COMO VEJO A GESTÃO DOS
BENS CULTURAIS
Carlos Henrique Rangel
Durante muitas décadas, a visão dos órgãos de
preservação privilegiou a proteção dos bens culturais materiais utilizando o
tombamento, único instrumento existente até o ano 2000 quando a visão foi
ampliada legalmente com a criação da proteção do patrimônio imaterial.
Aos poucos essa visão foi se modificando entendendo que o patrimônio material está impregnado de imaterialidade: afetividade, utilidade, histórias de vidas, visões artísticas e tantas outras.
Aos poucos essa visão foi se modificando entendendo que o patrimônio material está impregnado de imaterialidade: afetividade, utilidade, histórias de vidas, visões artísticas e tantas outras.
Aprendemos que a preservação de um bem cultural material
não se restringe à proteção por meio do tombamento. Não se finaliza com a
homologação ou edital de tombamento. É a partir do tombamento que realmente
começa todo o trabalho.
O tombamento não é o fim e sim o início da
preservação dos bens culturais materiais.
(Lembrando sempre que existem outras formas de se proteger e preservar os bens culturais).
(Lembrando sempre que existem outras formas de se proteger e preservar os bens culturais).
Cabe agora a gestão e salvaguarda, conservação e
revitalização e reabilitação deste bem cultural. Uma gestão planejada a partir
de um diagnóstico do estado de conservação, utilidade, viabilidade, das
necessidades do bem e sua relação com a comunidade diretamente envolvida e
tantas outras particularidades percebidas para que esse bem continue. E isso
deve ser pensado tendo em mente ações a curto, médio e longo prazo.
Acreditamos que o Diagnóstico e Plano
de Gestão e Implementação de Medidas de Salvaguarda, Conservação e Reabilitação
do bem cultural deve conter cronograma das ações a serem desenvolvidas, por exemplo: no
prazo mínimo - 4 anos - aprovado pelo Conselho Municipal do Patrimônio
Cultural.
Devem ser
apresentados os problemas encontrados no bem cultural e seu entorno e as
medidas de salvaguarda e gestão destas áreas com cronograma das ações,
previsões orçamentárias, educação patrimonial, etc.
Poderia ser estruturado da seguinte forma geral:
a -Identificação dos
problemas em tópicos e de forma clara - através de vistoria técnica (produção de um laudo de estado de conservação sobre o bem). É importante que a
comunidade local seja envolvida no levantamento dos problemas por meio de reuniões abertas. Esta(s) reunião(es) deve(m) ser convocada por comunicação pessoal e divulgação na mídia
local.
b-Definição de diretrizes/medidas para a gestão,
salvaguarda, manutenção, revitalização, reabilitação, promoção, difusão,
transmissão, acessibilidade e valorização do bem cultural, ações de educação
patrimonial, com cronograma de ações a serem implementadas a curto médio e
longo prazo.
É claro que esse Plano deve ser executado sem
atrasos e com seriedade.
Assim teremos uma boa gestão dos bens culturais com grande participação
das comunidades, parceira indispensável para que haja a preservação efetiva dos
nossos bens culturais.
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