JOSÉ E O CASARÃO
Autor: Carlos Henrique Rangel
José era um operário destes que fazem
casas.
Que destroem casas.
Erguem edifícios onde havia casas.
Neste dia José não estava fazendo nem
construindo edifícios.
Junto com outros operários estava
demolindo uma grande e antiga casa.
Neste dia trabalhou muito, derrubando
paredes com sua marreta, quebrando tijolos, destruindo pinturas.
Quando o dia terminou, sentou cansado
em um degrau de escada.
Seus amigos foram embora, mas ele ficou
mais um pouco olhando o trabalho feito. Adiantado, mas ainda não terminado.
Foi então que ouviu uma voz.
Voz rouca, quase distante.
-
José...
-
Quem está me chamando? Quem está aí? –
Perguntou José se levantando.
-
Sou eu José – disse a voz.
-
Quem? Se mostre, por favor... – Pediu
José assustado.
-
Já estou me mostrando, estou em toda
parte – Disse a voz.
-
Não entendo... Que brincadeira é essa?
– Perguntou José preocupado.
-
Não é nenhuma brincadeira, José. Sou
eu, a casa que você destrói.- Disse a voz.
-
A casa? – Espantou José.
-
Sim, a casa.
-
Mas casas não falam – Respondeu José.
-
Casas falam e sentem José...
-
Devo estar sonhando...
-
Não José, você não esta sonhando. Te vi
aqui sozinho e achei que podia conversar com você.
-
O que quer de mim? – Perguntou o
operário tremendo.
-
Apenas conversar... Apenas falar...
Apenas lamentar...
-
Lamentar?
-
É... Eu sofro sabia? Sofro por deixar
esta terra que eu ví crescer.
-
Não sabia que as casas sentiam... –
Exclamou José.
-
As casas sentem sim. E têm memória
também. – Disse a voz.
-
Memória?
-
É, me lembro ainda do primeiro tijolo
que fui, da casa que me tornei... O belo casal que abriguei... Marina nasceu no
quarto lá em cima. Depois veio Manuel... Manuel cresceu e se casou. Veio morar
em mim. Marina também se casou mas não ficou. Foi para longe... Vinha de vez em
quando... Quando os pais morreram parou de vir...
Foi Manuel que me mandou pintar com os barrados coloridos de
frutas. Sua mulher me trocou os vidros por estes que você ajudou a quebrar...
-
Desculpa – Pediu José.
-
É ... Ao meu redor a cidade ia
mudando...Crescendo, se povoando... Os carros puxados a cavalo foram
substituídos pelos carros a motor... Manuel comprou um ford... Um dia a mulher
do Manuel faleceu e ele ficou só com os filhos.
-
Coitado... – Lamentou José.
-
Marcos, Maria e Fernanda brincavam
muito descendo e subindo estas escadas... Rabiscavam-me com seus lápis, me
derramavam tinta... Manuel ficava com raiva e me consertava. Eu não ligava...
Até gostava...
-
Quietinha em meu lugar ouvia falar
de guerras e rumores de guerras...Uma doença que matou muita gente... Gripe
Espanhola...Manuel reformou o banheiro... Ficou lindo...
-
O que aconteceu depois? – Perguntou
José.
-
Manuel ficou velho, os meninos
cresceram, estudaram, casaram, mudaram... Quase não vinham mais... Eu e Manuel
assistíamos as mudanças...As modas indo e vindo... O som do rádio, depois a
televisão... Os prédios substituindo as casas amigas da vizinhança... Barulho,
muito barulho... Aí Manuel morreu... Fiquei só de vez.
-
Os meninos não vieram ficar com você? –
Perguntou José com os olhos cheios de lágrimas.
-
Ninguém me quis...Fiquei fechada um tempo...Os vidros sendo quebrados por
meninos...Doía... A solidão doía mais...
De vez em quando um mendigo dormindo na varanda... O fogo
de sua fogueira queimando as paredes...
Depois...Venderam-me, me esqueceram e aqui estou
sendo demolida por vocês...
-
Mas que injustiça – Disse José.
-
É a vida José... – Disse a casa com sua
voz fraquinha.
-
Mas toda esta história... Tudo será destruído
com você... – Exclamou José.
