Autor: Carlos Henrique Rangel
Cada Ser
Humano é o que deve ser. E pode ser mais. E o que é se relaciona com o que foi.
Com os que foram. Com o que construíram os que foram. O que é
se relaciona com o passado. Com as coisas do passado. Com o que foi feito no
passado e continua presente.
O Ser
é fruto e construção de outros seres. Somatória, complemento,
continuidade. Cada Ser Humano carrega em si o seu mundo e
para onde for, onde estiver, sua família, sua rua, sua igreja, sua praça, seu
bairro, sua crença, sua terra, lá estarão. Cada Ser é um representante vivo de sua
cultura. Do seu Patrimônio. Cada Ser Humano é plural. O produto de uma
cultura diversa e rica. De um modo de ser, fazer e viver. Cada Ser importa.
Vivendo
em grupo por necessidade e sobrevivência, o ser humano cedo necessitou de
símbolos e códigos para se fazer entender e compreender o seu mundo e os seus
iguais. Essa necessidade do outro e a convivência com este, só foi possível
através de um consenso coletivo para se entenderem em relação a tudo. Desde as
pequenas coisas
como a
nominação de um objeto, às regras de convivência.
Se esse consenso se deu através de lideres carismáticos ou autoritários, ou mesmo de forma democrática, essa não é a questão. O fato é que o consenso existiu para que fosse possível a convivência em grupo e a adaptação a um espaço determinado.
A identidade desse grupo será definida pelo consenso. Pela crença em valores assimilados por todos ou pelo menos a maioria dos membros do grupo. Os que não aceitam as regras do grupo são excluídos e se tornam os “outros”. Também esses, denominados “outros” são necessários para a formação da identidade do grupo e a consolidação de suas crenças, costumes e ideais. A identidade de um ser ou de um grupo é definida pela contraposição à identidade de outro. O outro indivíduo, grupo, comunidade ou nação será sempre a referência até mesmo para o fortalecimento da identidade.
Ao mesmo tempo, uma comunidade por mais homogênea que seja sempre terá grupos discordantes – “os outros” - que também possuem identidades próprias, culturas próprias, mesmo que identificados de uma forma geral com o grupo dominante.
Essa minoria dentro de uma comunidade maior, ainda assim é parte desta e merecem respeito quanto a sua memória, identidade e suas produções culturais.
O outro que me acompanha e que produz cultura comigo, o que permite a diversidade cultural merece ser reconhecido, respeitado e valorizado como parte do grupo maior.
Numa sociedade consensual, a diversidade deve ser o consenso para que o grupo se renove culturalmente e sobreviva com a autoestima valorizada e fortalecida.
Esse outro também ele é parte do grupo e mesmo o outro culturalmente diferente, aquele de outro grupo/nação, também esse merece respeito. Ser diferente não é ser pior ou melhor. É apenas diferente.
Outra forma de ser e de se relacionar com o
mundo e seus lugares.
O outro é o meu céu e meu inferno. É o meu contraponto.
O outro é o meu céu e meu inferno. É o meu contraponto.
O outro sou eu diferente.
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