1913),
Mel.
|
Década de 1940
|
-
|
Gado leiteiro, Porcos
|
Galináceos
poedeiras
|
-
|
Agência de correios, delegacia, biblioteca, escolas públicas
|
-
|
Queijo, aguardente.
|
Década de 1970
|
Milho, cana-de-açúcar, arroz, café, feijão
|
Gado leiteiro e de corte
|
-
|
12 comércios
|
Correios, delegacia, biblioteca, escolas públicas
|
-
|
Uma indústria
|
Década de 1980
|
Cana-de-açúcar, café.
|
Gado leiteiro e de corte
|
-
|
-
|
Correios, delegacia, biblioteca, escolas públicas.
|
-
|
Uma indústria
|
2000
|
Existência de 15 fazendas coloniais.
Milho, feijão, cana-de-açúcar, arroz, café, banana,
batata -inglesa
|
Gado de corte e leiteiro, equinos, muares, suínos.
|
Galináceos
|
Um hotel fazenda
uma farmácia, dois supermercados, duas
padarias, dois açougues.
|
Bancos, delegacia,
biblioteca, agência de correios,
escolas de ensino fundamental,
pré-escolar, uma de ensino médio.
|
-
|
Sete indústrias de transformação e duas de construção.
|
2003
|
Arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho, café, laranja,
batata-inglesa.
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, muares, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
Um hotel
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
|
Turismo
|
Século/Década
/Ano
|
Agricultura
|
Bovinos,
suínos, outros
|
Aves
|
Comércio
|
Serviços
|
Extração
vegetal e mineral
|
Indústria
|
2004
|
Arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho, café, laranja.
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, muares, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
-
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
|
Produção de mel.
Turismo
|
2005
|
Café, laranja, arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho,
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
-
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
|
Produção de mel.
Turismo
|
2006
|
Café, laranja, arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho,
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
-
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
|
Produção de mel.
Turismo
|
2007
|
Arroz, feijão, milho em maior quantidade, café,
laranja.
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
-
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
|
Produção de mel
Turismo
|
2008
|
Café, laranja, arroz, cana-de açúcar, feijão, milho,
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
-
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
|
Produção de mel.
Turismo
|
2009
|
Café, laranja, arroz, cana-de açúcar, feijão, milho,
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
-
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
|
Produção de mel.
Turismo
|
2010
|
Café, laranja, arroz, cana-de açúcar, feijão, milho,
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
-
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.
|
Produção de mel.
Turismo
|
2011
|
Café, laranja, arroz, cana-de açúcar, feijão, milho,
|
Gado de corte e leiteiro, suínos, equinos.
|
Galináceos
Ovos
|
-
|
-
|
Madeira, lenha e toras.
Produção de carvão vegetal.[54]
|
Produção de mel.
Turismo
|
2013
|
Milho e cana-de-açúcar.
Em menor quantidade: banana, batata-inglesa, arroz e
feijão, etc.
|
Gado de corte e leiteiro,
|
Galináceos,
e ovos
|
Três hotéis fazendas, duas pousadas urbanas,
Uma farmácia, quatro mercados,
duas padarias, dois açougues.
bares e restaurantes.
|
Museu de Tecnologia Rural
Bancos, delegacia,
biblioteca, agência de correios, sete escolas de ensino fundamental, duas de
pré-escolar, uma de ensino médio.
|
Fabricação de Cachaça, Indústria de laticínios (duas
unidades com produção considerável em Joselândia).
Uma unidade no distrito sede, com produção mais
modesta.
A Cervejaria artesanal Loba.
Turismo.
|
“Para mim, minha terra está sempre aí,
esperando-me e é parte de mim, bem no fundo do meu ser; é tão minha como meus braços e pernas.” (Robert Coles
Proprietário rural Norte-Americano. Boston: Little, Brown, 1971).
[1] Segundo manuscrito no
passeio da praça, o jardim da praça foi construído em 1/06 de 1966 pelo
prefeito Antônio Nogueira de Oliveira.
[2] SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento, 2003.
p. 32.