-
Infelizmente é assim... Mas estou
aliviada, pelo menos uma pessoa sabe.
-
Em tantos anos destruindo e construindo
casas, nunca havia pensado que as casas pudessem ter vida.
-
Elas têm. Vidas impregnadas das vidas
dos que a fizeram e habitaram. Nas paredes, nos lustres, no ranger de cada
porta, um pouco dos habitantes permanece. A alma de um tempo, de vários
tempos... Seus amores, suas dores, seus modos de viver e ver o mundo... Somos
vivas porque abrigamos vidas... Muito mais que isto, abrigamos memórias...
José ficou pensativo.
-
É noite José, eu já não tenho mais luz
para te iluminar. Vá
para sua casa e pense em tudo que te contei. Amanhã eu
sei, não estarei mais aqui.
José não disse nada. Pegou sua mochila
e saiu da casa em ruínas.
Amanhã ele não voltaria.
FIM
2 - A CIDADE DO SONHO
Autor: Carlos Henrique Rangel
Em uma cidade não muito distante, havia um
homem que era muito rico, dono de muitas casas e lojas chamado Luciano. Um dia
Luciano resolveu demolir uma velha casa que ficava no centro da cidade.
-
Uma
cidade precisa crescer... E para crescer é preciso fazer coisas novas e
modernas. O futuro é o concreto e os arranha-céus. Cidade progressista é aquela
que tem grandes edifícios de concreto. Progresso, progresso, é disto que
precisamos, uma cidade que acompanha o seu tempo...Por isso vou demolir esta
velha casa e construir um lindo prédio. Nossa cidade não pode parar no tempo.
Temos que acompanhar o progresso do mundo... – Dizia a todos o senhor Luciano
com orgulho.
Muitas pessoas não se importaram. Alguns
garotos e velhos não gostaram.
-
É
um absurdo o que o Senhor Luciano vai fazer. Ele não pode demolir o casarão. –
Disse o menino Gabriel.
-
Bobagem
existem tantos... Um não vai fazer falta...- Falou um homem.
-
Vai
sim... É assim que começa, primeiro derrubam um, depois outro... Uma casa ali
outra acolá... E ai lá se vai a nossa memória... – Rebateu o velho senhor Juca.
-
Deixem
que ele faça o que quiser, a casa é dele... – Disse uma moça.
- Não acho isto certo, com a destruição do
casarão toda a cidade perde... – Falou o menino Gabriel.
-
Isto
mesmo, temos que defender a nossa cidade. Se nós que moramos aqui não fizermos
nada, ninguém mais fará. – Disse Pedro, o dono do cinema local.
-
Vocês
deviam é cuidar das suas vidas, deixem o homem fazer o que quiser. – Falou
novamente a moça.
- Isto não está certo... Ele não tem o
direito de destruir parte da história de nossa cidade...
-
Tudo
bem, mas o que vamos fazer?... O que podemos fazer? – Perguntou o senhor Juca.
- Não há nada a fazer... A não ser que vocês
tenham muito dinheiro para comprar o casarão... – Disse um homem rindo.
-
Vamos
falar com o Senhor Luciano, quem sabe conseguimos convencê-lo. – Falou Gabriel.
-
Boa
idéia menino. Vamos lá na mansão falar com o Senhor Luciano, tenho certeza que
ele vai mudar de idéia.
-
Isto
mesmo temos que defender a nossa cidade. Se nós que moramos aqui não fizermos
nada, ninguém mais fará.... Estranho, acho que alguém já disse isto...
Montaram uma comissão e foram até a mansão
do homem rico, pedir para que não destruísse a casa.
- Quanta gente, a que devo a honra desta
visita? – Perguntou Luciano.
-
Senhor Luciano, Estamos aqui para pedir que em nome da história de nossa
cidade não destrua o casarão... – Disse Gabriel.
-
Por
que não? Ele é muito velho, já deu o que tinha que dar...
-
Por
isto mesmo. Por que é uma casa do tempo em que a cidade nasceu.
-
Quantas
coisas aconteceram ali... Alegrias e tristezas. Festas, aniversários...
Velórios... – falou o velho senhor Juca.
- Daquelas janelas, quantos olhares viram o
tempo passar, a vida passar... – Lamentou outro velho.
