“Impossível pensar a preservação
do patrimônio cultural sem vinculá-la à transmissão, difusão e apropriação, por
parte dos grupos sociais a que se refere, dos sentidos e valores atribuídos aos
bens culturais. Sem essa preocupação, o recurso aos instrumentos legais de
proteção ficam reduzido a um conjunto de meros atos declaratórios de valor,
cujos eventuais efeitos na limitação de direitos de uso dos bens protegidos
podem ser apreciados negativamente por setores da sociedade, na medida em que a
preservação do patrimônio seria percebida como cerceamento à liberdade
individual e obstáculo ao desenvolvimento. Essa orientação – foco centrado
na proteção legal e nas medidas de conservação e fiscalização dos bens –
reduziria as políticas de patrimônio a iniciativas de alcance restrito,
valorizadas apenas por grupos já familiarizados coma a temática da preservação,
distanciando-a, portanto, do objetivo que historicamente as justifica – o seu interesse público.” (Grifo Nosso).
(Cecília Londres, O Patrimônio Cultural na formação
das novas gerações: algumas considerações, p. 14 –
Educação patrimonial: reflexões e práticas./Átila Bezerra Tolentino (Org.) –
João Pessoa: Superintendência do iphan na Paraíba, 2012).
FONTE:
http://portal.iphan.gov.br/CFD08F4B-D8D0-44D6-850E-DAE838C15947/FinalDownload/DownloadId-AF53641B111AD36F0D01FED0A88E699F/CFD08F4B-D8D0-44D6-850E-DAE838C15947/uploads/publicacao/EduPat_EducPatrimonialReflexoesEPraticas_ct1_m.pdf
“A Educação Patrimonial tem,
desse modo, um papel decisivo no processo de valorização e preservação do
patrimônio cultural, colocando-se para muito além da divulgação do
patrimônio. Não bastam a “promoção” e “difusão” de conhecimentos acumulados no
campo técnico da preservação do patrimônio cultural. Trata-se, essencialmente,
da possibilidade de construções de relações efetivas com as comunidades, verdadeiras detentoras do
patrimônio cultural.
Dessa forma, os bens culturais
são considerados como suporte vivo para a construção coletiva do
conhecimento, que só pode ser levada a cabo, quando se considera e se
incorpora as necessidades e expectativas das comunidades envolvidas por meio de
múltiplas estratégias e situações de aprendizagem que devem ser construídas
dialogicamente a partir das especificidades locais.”
(Grifo nosso).
(...)
“No que se refere à prática
educativa, é preciso considerar as referências culturais como tema transversal,
interdisciplinar e/ou transdisciplinar, ato essencial ao processo educativo
para potencializar o uso dos espaços públicos e comunitários como espaços
formativos. Além disso, é preciso incentivar o envolvimento das instituições
educacionais, formais e não formais, nos processos de Educação Patrimonial.”
(Sônia Regina Rampim FLORÊNCIO, Educação patrimonial: algumas
diretrizes conceituais. Pags. 23, 24, 25 – Cadernos do patrimônio cultural: educação patrimonial/ Organização Adson Rodrigo S. Pinheiro. – Fortaleza: Iphan, 2015).
FONTE:
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