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sábado, 11 de julho de 2009

Saiba mais sobre o polêmico fim do Cine Metrópole
Sérgio Rodrigo Reis - Estado de Minas

Instalado na antiga sede da Telemig, atual Oi, o Teatro Klauss Vianna surgiu como fruto da contrapartida do Banco Bradesco ao estado pela demolição do antigo Cine Metrópole, em 1983. Como forma de “compensar” a perda, o banco fez doações à Secretaria de Estado de Cultura, viabilizando a instalação do novo espaço, que, depois da privatização da telefônica estatal, passou a ser gerido pela Oi, por meio de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip).

O processo foi polêmico. Mobilizações de representantes do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) e da sociedade civil tentaram, em vão, interromper o processo de derrubada do Cine Metrópole, alegando relevância histórica e arquitetônica do prédio. Construída em 1906, a edificação funcionou como Teatro Municipal até 1939. Depois de reformada, deixou de exibir o estilo eclético da arquitetura anterior para destacar aspectos do art déco. Em 1942, foi reaberto como Cine Metrópole.

A proposta de compensação pela perda do Metrópole com a instalação do Klauss Vianna nunca satisfez a comunidade cultural. “A lacuna não foi preenchida. É difícil substituir um templo da sétima arte”, afirma Carlos Henrique Rangel, diretor de promoção do Iepha e autor, ao lado da historiadora Cristina Pereira Nunes, do livro Metrópole – A trajetória de um espaço cultural, de 1993. “Quis o destino que a consciência da cidade fosse tocada pela destruição de um cinema chamado Metrópole. Ponto de encontro de várias gerações, o cinema que divertiu as décadas de 1940 a 1980 abrigou os apaixonados por Hollywood, perdeu-se na vertigem do tempo e do progresso descaracterizador”, ressalta ele na publicação.

Para o historiador, aqueles meses de embate em prol da memória não foram esquecidos. “É uma mancha no passado das pessoas que defenderam a demolição e um marco no currículo de quem foi a favor da preservação”, afirma. Pelo menos nesse caso, a substituição do cinema pelo Teatro Klauss Vianna – que nunca funcionou de maneira plena – não conseguiu apagar da memória dos saudosistas as imagens da destruição de um dos últimos e mais charmosos cinemas de rua de BH.

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