-
Lembro
da Mariazinha sua avó, linda e faceira na janela sorrindo para todos que
passavam...Os homens passavam devagar olhando apaixonados... – Continuou o
velho senhor Juca.
-
Era
linda... Olhos brilhantes, lábios
vermelhos como morangos... Dançávamos no grande salão nas festas de
aniversários... A banda tocava lindas canções de amor e Mariazinha flutuava...
Namorei ela, lembra?
-
Sim, mas foi o avô do Senhor Luciano que casou com ela...
-
Chega
de falar em minha avó que já morreu há muito tempo... A casa está abandonada agora... Ninguém mais vive lá... O
que passou, passou... – Gritou Luciano com raiva.
-
Pode
ser usada. Nossa cidade precisa de uma Biblioteca Pública.
-
Uma
casa de cultura. – Disse um menino.
-
Porque
não um museu!? Nossa cidade não tem museu...
-
Chega!
Que engraçado, vocês falam da casa como se fosse de todo mundo...Já decidi, vou
construir no lugar um prédio enorme, cheio de lojas. E vocês... Saiam da minha
casa, me deixem em paz. – Falou Luciano nervoso.
-
Mas
Senhor Luciano...
- Chega de mas... O casarão é meu e faço o
que quiser... No futuro vocês vão me agradecer...
O grupo foi embora triste por não ter
conseguido convencer o homem rico.
-
Que
atrevimento deste povo vir aqui na minha casa e me dizer o que eu devo fazer
com o casarão... Ora bolas, Biblioteca... Vejam só...
Luciano então fechou a porta de sua casa e
foi deitar no sofá da sala ainda com raiva.
E dormiu. E sonhou. Sonhou que estava numa
rua barulhenta, cheia de carros, onde quase não se via o Sol por causa dos
prédios.
Luciano andava pela rua em meio a multidão
nervosa. Havia muita gente. Gente triste e suada por causa do calor que fazia.
Luciano olhava para um lado e para o outro e não via uma árvore. Os prédios
pareciam iguais. As pessoas pareciam iguais. Caminhou então pela rua até chegar
em uma praça. Uma praça sem árvores, com uma igreja enorme de concreto.
Luciano a achou feia. Sentou em um banco da
praça e ficou vendo todo aquele barulho, sentindo muito calor e muita saudade
de sua cidade.
-
Que
cidade é essa? Que lugar triste e feio. Onde será que estou? – Lamentou sem
entender nada.
Resolveu saber perguntando a alguém: Um
menino que passava.
-
Ei
menino, que cidade é essa?
O
menino riu.
-
Ora
senhor Luciano, não reconhece? Essa é a sua cidade.
-
Minha
cidade? Mas onde estão os casarões? Onde está a Matriz? E a praça?
-
Os
casarões foram demolidos, eram muito velhos. A Matriz, ora, o Padre quis uma
igreja maior.
-
E
a praça? Onde está aquela bela praça cheia de árvores?
-
Está
aí, não esta vendo?
-
Mas
não pode ser... Onde está a casa do Manuel, meu amigo? E a casa da Dona
Cotinha...? Onde está a padaria do seu Juca? E o cinema, onde eu costumava ir
ver os filmes de aventuras...?
Luciano não conseguia entender. Aquela não
parecia a sua cidade.
Não havia mais nada que lembrasse o seu
passado.
- Ei você, O que aconteceu com o cinema? –
Perguntou a um transeunte.
-
Ah...
Aquele monstrengo? Foi demolido, Ninguém mais ia assistir filmes lá.
-
Mas
era tão bonito... E a padaria do seu Juca, o que aconteceu com ela?
-
Ora
seu Luciano, Todo mundo agora compra pão na padaria moderna lá do Supermercado.
-
Eu
não entendo mais nada... Onde será que está a minha mansão... Ficava aqui nesta
rua...
Saiu andando procurando a sua mansão. Não
encontrou.
Em seu lugar havia um feio edifício de vinte
andares.
-
Nossa
Senhora, cadê a minha casa? Quem foi o atrevido que construiu este prédio aqui?
