PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

quarta-feira, 14 de abril de 2021

PATRIMÔNIOS CULTURAIS

PATRIMÔNIOS CULTURAIS
PATRIMÔNIOS CULTURAIS – UMA PEQUENA REFLEXÃO SOBRE O CONCEITO: 

 Talvez o grande problema seja a simplificação dos bens culturais em coisas no singular, como se todos os agrupamentos humanos que compõe uma nacionalidade fossem culturalmente singulares e iguais.

 Talvez precisemos parar de falar de cultura e sim de culturas e Patrimônios culturais e esquecer os títulos pomposos de Patrimônio da Nação ou Patrimônio Nacional. 

 Um bem cultural não existe para a nação. 

 Existe para o grupo que o criou ou o desenvolveu, desenvolve e recria. 

 Interessa principalmente a esse grupo dentro de um conjunto maior. 

 Uma nação definida por fronteiras é formada por diversas culturas e a elevação a patrimônio nacional só interessa de verdade, na medida que signifique recursos para o grupo detentor do bem cultural, para que este continue a geri-lo e a utiliza-lo. 

 Um bem cultural tem que falar ao povo que o vivencia e o cria e não necessariamente a toda a nação. Pode até vir a falar e tocar aos outros grupos culturais, mas não da mesma forma que fala e toca ao grupo que o originou. 

 Por isso que fica cada vez mais difícil o trabalho do IPHAN. 

 Hoje dou mais importância à criação de órgãos municipais de preservação do que aos órgãos Estaduais e ao iPHAN. 

 A ação do IPHAN e de órgãos como o IEPHA só mudará quando eles entenderem que precisam ampliar a composição do Conselho Curador e do CONEP, com conselheiros eleitos regionalmente e que a discussão sobre o que tombar ou registrar passe por amplo debate com as sociedades. 

 Elas é que precisam definir o que precisa ser preservado em seus municípios, Estados e Nação. 

Um bem cultural dificilmente conseguirá de fato, o status de bem cultural de toda uma população nacional. E isso realmente importa? 

 O mais importante é que ele seja valorizado e reconhecido por quem o produziu, o vivenciou e vivencia. 

 Precisamos falar em Patrimônios Culturais no plural apesar de parecer redundante já que Patrimônio é um conjunto de bens culturais de um povo ou nação. 

 Mas precisamos assumir que não somos um povo culturalmente homogêneo. 

 Somos várias culturas com vários patrimônios culturais. 

 Para mim, pouco importa se um bem cultural foi ou não reconhecido como bem cultural Estadual e ou Federal. Me importa mais que o bem cultural seja reconhecido pela comunidade X do município Y que luta para que ele continue a representa-los dizendo o quem eles são. 

 Da mesma forma, penso que os Museus não devem ser lugares para agradar alienígenas. Tem que ser um lugar de reconhecimento da história de um grupo. 

 Tem que ser um lugar para lembrar e fortalecer a autoestima de um povo. 

 Museu não deve existir para o outro e sim para o "nós". 

 Assim como o IPHAN e o IEPHA, "no alto de suas sabedorias técnicas", não devem definir para si mesmo o que é patrimônio cultural. Precisam democratizar suas ações e ampliar suas visões, incorporando debates, audiências públicas e a educação patrimonial em todas as suas ações. 

 A verdade é que, temos que ter uma visão mais local do que estadual ou federal. 

 Se é para o IEPHA tombar, que seja para o lugar onde o bem se localiza e não para todos os mineiros. Aquele bem nunca será de todos os mineiros por mais que façamos projetos de educação patrimonial tentando transforma-lo em bem de todos. 

 Por mais reconhecido que o bem cultural seja ele nunca será mais importante para outras regiões, do que é para os que os vivenciam, utilizam e criam e recriam. 

Ele sempre será da comunidade que o gerou. (Carlos Henrique Rangel). 

  SEMPRE PRESENTE: 

 Você deseja ver o passado nas coisas que acha que são do passado. 

Não existe nada no presente que seja somente do passado.

 Nem mesmo você é do passado, por mais anos que tenha. 

Você muda o tempo todo e as coisas também. 
As coisas são do agora por que estão aqui nesse momento. 
Nesse agora que acontece. Não representam o passado. 
Representam a trajetória de centenas de milhares de presentes acontecidos, inclusive o seu. 
Essa coisa que chegou até aqui não é do passado. 
É do presente que acontece. 
Do ser humano deste hoje acontecendo, assim como foi do ser humano que vivia o dia a dia de décadas e talvez centenas de anos atrás. 

Quando olhar para um casarão, uma casa ou objeto feito ou construído no passado, não o veja como algo estático e imutável. 
Ele é como você. Muda, se transforma e se enriquece de vivências e histórias todos os dias. 

Nada deste nosso mundo é de um tempo só. 

Se está aqui é por que o seu tempo é agora. 

Quando temos essa percepção, tudo muda. 

As coisa importam por que estão presentes. 
 Falam aos seres humanos, sobre passados mas principalmente sobre o presente. 
 Basta que aprendamos a ouvi-las e ensinemos outros a ouvi-las. 

 (Carlos Henrique Rangel).

Nenhum comentário:

Postar um comentário