[3] Paróquia de Santana.
Arquidiocese de Mariana. Santana dos montes. Programa Oficial das Comemorações
dia 06 de outubro de 1974 – sob a presidência do Exmo. Sr. Arcebispo
Metropolitano , Dom Oscar de oliveira. 1974, s/n. o Padre Walter Coimbra de
Resende foi empossado em
[4] aLMANAQUE de Minas 1864. Ouro Preto: s/e, 1864. p. 102.
[5] A fazenda Paciência e Bom Retiro foram incorporadas ao
distrito de Morro de Chapéu, pela Lei n.º 512 de 3 de julho de 1850. Pertencia
a essa época a Joaquim Lourenço Baeta Neves.
[6] O nome original era fazenda Caatinga
[7] O Conselho Municipal do
Patrimônio Cultural de Santana dos Montes tombou em 2003, as fazendas Caititu,
Tanque, Paciência, e São Pedro.
[8] TRINDADE, 1945, p. 208.
[9] No século XX, em data
imprecisa, a igreja antiga foi demolida dando lugar a atual.(Ficha de
Inventário N.º116, mar.2006, p.41).
[10] Inaugurada
em quinze (15) de dezembro
de 1883.
[11] SENNA, 1913, p.709.
[12] O estilo eclético em
arquitetura é uma mistura de estilos
arquitetônicos dando origem a uma nova arquitetura. O ecletimos surgiu nas
décadas finais do século XIX. No Brasil, teve seu principal momento nas
primeiras décadas do século XX.
[13]O estilo art déco surgiu internacionalmente por
volta de 1925 e teria prevalecido até o anod de 1939. No Brasil o estilo ainda
perdurou durante os primeiros anos da década de 1940.
[14] No governo do Dr. Antônio Carlos de Andrada. O prédio
sofreu reformas nos governos do prefeito municipal José Pereira Dutra – 1967 a
1971 e em 1979. Entre os anos 2004/ 2006 passou por novas obras realizadas pelo
governo do Estado. Atualmente Escola
Estadual Dr. João Nogueira, oferece além do ensino fundamental cursos de 2º
grau com aproximadamente 400 alunos.
[15] Livro
de receitas e despesas da Fábrica da Matriz (manuscrito) Arquivo da Paróquia de
Santana. Santana dos Montes: 1888-1919. Fl.26.
[16] O
primeiro proprietário da usina foi Daniel Teixeira e o último –em 1974 – Edson
Amaro. (Museu e Arquivo Antônio Perdigão. Conselheiro Lafaiete. Pasta de
Santana dos Montes n.º37 I).
[17] SANTANA DOS MONTES. Dossiê de Tombamento, 2003, p.24.
[18] Importante relatar que o
Padre José Lopes Magalhães realizou algumas reformas na Igreja Matriz durante o
período que esteve sobre o seu comando: em junho de 1937, “renovou-se o
assoalho da capela do santíssimo que estava completamente comido pelos cupins”.
Em fevereiro de 1939, realizou reformas no telhado. (ARQUIVOS
da Paróquia de Santana. Santana dos Montes. Livro
do Tombo de Santa Anna do Morro do Chapéu, junho de 1937: 1936-2013. fl 17v e 37v.)
[19] Nesse
ano de 1943, santana dos Montes possuía
os seguintes logradouros públicos: O Largo da Matriz, a Rua de cima, a Rua Dr.
Campolina, A Rua Treze de Maio, a Rua da Vargem, a Ladeira da Calçada, a
Estrada do Barro Branco e a Estrada do Fernandes. (Departamento Estadual de
Estatística – Primeira Divisão, Belo Horizonte, 31 de dezembro de 1943).
[20] Essas
pontes são de concreto atualmente.
[21] São José do Carrapicho
teve o nome mudado par Joselândia pela Lei n.º 1039 de 12 de dezembro de 1953.
[22] governo do Estado de Minas Gerais. Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral.
Superintendência de Estatística e Informações – Sistema Estadual de
Planejamento.1977. Não foi especificado que tipo de indústria existia.