Saiu caminhando triste pela avenida
Principal. Barulhenta e cheia de placas, não lembrava em nada a avenida que
conhecia, cheia de árvores e casarões coloridos.
Chegou finalmente enfrente a um velho prédio
que estava sendo demolido.
-
O
que está acontecendo?
-
Estamos
demolindo este prédio. Foi o primeiro da cidade, mas agora não serve mais, vão
construir um prédio mais moderno em seu lugar.
-
O
primeiro?
-
É,
não se lembra Senhor Luciano? O senhor demoliu o casarão que existia aqui e
construiu este prédio.
-
Eu?
– Perguntou espantado Luciano.
-
Sim
Senhor. Depois deste vieram os outros.
-
O
padre gostou da idéia e demoliu a velha igreja...
-
O
prefeito achou que as árvores da praça e da avenida escureciam a cidade e
mandou cortar...
-
Ficou
melhor não acha?
-
Não,
não acho... Faz um calor danado aqui... Não tem sombra, nem canto dos
pássaros... O povo parece triste e apressado... Os prédios são feios e
iguais... Não sobrou nenhum casarão?
-
Claro
que não. Nossa cidade é moderna. – Disse o homem.
-
E
ser moderno é isso? Não reconhecer mais nada na nossa cidade? É ficar perdido
como se estivéssemos em terra estranha?
Luciano começou a chorar... E foi chorando
que acordou. Levantou depressa e correu para a janela. Lá fora a cidade
brilhava com seus velhos casarões coloridos. A torre da igreja despontava alta
e pássaros cantavam nas árvores da avenida. Luciano limpou o suor da testa
aliviado e correu para o casarão. Aquele que ele queria demolir e os velhos e
garotos queriam salvar.
Luciano chegou a tempo de impedir a sua
demolição.
-
Parem
os trabalhos. – Gritou com toda sua força.
-
O
senhor não vai mais demolir o casarão? – Perguntou um operário.
-
Não.
Este casarão faz parte da nossa história. Vamos transformá-lo em uma
biblioteca, ou quem sabe em um museu. O certo é que não será mais demolido e
voltará a fazer parte da vida de nossa cidade.
-
E
o progresso?
-
Preservar
nosso passado também é progresso. Os nossos casarões, sobrados, casas simples,
nossas igrejas... Cheios de suor, lágrimas, alegrias, vivências, esperanças e
fé do povo é que diferenciam a nossa cidade das outras. Nossas praças e ruas
estão impregnadas das vidas de nossos bisavôs, avós e pais e merecem respeito.
Nossas festas são as nossas festas... Diferentes das festas das outras cidades
vizinhas. Progresso não é viver em uma
cidade sem rosto igual a tantas outras. Progresso é conciliar o velho e o novo,
as manifestações tradicionais com as novas tecnologias. Os prédios novos podem
ser construídos em outro lugar fora do centro da cidade, sem afetar o nosso
passado.
-
Isto
mesmo Senhor Luciano. Preservar é crescer com identidade... – Gritou um menino
todo alegre.
- É continuar com
dignidade... – Falou o Senhor Juca.
- Viva o Senhor
Luciano! – Gritou um outro senhor.
-
Viva ! – Gritaram todos.
E assim, gritando vivas o grupo de
preservacionistas, operários e o Senhor Luciano se abraçaram felizes. Alguém
trouxe um pandeiro, outros um tambor, uma cuíca e uma viola.
Toda a avenida Principal virou uma grande
festa.
FIM
3 - UMA ANTIGA BRINCADEIRA
Autor: Carlos Henrique Rangel
Uma
vez por semana José e seus amigos se encontravam na praça.
Andavam
de bicicleta, patins ou às vezes jogavam bola.
Neste
dia deram muitas voltas de bicicleta pelos canteiros, mas ao contrário dos
outros dias, José não achou divertido.
Parou
de andar e esperou os amigos.
-
Jorge! Júlio! Pedro! – Gritou.
-
O que foi José? Porque você parou de
andar? – Perguntaram.
-
Está chato andar de bicicleta, vamos
brincar de outra coisa... – disse José.
-
Mas brincar de que? – Perguntou Pedro.
-
De bola? – Perguntou Jorge.
-
Patins...? – gritou Júlio.
-
Não gente, isto agente faz sempre.
