O
HOMEM E A PRODUÇÃO CULTURAL:
“A
permanência de um grupo depende da sua cultura, que por sua vez, depende do
lugar. Depende da memória de grupo e dos suportes da memória: os
lugares que falam. Essa
produção cultural de um grupo é uma herança compartilhada. Podemos herdar os
bens culturais, mas não herdamos a sua compreensão. Para compreender é preciso
aprender, conhecer, vivenciar, apreciar. Aquilo que eu compreendo e conheço, eu
respeito.
Onde
tem gente tem cultura transplantada, recriada, reconstruída, adaptada, inovada
e novamente criada.
Onde
tem cultura tem bens culturais: materiais e imateriais produzidos pelo Homem
para viver e sobreviver no mundo que o cerca. Então, todo lugar de Homem... De
muitos Homens produz cultura. E cada ser humano carrega em si esse seu mundo e
sua cultura e é direta e indiretamente transmissor, reprodutor, inovador e
criador de cultura.
O que
o Homem é está no passado, no presente e nos espaços que o rodeiam.
O
Homem é influenciado pelos lugares e pelos outros seres humanos.
O que
ele é aprendeu e construiu com os outros e guarda em sua memória e em suportes.
É por isso que o Homem guarda coisas. As coisas falam. Fazem com que se lembre
do que aconteceu no passado e que precisa para continuar.
Alguns
“bens”, falam só para um indivíduo ou para a sua família. Falam de coisas que
vivenciou e de coisas e seres que quer lembrar.
Há
outros bens que falam para o grupo/comunidade/nação e transmitem o conhecimento
que necessitam para que possam sobreviver com dignidade e autoestima.
Esses
são os “bens culturais”, produtos do processo cultural de um grupo e que são
importantes não por serem históricos artísticos ou arquitetonicamente únicos,
mas por que são essencialmente suportes da memória do Homem. O valor de um bem
cultural está nessa capacidade de “falar” ao grupo tanto coletivamente como
individualmente. Está impregnado de lembranças e dá sentido ao grupo e o
diferencia de um outro.
Esse bem só terá sentido para um
grupo se for um suporte vivo de lembranças, vivências e significados.
Esse bem precisa estar vivo no cotidiano
do grupo para realmente falar a esse grupo.
( Carlos Henrique Rangel, Fevereiro de 2018).
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