[23] IBGE. Disponível na internet:
http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?codmun=315910
. Acessado em 16 de maio de 2013.
[24] disponível
na internet: http://cidadesnet.com/municipios/santanadosmontes.htm#atividadeseconomicas . Acessado em 03 de abril
de 2013.
[25] Sinopse Preliminar do Censo demográfico
2000.
Disponível na Internet em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/sinopse_preliminar/Censo2000sinopse.pdf
. Acessado em 19 de fevereiro de 2013.
[26] Informações
sobre a população estimada dos anos 2005,2006,2008 e 2009 disponível na
internet em http://www.oim.tmunicipal.org.br/abre_documento.cfm?arquivo=_repositorio/_oim/_documentos/2d9ddba3-cb68-f94e-42ba0273ad1bcbe918082009100643.pdf&i=745
. Acessado em 19 de fevereiro de 2013.
[27] Museu e Arquivo Antônio Perdigão.
Pasta Santana dos Montes n.º 37 I.
[28] Inventário de Proteção do Acervo
Cultural de Santana dos Montes. Ficha de Inventário da Fazenda Antônio Quirino.
Março/abril de 2001.
[29] SANTANA, Dossiê de Tombamento,
2003, p. 32,33.
[30] SANTANA DOS MONTES, Dossiê de tombamento, 2003,v.1 p.43.
[31] Essa
denominação foi conferida pela Lei Municipal n.º 7 de 19 de outubro de 1970.
[32] A rua Joaquim Nogueira foi
criada pela Lei Municipal n.º 9 de 19 de outubro de 1970.
[33] Antiga
Praça Duque de Caxias. O nome atual foi criado por lei municipal n.º 79 de 09
de novembro de 2001.
[34] Durante o comando da Igreja
de Santana pelo Padre José Lopes Magalhães, a Folia
de Reis chegou a ser proibida de sair:
“Apesar de haver prohibido a sahida de Folias de Reis o Sr. Antônio Pedro,
rezador desta Parochia, desobedeceo, despresando mesmo a ordem do Vigário. Este
homem, apesar de velho, gosta ainda de divertimentos ruidosos e exerce muita
ascendência no lugar, não obstante seu estado de pessoa simples e pobre.”(ARQUIVOS da Paróquia de Santana.
Santana dos Montes. Livro
do Tombo de Santa Anna do Morro do Chapéu, fevereiro de 1939: 1936-2013. Fl. 35). O grupo atual de Folia
de Reis existe desde 1996. (Jornal Santana Hoje, janeiro de 2006. N.º 51 pág.
04).
[35] São
quatro blocos tradicionais a animarem o Carnaval de Santana dos Montes:
Santanense, Aliado, Família Congonheiros e Repica.
[36] Preparação
com três dias de oração para uma festa católica.
[37]Benzedores importantes
localizados em 2008: Maria Joana Ferreira,
Antônio Luiz Damaceno, Antônio Miguel Filho e Osvaldo Alcino de Paulo.
[38] A aula inaugural da escola de
violeiros ocorreu no dia 1 de maio de 2006. ( Jornal Santana Hoje, maio de 2006,
n.º 55, pág. 02).
[39] Destaca-se
o escultor Zé Arruda, que esculpe e molda peças em pedra sabão, e madeira.
Desde 2004 o município vem dando apoio aos artesãos locais na promoção de seus
trabalhos.
[40] Marco
Alajmo é coordenador de Projetos de Desenvolvimento Rural da União Europeia.
Sua coleção foi montada ao longo de 25 anos de viagens pelas Américas. Existe a
ideia de se criar a partir do Museu de Tecnologia Rural, um Museu de Território
com diversas unidades para visitação.
[41] O
município elaborou um Plano de Inventário em 2000 conforme metodologia definida
pelo IEPHA/MG.
[42] A Fazenda São Pedro teria
surgido em 1720 construída pelo Coronel Manuel André. Em 2002 pertencia aà
família de Virgílio Benjamin Teixeira. (Nova Gazeta N.º 213 de 26 de junho à 5 de julho de 2002).