Vamos brincar de outra coisa.
-
Mas de que? – Perguntaram todos.
O Seu
Manuel, o pipoqueiro da praça, que ouvia a conversa resolveu ajudar.
-
Posso dar uma sugestão? – Perguntou
ele.
-
Ora Seu Manuel, o que o senhor entende
de brincadeiras?
-
Perguntou José.
-
Já fui criança também.
-
Mas foi há muito tempo. – Disse Pedro
rindo.
-
Criança é sempre criança, não importa o
tempo. – Respondeu o Seu Manuel.
-
De que o senhor brincava no seu tempo?
– Perguntou Jorge.
-
Brincava de muitas coisas: ”Pegador de
Lata”, “Rouba Bandeira”, de “Artista”...
-
Pegador de Lata? – Perguntou Jorge.
-
Rouba Bandeira? – Estranhou José.
-
Artista? – Exclamou Pedro.
-
É, estas e outras brincadeiras, todas
divertidas. – Disse o Pipoqueiro.
-
Tá bom Seu Manuel, ensina para gente
então uma destas brincadeiras. – Pediu José.
-
Está bem, hoje vou ensinar a brincar de
“Pegador de Lata”... Primeiro para se brincar de “Pegador de Lata” é preciso
uma lata.
-
Ai, ai, não temos nenhuma lata. – Disse
Pedro.
-
Serve um tênis? – Perguntou Júlio.
-
Serve – Respondeu o Seu Manuel rindo.
-
E depois?
-
Com a lata na mão ou no nosso caso, com
o tênis na mão, escolhemos um pique.
-
Pique?
-
É, um lugar para se colocar a lata,
quero dizer, o tênis. – Falou o Seu Manuel explicando.
-
Pode ser o banco? – Perguntou Jorge.
-
Pode... Aí, a gente decide quem vai ser
o primeiro Pegador...
-
Como vamos fazer isto? – Perguntaram.
-
Pode se tirar no “Par ou Impar”, ou por
livre escolha mesmo.
-
Tá bom, e aí? – Perguntou José.
-
Aí, alguém joga a lata bem longe...
-
O tênis... – Corrigiu Júlio.
-
Isto, o tênis... Todos os outros correm
para se esconder, de menos o Pegador...
-
Por
quê? – Perguntou Pedro.
-
Oh seu bobo, é porque o Pegador vai ter
que buscar a lata...
-
O tênis – Corrigiu novamente Júlio.
-
Isto mesmo. O pegador vai buscar a
lata... Quero dizer o tênis. – Falou o Seu Manuel.
-
O que acontece depois? – Perguntou
José.
-
Agora o Pegador deixa o tênis no pique
e vai ter que procurar os outros meninos.
-
Quando encontrar um deles, tem que
pegar o tênis e bater no banco gritando “um, dois três, no fulano ali atrás da
árvore...”
-
Se ele estiver atrás da árvore, né? –
Perguntou Júlio.
-
Claro né mané... – Gritou José.
-
Isto mesmo... A brincadeira termina
quando o Pegador tiver encontrado todos os participantes ou se um deles salvar
todo mundo...
-
Salvar? – Perguntaram todos.
-
É... Se um dos participantes alcançar o
tênis primeiro antes do Pegador, ele tem que gritar “Um, dois, três salvo todo
mundo”. Aí começa tudo de novo, com o mesmo Pegador...
-
E se ninguém salvar? – Perguntou Jorge.
-
Aí o próximo Pegador vai ser o menino que
foi pego primeiro.
-
Que brincadeira legal... Todos topam
brincar de “Pegador de Lata?” – Perguntou José.
-
De tênis... – Corrigiu de novo Júlio.
-
Tá bom... Todos topam brincar de
“Pegador de tênis?”
Todos
gritaram sim em uma só voz.
-
Então vamos... Quem vai ser o Pegador?
– Perguntou José.
-
O Júlio, porque é o mais chato. – Disse Pedro.
-
Tudo bem, eu topo, mas o tênis tem que
ser de marca. – Disse Júlio.
E
assim os meninos começaram uma nova brincadeira.
Seu
Manuel sabia, na semana seguinte teria que ensinar novas antigas brincadeiras.
FIM
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