CHOVENDO NO MOLHADO:
É necessário pensar a proteção do patrimônio cultural, não como um objetivo em si mesmo, mas como uma prioridade de sobrevivência e continuidade de um povo.
E isso tem que ser decidido não por um grupo de "iluminados" detentores de diplomas e títulos.
E sim pelo povo...Pelas várias comunidades produtoras de culturas e seus produtos: os bens culturais - materiais e imateriais.
O reconhecimento legal a um bem cultural não é garantia de sua continuidade.
Somente a legitimação deste bem cultural pelo seu grupo criador/recriador é que realmente o fará continuar pela eternidade possível.
Somente o seu reconhecimento, utilização, recriação, lhe dará o devido respeito e legitimidade enquanto objeto de lembrar e depositário da identidade de uma comunidade... Caixa de sua memória e autoestima.
Por isso repito: não adianta declarar um bem como patrimônio legal de um povo sem a devida concordância, participação e colaboração deste povo.
Não adianta tombar/Registrar um bem cultural se não houver um comprometimento compartilhado do órgão tombador e das comunidades envolvidas, em seu cuidado diário, em sua conservação, utilização, recriação, promoção e divulgação...
Enfim: Educação Patrimonial constante, permanente desde o início do processo de proteção e para todo o sempre.
(Carlos Henrique Rangel).
Obs.: Chover no molhado é preciso para ver se em algum lugar um órgão de proteção (ou seria de pretensão?) resolva fazer o que é certo e parar de apagar incêndios, empurrar com a barriga ou chegar tarde demais.
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