[43] O município tem os seguintes
bens tombados: Igreja Matriz de Santana, Fazenda do Antônio Quirino, Fazenda
Caititu, Fazenda São Pedro, Fazenda Paciência, Fazenda do Tanque, Fazenda da
Posse, Fazenda Fonte Limpa, o Núcleo Histórico Urbano e a imagem de Santana
Mestra.
[44] Edificação construída por volta de 1830, por Joaquim
de Barros, casado com Cândida Eufrásia de Araújo, herdeira da Fazenda Guarará e
filha de um dos primeiros povoadores de Santana dos Montes, o Capitão Francisco
de Araújo.
[45]O trabalho de reforma do monumento foi feito pela
EMATER-MG tendo como responsável técnico o Engenheiro Agrónomo Luiz Carlos de
Araújo. (Jornal Santana Hoje, janeiro de 2004. N.º 36. Pág. 03).
[46] Em 2005 foi inaugurada a nova iluminação do adro da igreja
matriz de Santana com seis postes e luminárias fabricadas por Roberto de Noro,
de Joselândia. A Obra custou à Prefeitura Municipal R$ 1.900,00 (Um mil e
novecentos reais). (Jornal Santana Hoje, julho de 2005. N.º 46. pág. 03).
Paralelamente
foram realizadas obras de restauro da igreja Matriz: Limpeza do telhado e
remoção de goteiras, substituição da janela frontal, colocação de extintores,
colocação de grades no adro, troca de todos os disjuntores elétricos, colocação
de tubulação do sistema Condulete em todos os circuitos aparentes de iluminação
no altar-mor, colocação de tomadas no coro, luminárias do altar-mor, colocação
de pedra sabão em todo o adro em substituição do cimento, pintura da fachada e
dos muros do adro, abertura de um portão lateral de acesso ao Salão
Comunitário. O recurso para a restauração veio do ICMS Patrimônio Cultural via
Fundo Municipal do Patrimônio Cultural (Jornal Santana hoje, junho de 2004. N.º
41. Pág. 03).
[47] SANTANA DOS MONTES, IPAC – Ficha de Inventário n.º
123 de março de 2006, p. 48/49.
[48] SANTANA DOS MONTES, IPAC – Ficha de Inventário n.º 141 de março de 2007, p.
61/62.
[49] SANTANA DOS MONTES, IPAC – Ficha de Inventário n.º 51 de março de 2008, p.
65/66.
[50] a MG 0405 que liga Santana
dos Montes à BR 040 foi asfaltada a partir da autorização para as obras
assinadas pelo então Secretário de Obras Públicas do Estado, Dr. Agostinho
Patrus e pelo prefeito Vicente de Paulo Souza Nunes em 11 de agosto de 2005
.(Jornal Santana Hoje, Agosto de 2005. N.º 47. Pág. 01.
[51] Em 2003 o município possuía
7000 cabeças de bovinos, 470 equinos, 9400 galináceos, 70 muares e 1000 suínos.
Fonte: disponível na Internet: http://cidadesnet.com/municipios/santanadosmontes.htm#AtividadesEconomicas
. Acessado em 03 de abril de 2013. Em 2005
o município de Santana dos Montes possuía 980 suinos, 420 equinos, 75 muares,
2200 galináceos e produzia 2900 litros de leite. Possuía uma indústria
extrativista, 7 indústrias de transformação e duas de construção.Disponível na
internet: http://www.uniregistro.com.br/cidades-do-brasil/minasgerais/santanadosmontes/ . Acessado em 03 de
abril de 2013.
[52] Após
reforma, o antigo prédio da Câmara Municipal passou a sediar o banco postal do Bradesco inaugurado em 6 de julho de 2007 .
[53]Funciona como hotéis
fazendas a fazenda Santa Marina, a Fazenda Fonte Limpa e a Fazenda do Tanque. Até
o final do ano de 2013, entrarão em funcionamento como pousada as fazendas da
Chácara, e Paciência.
[54] IBGE. Disponível na Internet: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?codmun=315910
Acessado em 16 de maio de 2013.
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