" O nexo entre arqueologia e arquitetura não pode ser, para a proteção do patrimônio arquitetônico e arqueológico, relegado à persistência instrumental de uma função ou de um uso, porque os valores que estes encerram transcendem os significados e os objetivos para os quais foram realizados.Para se convencer, basta pensar nas infinitas vezes nas quais qualquer um de nós, apenas nos encontrando na presença de uma obra datada, atribuível à cultura de um determinado período, reconheceu tratar-se de uma obra atemporal. Os locais, portanto, caracterizam-se pelas etapas do tempo e as obras carregam os sinais da cultura dos tempos. A compreensão do contexto espaço-temporal é pesquisa iniludível para a leitura daquele termômetro cultural que é a estratificação subjacente em ocorrências construtivas de intensidade variável.
A construção é realizada com materiais que provêm de uma condição da natureza ou de uma condição derivada da arquitetura; haja vista o saque aos monumentos para utilizar os materiais, destinando-os a outra construção. O material na configuração construtiva prefigurada, desobriga à utilidade, à solidez, à beleza."
(...)
Fonte: Mauro Civita - Ética e Técnica no Restauro Arquitetônico - 4 de dezembro 1996. Anais do Seminário Internacional Preservação: a ética das intervenções. - Dezembro de 1996. pág.36,37.
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